Em meados dos anos 90 usava as funcionalidades da recente Internet para alargar os meus horizontes cinéfilos. Finalmente estava livre das revistas pagas e fortemente parciais, os críticos mega-estelares com elevada auto-estima da imprensa nacional ou o Top Video na RTP1. Não havia ainda redes sociais, mas havia email e sites mono-página com gifs animados que rodavam a dizer “new” e “hot”. A IMDB dava os primeiros passos e ainda não tinha sido comprada pela Amazon. Um dos meus penfriends por email era um jovem sueco que partilhava comigo o gosto pelo cinema fantástico, terror e sci-fi. Trocávamos filmes em VHS. Eu preferia trocar filmes com suecos e holandeses porque eles também não dobravam os filmes, tinham legendas como nós. Eu mandava-lhe um anexos chamado movies.txt e ele devolvia com os que tinha e os que queria. Um dia esse meu amigo sueco (que não lembro o nome nem tenho o contacto) enviou-me um extra, um filme sueco falado em Inglês chamado Evil Ed. Ele insistiu por orgulho patriota que lhe desse prioridade e assim fiz. E foi assim que vi e revi Evil Ed, um tesouro sueco .
Já há algum tempo que perdi a fé em fazer sinopses de filmes, mas vou abrir aqui uma excepção porque Evil Ed é, de facto, merecedor de tal obsequio:
Edward é um jovem e talentoso editor que é especializado em cinema art-house e independente. Um dia um colega seu suicida-se de modo misterioso e Edward tem que o substituir para acabar a montagem de um filme de uma famosa saga de slashers. Para que se possa concentrar no seu trabalho, aluga uma casa isolada nas montanhas para não ser interrompido. No entanto o nobre homem de família e equilibrado pilar da sociedade que é o jovem Edward começa a deixar-se influenciar pelo que vai vendo no filme que está a editar. Começa a confundir a realidade com a ficção e a máquina de chacinar que está adormecida no seu alterego emerge para salvar a sociedade do mortos vivos que tentam minar as nossa comunidades. Edward transforma-se então num Ash sueco a virar povo a tiro como gente grande. Mas numa suécia, curiosamente, vazia de louras.
Bem, não digo que seja o next big thing nem o last big thing. Nem sequer que seja um big thing. Mas marcou-me imenso na altura e recentemente “comprei-o” e revi com o mesmo fascínio de outrora. A fotografia inspirada no trabalho de câmara de Sam Raimi ou Peter Jackson (em Braindead e Bad Taste) dão-lhe aquele selo de autenticidade gore.
Nos créditos finais tem ainda a seguinte pérola: “ The characters and events in this motion picture are fictional, any similarity to actual persons living, dead, undead, living dead, re-animated or ressurrected is purely coincidel.(sic)”
Deixo-vos com um catálogozinho multimédia para o caso de não haver nada mais interessante aí em casa para fazer.
trocava-mos ?
mete mais tabaco pá!
Não sei do que estás a falar. 😉