No início do ano vi um filme que algum tempo vinha sinalizado em listas de referências como “filme a não perder”. Apesar de estar já familiarizado com o nome, nunca me ocorreu que Tucker & Dale vs Evil fosse nada mais que um simples filme de terror em que meia dúzia de adolescentes se dirigem para um fim de semana de deboche descontrolado numa cabana da floresta, sem contacto com a civilização, para ver a sua diversão ser interrompida inesperadamente por uma série de decapitações, esventramentos, esquartejamentos e a tradicional decepar dos membros inferiores em plena locomoção. E é exactamente nesta expectativa redutora que Tucker & Dale vs Evil pega para nos levar a um passeio, tirando-nos da perspectiva enfadonha das patéticas vítimas (que quase sempre merecem o que o destino lhes guarda) para que possamos compreender o lado do eternamente injustiçado assassino.
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Esta semana um amigo chamou-me a atenção através de um link no facebook para uma review a um filme scifi dos anos 90 chamados Space Truckers. Cliquei no vídeo e de imediato o meu cérebro explodiu em recordações e referências obscuras de filmes que tinha visto e por alguma razão o meu cérebro achou por bem omitir. Os anos 90 foram profícuos em projectos imaginativos e de multicores caleidoscópicas, em arrojo e coragem de avançar por terrenos desconhecidos ou excêntricos. De modo mais ou menos feliz, todos garantiram lugar na memória dos tempos. Ao contrário do que se faz actualmente, reciclagem e reaproveitamento de fórmulas gastas, os estúdios dos anos 90 permitiam-se a algum divertimento, os actores aceitavam papéis perfeitamente fora do âmbito da sua paleta de representações. Os executivos, imersos em trips intermináveis de cocaína, assinavam qualquer delírio narrativo que lhes colocassem na mesa, enquanto os sesu advogados se deliciavam sexualmente com autocarros de putedo multigénero (e às vezes equídeo) que lhes era entregue ao domicílio. Vamos aqui falar de alguns destes filmes e dos elementos que fazem deles autênticas pérolas de devaneio criativo, coragem e testículos de aço. Dois de cada vez, para não enfartar.
Há escassos dias iniciei-me no universo de Harmony Korine com Gummo. Desde sempre que estou familiarizado com uma icónica imagem do filme, em que uma criança de aspecto socialmente descuidado come um prato de esparguete sentada na banheira. A água cinzenta escura, um tabuleiro apodrecido, os azulejas cheios de bolor e um pedaço de bacon colado com fita cola à parede. Atenção que eu acabei de escrever “um pedaço de bacon colado com fita cola à parede”… Além de ser um dos frames mais icónicos dos foruns e imageboards de cinema por essa Internet fora é também Gummo in a nutshell. Mais ainda, é um concentrado de essência do pouco que vi de Korine.
Todos estamos habituados a larguras de banda supersónicas, serviços web 2.0 que vieram tornar obsoleta a necessidade de saber ler mais de 140 caracteres de cada vez e interfaces gráficos tão pesados que nos obrigam constantemente a renovar o parque informático para fazer exactamente o que fazíamos há 20 anos atrás. Aceder a filmes no seu formato “não legal” é tão natural como respirar e mesmo aquele amigo que abusa da expressão “o computador está a pensar” e faz “remover hardware com segurança” para não apanhar vírus sabe como sacar uma cópia de boa qualidade do último blockbuster que foi lançado em DVD. Mas tempos houve em que não era assim, tempos antes dos blogs e das redes sociais, tempos antes mesmo dos sites dinâmicos em que o gif animado servia para colocar um símbolo “under construction” a rodar todas as cores do espectro em páginas adormecidas. O acesso a pirataria fazia-se pelos servidores de newsgroups (usenet) da Telepac.
