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Postal (2007)

postalNunca viram um filme dramático que era tão ridiculamente dramático que a malta tinha que se rir? Este é um filme que quer tanto ser cómico, mas de tanto tentar e falhar acaba por se revelar um dramalhão de proporções épicas.  Como se estivéssemos 6 horas a ver um filme do Rocky mas ele a perder todos os combates. Meus senhores e minhas senhoras, apresento-vos Uwe Boll, o homem que faz toda a lógica implodir num único ponto, onde todas as leis do cinema e entretenimento se anulam a si próprias. O único realizador do mundo que tem uma petição global a decorrer para o proibir de fazer mais filmes.

Não me vou estender a falar de Uwe Boll, porque se estão a ler isto, certamente sabem de quem estou a falar. Farto de levar porrada do 99.99% da comunidade cinéfila mundial, Uwe Boll pensou fazer um filme que fosse o seu Opus. A obra prima que o mundo iria ver e pensar “Uau, afinal o homem é verdadeiramente um génio!“. Para isso decidiu adaptar mais um videojogo e construir a partir daí uma comédia altamente ofensiva e de elevado teor crítico para com os USA. South Park style!

Mas como todos sabemos, jeitinho para o cinema não é a especialidade de Boll. Ele atira para lá os ingredientes. Gajas boas, lésbicas, sexo aleatório, armas, tiros, explosões, perseguições, violência e anões. Depois remata tudo com toques de excesso que ele pensa serem uma mais valia para a sua obra: crianças mortas a tiro, uma explicação para o primeiro avião a embater nas torres gémeas, associar a alemanha com o nazismo, terrorismo, antisemitismo e até a sodomização de um gatinho branco.Tudo isto metido numa misturadora e servido nas proporções erradas, mal temperado, com timings maus, diálogos dignos de pornografia barata, montagem amadora. Tudo aqui cheira a spoofs do youtube, mas daqueles maus.

Não me levem a mal que eu não sou puritano nem nada. Ainda hoje me mandaram um video de uma gaja em avançada galhofa com um cavalo. Video esse que eu vi até ao fim, arregalei os olhos em incredibilidade, disse “nãããão!…” em admiração e depois sorri dizendo “Ele há coisas do caralho!” e depois apaguei o video do meu cliente de email. Mas quando as coisas são apenas gratuitas e mal equilibradas como é o caso, tenho mesmo que concordar com a tal petição que já assinei 13 vezes com emails diferentes.

Juntem-se à causa aqui. Não custa nada e podem salvar o futuro das nossas crianças. Imagino um mundo livre de Uwe Boll em que o cinema tem mais para oferecer do que adaptações falhadas de videojogos e que um video de sexo com um cavalo e uma mulher seja servido à parte, como opcional.

5 Comments

  1. Bruno

    quantas assinaturas são precisas para ele parar?

  2. renato

    Querias dizer “Magum Opus”? É que “Opus” é obra – o Uwe Boll tem vários Opus.

  3. pedro

    Se o número de assinaturas chegar ao milhão ele pára. Neste momento (as we speak) estamos em 330207. Não está fácil para o lado da justiça…

    http://www.cinematical.com/2008/04/06/one-million-signatures-and-uwe-boll-will-quit-making-movies/

  4. pedro

    Opus, Magnum Opus… Acho que o Uwe Boll não tem um nem outro. Só Opus Merdum!

  5. Bruno

    se for preciso crio 669793 contas de email para fazer 1 milhão de assinaturas…
    o Far Cry é mesmo intragável e o meu limite de cinema merdoso há muito tempo que foi ultrapassado

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