Uma das piadas recorrentes de Barney Stinson, popular personagem de How I Met Your Mother interpretado por Neil Patrick Harris, era que o verdadeiro Karate Kid seria Johnny Lawrence. Daniel LaRusso foi um principiante com sorte que estragou a meteórica carreira de Lawrence com um pontapé ilegal. E que depois lhe arruinou a vida para sempre, abandonando um futuro promissor, lançando-o para sempre numa vida de álcool, drogas, Rock n’Roll e decadência urbana. Essa tendência da série, para reforçar a sua personalidade oposicionista, acabou por dar origem à série Cobra Kai. E depois, com o êxito meteórico dessa série em todas as faixas etárias, Karate Kid começou a ser novamente um nome pomposo e popular, a criar tendências e a pedir o que se pede sempre: outro filme.
Continue readingTag: karate
Há uns meses atrás, numa daquelas conversas enfadonhas de pequeno almoço no trabalho com pessoas que não conheço muito bem, mas que também não faz parte das minhas ambições conhecer melhor, alguém quebrou as convenções ao sair do tema da meteorologia e disse “Vai estrear agora um filme do Tarantino, não é?”. Sem acabar de mastigar o croissant disse de boca meia cheia “Não é agora, o Django só estreia em Janeiro.” Os pedaços que cuspi enojaram um estagiária a quem nunca ouvi a voz. O meu comparsa da secção de recursos humanos retorquiu disfarçando a rudeza “Não é esse, é um de karate.” Contornei a expressão “palhaço do caralho” e usei a diplomacia para explicar ao meu amigo sub-desenvolvido que era impossível. Disse-lhe que não era propriamente um Jedi do cinema, mas também não era nenhum Padawan. E que o próximo Tarantino era o Django e não se fala mais nisso. Ele olhou-me com aquele semblante de quem transborda imbecilidade e virou costas. Deixou meio galão e a torrada quase inteira que o colega dele se apressou a terminar.
Qualquer um de nós tem a mesma sensação quando olha para os cartazes em dos filmes em exibição nos multiplexes nacionais. Parece tudo o mesmo filme ou então parecem todos cópias de um estilo específico. Olhamos para qualquer cartaz e percebemos rapidamente a história do filme, o seu progresso e o final. É a triste verdade. Em termos cinematográficos, os nossos salas alimentam-nos sempre a mesma porcaria. Ocasionalmente um improvável filme extra-Hollywood fura esta lobby americanizado do “Tudo o que não é Hollywood é mau!”. Desta vez o cinema de acção americano recebe dois valentes bofetões bem assentes no focinho da Indonésia. The Raid é o melhor filme de acção dos últimos anos. Imparável, electrizante e inovador. Não poupa os espectadores das cenas mais bárbaras e até tem um história e tudo. Vamos então dissecar este bordoada-fest indonésio com tendência para o ocasional desmembramento e a decapitação acidental.
Recent Comments