Eva Maria Livia Amurri é filha de Franco Amurri e Susan Sarandon, além de ser enteada de Tim Robbins. Não sendo este site propriamente especializado propriamente em genealogia, vamos ao que interessa. Peitinhos da Quinta
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Seth McFarlane finalmente mencionou aquilo que apenas se falava no submundo cinéfilo: mamas! E com este grande estímulo vos deixo a galeria We Saw Your Boobs. Algo, aliás, incontornável. De fora ficam as pintelheiras, aqui censuradas com uma estrelinha amarela que sai se lamberem o ecran. E sem mais demoras, peitinhos da quinta.
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Era uma tórrida tarde de domingo, num dos verões mais quentes que há memória. Tobe Hooper, de olhar pasmo e inquiridor, contemplava fixamente uma bela peça de engenharia sueca, um invejável motosserra Husqvarna. Numa mega loja de ferragens, algo que apenas podemos visualizar invocando o nosso imaginário hollywoodiano, o jovem Tobe fantasiava: “E se eu agarrasse nesta bela motosserra e abrisse caminho daqui para fora à força? A cortar estes matarruanos todos à postas até ao parque de estacionamento? E se levasse as postas para casa e desse um belo de um churrascão para a família toda no próximo fim-de-semana?” Ora aqui está uma bela ideia para um filme!”. E assim foi. Pediu financiamento a uma empresa que mais tarde se veio a revelar ser propriedade da Máfia, juntou um corajoso elenco e equipa e foram para o interior do Texas filmar o primeiro Texas Chainsaw Massacre.
Há medida que me sinto mais desiludido com o cinema que nos chega às salas e ao subsequente monopólio de uma única empresa de distribuição que nos impõe a sua estratégia de marketing (ao invés de bom cinema), vou deixando de ver cinema mainstream contemporâneo. Mas de tempos a tempos, como qualquer outro humanóide, apanho o autocarro das sugestões das revistas e dos blogs populistas e vejo um filme destes. O problema é que cada vez que vemos um filme mau um gatinho morre ao ser sodomizado por um cavalo e se não for tomada uma decisão de acabar com este flagelo do cinema mercenário, o único sítio onde vamos ter gatinhos será nos powerpoints que nos mandam as nossas tias e aquelas amigas que ainda não descobriram a satisfação do African King (pilhas incluídas).
O maior espólio de mamas do universo. O Facebook não deixa partilhar este link porque, aparentemente, putedo não é permitido. Têm que vir aqui. Sejam todos os males assim.
http://playmatehunter.com/playboys-playmate-index
Há uns meses atrás, numa daquelas conversas enfadonhas de pequeno almoço no trabalho com pessoas que não conheço muito bem, mas que também não faz parte das minhas ambições conhecer melhor, alguém quebrou as convenções ao sair do tema da meteorologia e disse “Vai estrear agora um filme do Tarantino, não é?”. Sem acabar de mastigar o croissant disse de boca meia cheia “Não é agora, o Django só estreia em Janeiro.” Os pedaços que cuspi enojaram um estagiária a quem nunca ouvi a voz. O meu comparsa da secção de recursos humanos retorquiu disfarçando a rudeza “Não é esse, é um de karate.” Contornei a expressão “palhaço do caralho” e usei a diplomacia para explicar ao meu amigo sub-desenvolvido que era impossível. Disse-lhe que não era propriamente um Jedi do cinema, mas também não era nenhum Padawan. E que o próximo Tarantino era o Django e não se fala mais nisso. Ele olhou-me com aquele semblante de quem transborda imbecilidade e virou costas. Deixou meio galão e a torrada quase inteira que o colega dele se apressou a terminar.
