Na edição de 2004 do festival de cinema de Cannes uma pedra atingiu o charco. A violência foi tal que acabou por criar um vortex sufucientemente forte para arrastar consigo toda a atenção mediática. Todos tinham opinião formada de gabarito doutoral. Michael Winterbottom, famoso realizador de filmes como 24 Hour Party People, Welcome to Sarajevo ou Jude, oriundo do púdico Reino Unido, lança um filme que com sexo explícito… E quando falo de sexo explícito, não é uma piroca a roçar ao de leve uma farfalhuda ratinha ou um broche ocultado pelas sombras, é foda dura e crua com direito a grandes planos, masturbação feminina e o famoso “money shot”.
Year: 2009 (Page 7 of 14)
Felizmente o fenómeno das cheerleaders ainda não está, para já, enraizado em Portugal. Não acho que demore muito a avançar, tal como o Halloween ou o dia dos namorados. Há até uma equipa de basebal federada na Associação Académica de Coimbra, por isso as cheerleaders devem ser o próximo passo lógico, em paralelo com os dedos de esponja gigantes e os cachorros quentes sem pão. Pessoalmente detesto cheerleaders. Dá ideia de que se nos distraímos nos arrancam os tomates à dentada. Não por serem violentas, mas porque são gajas que precisam de orientação constante para desempenhar as suas tarefas em segurança.
Filmes de terror teenager e os seus medos são, hoje em dia, aos magotes. Mas quando se fala em cinema de terror de contornos cronenberguianos em que a personagem principal sofre de Vagina Dentata, aí as coisas mudam de figura. Confesso que já vi muita coisa estranha na minha vida, incluindo um porco a andar de bicicleta. Mas um filme em que uma moça com dentes na crica passa a vida a arrancar pirocas aos seus parceiros sexuais é uma coisa que não pode nunca ser ignorada…
Este fim de semana revi o Rambo 2. Foi tal a dose de matança que fez de mim mais homem. Como se me tivesse crescido um quarto testículo. Uma vontade imensa de estripar apoderou-se de mim mas depressa esmoreceu quando Rambo cedeu ao romance e beijou a chinesa. Já não me lembrava dessa cena. Mas o amor é rapidamente interrompido pela execução sumária da amante oriental (uma rajada de balázio nas mamas). E a partir daqui é morte, destruição, carnificina, violência gratuita e uma eterna existência onanisma para o nosso musculado herói.
Séries de ficção científica dos anos 80, essa praga. Ainda hoje pago psicoterapia pelos danos que me causaram. Galáctica, Buck Rogers no Século XXV, Space 1999, Captain Powers and The Soldiers of The Future e V. Uma autópsia detalhada ao estilo “análise de danos psicológicos”. Uma viagem ao mais negro que a mente humana tem para oferecer: xunga do velho! (música em background que acompanha este texto)
Em primeiro lugar deixem-me que vos diga a minha opinião em relação a trilogias: passem-mas pelos tomates! Em relação a esta, pior ainda. Nos dias que correm parece que para algo fazer sentido no cinema, tem que encerrar o círculo místico da trilogia. Até aqui tudo bem, acaba por ser fácil lidar com esta situação: é evitar o primeiro tomo. Anos à espera do final, rumores, sites oficiais e sites auxiliares, action figures, novelas gráficas, fans a fazer tatuagens nas nádegas… Nah, definitivamente não é o meu ideal de cinema. Esta trilogia em particular é ainda mais ridícula, uma vez que deixa uma nesga aberta para a sequela, que a tornaria numa… quadrilogia?
Uma foto tirada ontem aqui na redacção do Cinema Xunga. Estava um bocado de frio e as minhas assistentes Inga e Helga tiveram que vestir qualquer coisinha.
Se hoje o planeta fosse atingido por um cataclismo que acabasse de vez com a nossa existência, diria apenas que veio atrasado uns dias. É que ao sofrimento atroz do Armagedão teria ainda que adicionar a agonia eterna que são as memórias de ter assistido ao filme “Second Life”. Há pessoas que conseguem reprimir memórias de um tio gorduroso que brincava ao “esconde o chouriço” e há cônjuges que aceitam a desculpa “Querido/a, no rabinho não conta como adultério”. Mas nem com psicanálise de máxima densidade nem com anti-depressivos para cavalos as memórias de Second Life se tornam inertes. Não há um dia em que não acorde molhado em suor com pesadelos do Nicolau Breyner a falar inglês ou o Malato a representar com o àvontade de um vampiro na praia de Copacabana. Aliás, já nem se viam cenas de sexo tão mau gosto desde que a Cicciolina mandou uma cagada no peito do seu parceiro em Chocolate e Banana (1986)*.
