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The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy (2005)

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Don’t panic? Yes, panic! Em primeiro lugar, The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy é um título ingrato para Portugal, uma vez que não existe nenhuma palavra que defina uma pessoa que anda à boleia. No Brasil diz-se Caroneiro, em inglês diz-se Hitchhiker e em Urdu diz-se Uj’skmionekkd (seguido de uns estalidos de língua e uma pirueta para o lado num preciso ângulo de 48º). The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy é uma obra genial de Douglas Adams, à qual se seguem mais 4 continuações, todas em livro e programas de rádio. Também é bastante conhecida como “A triologia em cinco volumes”. Existe já a tradução para português do primeiro e segundo volume (que eu tenha conhecimento). Eu sou grande fã de Douglas Adams e de todo o universo que ele criou. Tenho os livros em original, tenho os audiobooks e até as gravações audio das sessões de rádio. Douglas Adams é para mim um dos expoentes máximos da eloquência e imaginação. Genial. Afinal foi ele que inventou o Paranoid Android, os Radiohead só adaptaram!

A adaptação ao cinema não correu bem. Aparentemente o guião foi escrito pelo próprio Douglas Adams (falecido em Maio de 2001) e a produção já andava por aí engalinhada desde 1982. Foi saltando de mão em mão e foi encalhar na Disney e a um realizador novato em cinema chamado Garth Jennings. Este último vem do universo dos videoclips, sendo o seu melhor (na minha opinião) o genial “Coffee and TV” dos Blur. Aquele em que dois pacotes de leite se apaixonam. Ainda assim, Garth Jennings conta apenas com 10 videoclips no currículo, o que não faz dele grande mestre.

Mas voltemos à adaptação. Este filme tinha potencialidades para ser um clássico instantâneo, tal a quantidade de bom material escrito por Adams, mas saiu um grande flop. O espírito do universo (literalmente) de Adams não foi apanhado com grande eficácia. Tentou-se condensar uma grande amálgama de referências e situações de vários livros que resultou numa experiência superficial e frígida, sem alento e sem alma. Apesar do excelente leque de actores, muitos deles de geniais Britcoms, aquilo saiu muito furado. Um tiro ao lado.

A história de amor enfiada à pressão foi outro tiro num pé. Nunca tal coisa acontece no livro. Tricia (aka Trillian) aparece apenas no livro para que aquilo não seja apenas uma festa de pilas, é apenas mais um personagem a ombrear com os outros, não uma trintona que quer casar e ter filhos.

Tecnicamente está muito bem, sem falhas a apontar. Os diálogos são bons e as sequências tiradas do próprio livro dos caroneiros não estão más, com um grafismo retro-futurista bem adaptado. Mas sinceramente, os fãs mereciam mais, muito mais. A pata elefantina e desajeitada da Disney fodeu tudo com a sensibilidade que lhes é conhecida, a de um rinoceronte com Parkinson. Fiquei muito chateado da vida e ainda me custa a acreditar que aquilo que poderiam ser os Monty Python do século XXI acabou por sair num tentativa que vai directamente ao esquecimento. Sniff Sniff…

3 Comments

  1. castor

    confesso que gostei do filme. se calhar por não ter lido o livro, vá…

  2. Clarisse

    Confesso que tenho que concordar.apesar de muitas vezes que aqui venho é mais pelos bons textos do que propriamennte concordar com tudo o que está escrito!
    Já agora a tradução que arranjaram no BR é qse ao bizarra qtoa de cá ” o Guia do mochileiro das galaxias” traduzindo mochileiro: um gajo que sia por ai a viajar com uma mochila ás costas! Enfim, por sorte encontrei a venda um DVD com a serie Inglesa, morri de rir! a li os dois primeiros livros e gostei bastante de descobrir que os bons filósofos são os que sabem gozar da filosofia! (com conhecimento de causa!)
    Continue com esse blog, como disse posso nao concordar com todas as opnioe, mas dar mesmo prazer em ler!

  3. pedro

    Ando à espera que me ofereçam a série da BBC há 4 natais e 3 aniversários. Acho que vou ter que a comprar eu mesmo… Obrigado pela visita!

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