No final do Verão de 2012 fiz uns reparos infelizes acerca da falta de qualidade de Dredd 3D baseados apenas no meu preconceito cinéfilo, sem sequer ver o filme ou o trailer (imaginem a heresia). Tendo como amostra todos os remakes e reboots do último par de anos, parti do princípio lógico que seria mais um esgoto a céu aberto para perder tempo e provocar incontroláveis diarreias fulminantes. Devido a esta minha imprudente atitude e grosseira intempestividade não apoiei o filme que mais precisou da minha ajuda. Aliás, da nossa ajuda na sua hora mais negra. Porque não o fomos ver ao cinema, porque não alimentámos a blogosfera com a sua magnificência, porque não o adoramos como o salvador do cinema de acção de ultra-violência que tanto amamos, porque fomos fracos e deixámos que a cruel contabilidade do movie making americano lhe cortasse todas as perspectivas evolutivas enquanto potencial saga cinematográfica. Pelas minhas falhas e persistente imaturidade peço desculpas e rogo à vossa caridade enquanto pessoas de bem que só querem ver chacina sanguinária e violência sem limites na pacatês do vosso lar e na sala de cinema dos vossos dealers de cinefilia que saiam para a rua, gritem, espalhem a palavra de Dredd. Escrevam cartas ao vosso vereador, ao FMI, despeçam-se, deixem de se barbear (ou rapar os genitais) e corram o mundo usando sempre a mesma roupa interior a bater de porta em porta a perguntar “Sabe quem é a lei?”. Façam-no antes sequer de ler o resto deste artigo que deverá ser tão desinteressante como todos os outros. Voem, minhas pombas, espalhem a lei, promovam o juíz a ver se nos fazem uma continuação (sequela em portinglês).
A expressão “peitinhos”, neste post, é claramente inapropriada. Para melhores resultados cliquem nas miniaturas e vão navegando para a direita (ou esquerda de vos apraz). Gifs animados demoram a carregar, podem aproveitar para ir baixando as calças.
Em Outubro de 1997 um jornalista do Backwoods Home Magazine foi incumbido pelo seu chefe de encher os classificados com anúncios inventados para ocupar o espaço que estava em branco. O homem, John Silveira, inventou dois anúncios, que seriam suficientes para o efeito. Um dos anúncios era de natureza sentimental, “homem sério procura mulher para relação duradoura, [dados genéricos]…” e a outra dizia o que está na foto que ilustra este formidável artigo: “Procura-se: Alguém para viajar para o passado comigo, isto não é uma brincadeira. (…) Tem que trazer as suas próprias armas, não se garante segurança, só fiz isto uma vez.” No dia seguinte recebeu quatro cartaz de resposta ao anúncio sentimental, uma delas de um homem. Ao anúncio da viagem do tempo recebeu centenas. E a partir daí continuou a receber diariamente cartas até aos dias de hoje. Milhares e milhares de respostas de pessoas para viajar no tempo, a maior parte delas com propostas sérias de quem tem esperança de emendar as suas agruras com um passeio ao passado. História verdadeira que pode ser facilmente confirmada online, até pelo próprio autor do anúncio aqui.
Todos os dias são dia de deboche no Cinemaxunga, mas às quintas as coisas saem completamente fora de controle. É o efeito cientificamente reconhecido e comprovado conhecido como o pré-pré-fim de semana (pré2-fim de semana). E é dentro desse ébrio espírito festivaleiro que vos falo hoje do monstro vagina de Starship Troopers do mestre Paul Verhoeven.
Há meia dúzia de anos atrás quando a Eon Productions pegou novamente em James Bond decidiu, por alguma razão, que iria definitivamente cortar com os filmes anteriores por serem demasiado imaturos e plebeus para os standards do ultra-realismo de que padece o cinema moderno. Decidiu fazer-se um reboot de modo a reenquadrar Bond nos standards cinematográficos actuais (a 2006), adaptando a primeira aventura do herói. “Uau”, reagiu o mundo, “Agora sim, sem fantochadas. Sóbrio, como eu gosto do meu Bond!”. Dois anos depois Quantum of Solace continua a saga, limpando o rabo às suas origens extravagantes de Bond. negando sequer a existência de Roger Moore de poncho prestes a entrar em órbita com dezenas de jovens virgens num plano de repovoar o planeta ou os satélites de destruição maciça de Ernst Blofeld e do seu gatinho persa Mr. Tiddles.
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