CinemaXunga

Desde 24 de Junho de 2003

Page 24 of 38

Carriers (2009)

Há uns tempos atrás todas as autoridades mundiais da saúde se dirigiram ao planeta acerca de uma nefasta pandemia  que nos iria assolar. As previsões: milhões de mortos, devastação planetária, corte do circuito de distribuição de alimentação, saques em massa e violação de animais de companhia numa escala nunca antes vista. Agora que estamos a passar essa suposta fase de pestilência começamos a perceber a verdadeira escala da epidemia: farmacêuticas já nem sabem onde meter tanto dinheiro que receberam de vacinas, os governos recolhem-se nos seus gabinetes com orelhas de burro na cabeça a falar da meteorologia para mudar conversa,  os médicos que ajudaram ao pânico mundial a passar férias nas caraíbas com pintelhos entre os dentes da festa da noite anterior e as multidões começam a juntar archotes, forquilhas, alcatrão e penas para ir até à sede da Organização Mundial de Saúde. Percebemos finalmente que perante a globalização e a cultura corporativa multinacional somos todos vacas leiteiras.

Continue reading

Moon (2009)

A ficção científica, fora do âmbito do blockbuster, está a atravessar uma época especialmente vigorosa. Com os efeitos especiais cada vez mais acessíveis ao técnicos de orçamentos menores, estamos perante um admirável mundo novo de possibilidades. Em Moon temos o exemplo de como fazer um filme em que os efeitos especiais e os cenários servem apenas para contar uma história e não tiram o protagonismo nem o impacto à narrativa. Poderia ser o 2001 da nossa geração, não fosse ter aparecido numa altura em que o cinema é praticamente descartável e o tempo de vida útil de um filme é apenas um conjunto de breves minutos no intervalo de tempo que antecede os créditos iniciais do próximo.  Documentemos irmãos, antes que me esqueça do que ia dizer.

Continue reading

Collateral Damage (2002)

Algo está mal num filme quando nas cenas iniciais temos um Schwarzenegger velho, com peles descaídas e provavelmente um pénis de insuflar devido a uma prostatectomía que correu mal. Curiosamente a sua esposa tem 28 anos, modelo de publicidade e o puto de 6 anos é parecido com o carteiro… Mas é este o ambiente inicial de Collateral Damage e a sua melhor parte, porque depois daqui é queda livre em direcção aos abismos negros e malcheirosos do filme de merda.

Continue reading

The Men Who Stare at Goats (2009)

“Homens que matam cabras só com o olhar”. É este, meus amigos, o título português de “The Men Who Stare at Goats”. Não concordo com a tradução, mas provavelmente foi a única frase de que se conseguiram lembrar que tivesse a palavra “Homens” e a palavra “Cabras” que não invocasse de imediato um imaginário de zoofilia ou um exército de pastores a arrombarem traseiros caprinos à força de vara carnuda. Ainda bem que não tenho nada a ver com isso porque, sinceramente, também não me vem à cabeça nenhuma tradução que não seja igualmente merdosa.

Continue reading

Sunshine (2007)

Há aproximadamente um ano atrás decidi ver o Sunshine de Danny Boyle. Sentei-me no sofá de telecomando em riste e carreguei no play. Passados 5 minutos aconcheguei-me lateralmente naquela que me pareceu ser uma posição mais confortável. Mas não era! Se me deixasse descair levemente e permitisse que a cabeça pudesse encaixar na parte lateral do sofá seria melhor. Agora sim, deitado, confortável. Aos 10 minutos de filme senti um quentinho reconfortante. Passados uns segundos estava eu a passear com uns cordeiros fofinhos numa estrada de arco-íris por meio de umas nuvens quando ouço uma enorme explosão e uma música estranha. Acordo assustado. Estavam a passar os créditos finais. Merda!

Continue reading

Law Abiding Citizen (2009)

Imaginem um Frankenstein moderno a construir uma gaja. Faz-lhe um corpo escultural, maminhas torneadinhas e rabiosque que desafia a gravidade. Sempre a trabalhar com tempo e dedicação. Uma jeitosa de proporções épicas, com coeficiente de “levanta pau” a rondar os 98%. E depois mete-lhe uma cabeça de cavalo à pressa, colada com fita cola para despachar o trabalho. A sensação final seria mais ou menos a mesma deste filme.

Continue reading

Narco (2004)

Gus é um rapaz que nasceu com um “defeito de fabrico”, é narcoléptico. Adormece ocasionalmente sem ter controlo sobre isso. Não arranja empregos duradouros, tem uma vida pessoal complicada. A sua esposa, paixão de infância, é a galdéria da aldeia. O seu melhor amigo aspira ser o melhor karateca do mundo. Também aspira bastante cocaína e cerveja é ao garrafão. Gus sonha grandes aventuras cinematográficas e depois expressa-se por banda desenhada. Van Damme aparece, qual aparição celestial, como guru espiritual. Os vilões são um casal de gémeos ex-campeão de patinagem artística que agora seguem uma rentável carreira de assassinos contratados, sem no entanto terem mudado a indumentária.

Continue reading

Presidente Chewbacca – Chewbacca à Sexta

Num futuro não muito distante, numa galáxia que é a nossa, o presidente da consolidação mundial surge numa bola de luz e energia. Chewbacca, o redentor, que na sua segunda vinda irá unir o mundo num hino de paz e amor. Na primeira vez na História mundial, um presidente todo nu acaba com a fome no mundo, as guerras e o herpes genital. Acabará por ser assassinado no jardim zoológico de Las Vegas por um iPod preparado para explodir no Bohemian Rapsody dos Queen, quando Freddy Mercury canta “Scaramush, Scaramush can you do the Fandango”.

