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Tucker & Dale vs Evil (2010)

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No início do ano vi um filme que algum tempo vinha sinalizado em listas de referências como “filme a não perder”. Apesar de estar já familiarizado com o nome, nunca me ocorreu que Tucker & Dale vs Evil fosse nada mais que um simples filme de terror em que meia dúzia de adolescentes se dirigem para um fim de semana de deboche descontrolado numa cabana da floresta, sem contacto com a civilização, para ver a sua diversão ser interrompida inesperadamente por uma série de decapitações, esventramentos, esquartejamentos e a tradicional decepar dos membros inferiores em plena locomoção. E é exactamente nesta expectativa redutora que Tucker & Dale vs Evil pega para nos levar a um passeio, tirando-nos da perspectiva enfadonha das patéticas vítimas (que quase sempre merecem o que o destino lhes guarda) para que possamos compreender o lado do eternamente injustiçado assassino.

A premissa é bastante simples. Um grupo de jovens vai para a floresta passar uns dias de descanso, blá blá. Cruzam-se com dois irmãos rednecks numa estação de serviço. Um parolo apaixona-se por uma sofisticada jeitosa da cidade. O encontro é interpretado de maneira diferente pelas duas facções. O parolo encontra o amor e passarinhos animados dançam em seu redor com promessas de felicidade eterna e os putos da cidade assustam-se com os modos mais rudes do afável matarruano. É esta atitude preconceituosa destes catraios de geração Apple (versão i-InserirProduto)  que os leva a morrer dolorosamente em requintes de especial sadismo de modo perfeitamente auto induzido.

É um filme imensamente divertido, com  todos os clichés e ingredientes que estamos habituados a ver neste tipo de cinema mas completamente descontextualizados, fazendo deste mecanismo a sua energia propulsora. A subversão do estilo está bem executado e materializa um conjunto de situações que já terá passado pela cabeça de todos os aficionados do género. É aquilo que se convencionou chamar de “uma lufada de ar fresco”, com especial ênfase no verbo lufar, até porque a comédia em filmes de terror é uma ciência de precisão que pode falhar miseravelmente, como podemos constatar nos “Scary Movies”.

Tecnicamente está bem executado, gore com fartura e aquele look de que não se poupou para barbárie sem limites. Os actores do lado dos infames turistas são os habituais empregados de bar e strippers a quem foi dado a possibilidade de ter 15 minutos de fama. Tucker e Dale são aqueles tipos em quem confiaríamos para comprar uma caçadeira de canos serrados, cinco litros de aguardente de boa qualidade ou um par de calças de ganga com peito e alças.

Deixo-vos uma galeria de fotos como incentivo à procrastinação.

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1 Comment

  1. MFF

    adiciona já no facebook Movies FindFaker

    Parabéns pelo blog! Criticas diferentes do habitual, está muito porreiro

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