Whatever Works (2009)

Anos depois Woody Allen volta à sua cidade, o personagem principal da sua filmografia. Larry David, esse monstro da comédia americana, é o alter ego da personagem que será sempre Woody Allen. Novaiorquino psicótico, neurótico, hipocondríaco, ansioso e com uma visão pessimista em relação à existência em geral. Amores trocados, crises de meia idade, tramas familiares e as confusões bastante teatrais da sua fase inicial, Woody tenta voltar ao velho estilo com este Whatever Works. Mas apesar de estar o cozinheiro e todos os ingredientes, este é um assado que saiu seco por excesso de forno. Continue reading

Martyrs (2008)

O cinema francês não é apenas um conjunto de filmes existencialistas realizados por nomes acabados em “aut”, com gajas de mamas pequenas em tronco nu que acabam invariavelmente por levar com ele, sendo “ele” um latejante falo erecto e não um conceito abstracto. O cinema de terror francês atravessa uma época de especial vitalidade, afastado dos canones do “horror movie” americano, mais próximo do conceito de pesadelo colectivo, com narrativas e grafismo capaz de nos eriçar os pelos das costas…

Continue reading

Avatar (2009)

Sou a pessoa indicada para falar de euforias de tecnologias de primeira geração. Esse fascínio da novidade que me seduz como a décima musa de Lesbos, como aquela luz assassina que atrai os mosquitos para a sua perdição. Eu, que tenho em casa gavetas cheias de palm tops, PDAs, smartphones e outros gadgets idiotas só porque tive dificuldade em esperar que uma tecnologia amadureça. A história ensina-nos lições importantes de assombros cegos de primeira geração que morreram rapidamente, fazendo os seus embaixadores lambe-bolas parecerem ridículos palhaços à chuva, com a maquilhagem a escorrer pela face, com um sapato roto a ver-se o dedão  Exemplos como a MiniDisc, HD DVD, videogravadores Beta, laserdisc, o videotelefone, os carros que falam ou aquele pedacinho de cartão que permite que as senhoras se aliviem em urinois.

Continue reading

Hancock (2008)


Perdido aqui nos meus drafts quase há um ano andava este Hancock, uma miserável tentativa de criar um filme de super heróis, anti-heróis. Mas o certo é que o filme não teve o sucesso nem o impacto que inicialmente se previa. Ver Hancock é como ver alguém castrar um crocodilo dentro de uma cabine telefónica usando apenas uma colher. É arrojado, aparatoso, corajoso, pouco visto, mas com um resultado final perfeitamente inútil…

Continue reading

2012 (2009)

Há 40 anos atrás um tipo inventou um género de cinema chamado “Disaster Movie”, cuja tradução para português deverá ser algo como Filme Catástrofe. A ideia consistia em arranjar uma situação aborrecida que iria escalar lentamente para uma desgraça. Um arranha céus a arder e a malta no último andar, um barco virado ao contrário ou um avião sem combustível, em chamas e sem trem de aterragem. E era isto a que se chamava catástrofe. Nos anos 90 apareceu outro tipo de catástrofe um pouco maior que afectava uma cidade inteira, uma ilha ou mesmo um pequeno país. Mas eis que a meio deste processo aparece Roland Emmerich. Com a delicadeza de um touro ferido numa reunião da tupperware e o seu próprio conceito de Filme Catástrofe, com a destruição total do planeta e um argumento que é basicamente assim: Fade in – Casa Branca – toca o telefone às 4 da manhã, presidente atende e alguém diz do outro lado “Sr. Presidente, está tudo fodido”. (encher restantes 129 minutos com destruição em massa de todas as infrastruturas que possam arranjar). Keywords: Bandeiras americanas e família em primeiro lugar. Heróis. PS: Poupem os cães…

Continue reading

The Dukes of Hazzard (2005)

O boom do DVD e as TVs por cabo temáticas trouxe uma promessa aos saudosistas: poderiam rever as séries que tanto os emocionaram na juventude. Ora, como qualquer saudosista sabe, isto não é bom. A ideia de entretenimento de qualidade que temos acerca dessas séries cedo se esvanece à primeira re-visualização das nossas séries de infância. O que parecia bom parece agora uma bosta de merda completamente idiota e estupidificante. Eu já tive essas experiências. Séries como Galáctica, Buck Rogers, Captain Power and the soldiers of the future, MacGyver, Verão Azul, 3 Duques entre outras são más… Horríveis. Mas porque eram tão boas antes? Bem, porque o tempo era outro e os nossos standards eram os da altura. E esses memórias devem ficar contidas herméticamente no cérebro. Qualquer tentativa resulta na sua destruição, e com ela cai a nossa ideia de “infância feliz”. Há excepções. O Space 1999 ainda é bom. É bom porque é funky, e o funky, como toda a gente sabe, nunca sai de moda.

Continue reading

House of Wax (2005)

Na altura das vésperas das estreias dos grandes blockbusters e no início das férias escolares americanas, os estúdios mandam assim à laia de “ver se cola” uns filmes de horror (sic) para teenagers. Gajas boas, tipos musculados, algum sexo meio desfocado ou encoberto, pares de mamas e centenas de gajas em cuecas. Normalmente envolve um grupo composto por todos os estereotipos de liceu que vão morrer aos poucos até ficar um, ou dois se houver um casal realmente apaixonado ou pouco evidente. Tipo a gaja boa da claque e o nerd dos computadores que até é boa pessoa, mas factura pouco grelo. Muitos destes filmes passam direct to video outros ainda se aventuram nas salas. Há sempre marketing forte junto dos putos, geralmente na MTV, e concursos naquele programa da tarde da Sic Radical.

Continue reading

« Older posts Newer posts »

© 2024 CinemaXunga

Theme by Anders NorenUp ↑