De há uns tempos para cá uma conspiração de larga escala tem grazado o país. Uma sociedade secreta anda a tentar reescrever a História dizendo às nossas crianças que o Avô Cantigas é este que está aqui em cima na foto. Por mais que tentemos incutir na cabecinha das nossas crianças que este não é o Avô Cantigas, elas teimam em pensar que somos senis e não percebemos nada de TV, à excepção do telejornal. Por isso peço a quem o tenho retido que o liberte. Queremos o original, queremos aquele que cantava na Arca de Noé, aquele que tratava o Júlio Isidro por tu. Aquele que enchia o cabelo de farinha para não se notar que afinal tinha 30 anos…
Após um acontecimento traumático e alguns infelizes incidentes, um jovem rapaz acaba em prisão domiciliária. Depois de lhe ser cortado serviço Xbox, o serviço iTunes do seu iPod, resta-lhe beber Coca-Cola, lavar o cabelo com Palmolive, ver filmes na sua TV Magnavox e aceder à Internet através do seu Macintosh iBook onde usa frequentemente o YouTube para fazer uploads de vídeos feitos com a sua Sony. Começa a espiar a vizinhança (Carl Zeiss) e conhece uma vizinha boa (Durex+KY) e desconfia que um vizinho é um potencial serial killer (Facas Ginsu para carnes e churrascos).
Um maneira de fazer a análise sociológica de um povo é através dos seus filmes de ficção científica. Neste género cinematográfico são projectados os medos, anseios, esperanças da época em que o filme é feito. Além disso servem frequentemente para mensagens políticas (subliminares ou descaradas) projectando as críticas nos extra-terrestres, sociedade distópicas ou safardanas totalitaristas. Outra maneira de analisar uma sociedade em determinado ponto do tempo é através do remake do “Invasion of the Body Snatchers” produzido na altura. Podem escolher 1956, 1978, 1993, 2007! E irá continuar, os historiadores do futuro contam com isso.
Ajuda um Cylon! Envia já óleo não usado que tenhas por casa, conjuntos de porcas ou mesmo aquelas lâmpadas que compraste para substituir os stops do Fiat Uno e afinal não davam… Hoje são eles, para a sequela podes ser tu!
Para quem não sabe, existe uma banda chamada Supernova que tem uma música chamada “Chewbacca”. Fica aqui um videoclip caseiro dessa música que tem como bonus um diálogo no início retirado de Clerks, que explica porque é que Empire Strikes Back é o melhor Episódio de Star Wars. E assim me despeço, com Chewbacca no coração!
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Oh não, outro post de Woody Allen? Sim senhor, hoje não há javardice…
Quando se diz que Woody Allen já teve melhores dias, não significa que os seus filmes recentes sejam maus. Significa apenas que não são geniais. Eu nunca me farto de Woody. Deconstructing Harry é provavelmente o meu preferido da sua fase mais moderna. Apesar de Allen (actor) parecer ligeiramente desenquadrado, temos um magestoso argumento e uma super galeria de actores secundários. Aliás, meus amigos, esta filme marca a estreia de Jennifer Garner no cinema. Pelo menos num papel em que aparece vestida e sem genitália na boca…
Aos olhos dos jovens de hoje, Bud Spencer e Terence Hill poderiam ser facilmente confundidos com um número de circo. Mas não de um circo qualquer, daqueles que são acompanhados por camelos moribundos e leões bulímicos e cujo apresentador, porteiro, vendedor de bilhetes e pipocas, faquir, contorcionista e ordenhador de alpacas são a mesma pessoa. Mas nos tempos áureos dos videoclubes e do cinema de bairro, eram o pináculo da comédia, o expoente máximo da gargalhada, como são hoje em dia Jim Carrey, Seth Rogen, Will Ferrel, Adam Sandler ou Ben Stiller.
O Arapuk chamou-me a atenção para este fantástico trailer. Uma mistura de Terminator 2, com Casshern, com Transformers, com meia dúzia de pornos japoneses e narrado pelo vocalista dos Napalm Death com aparentes sintomas de laringite. Nunca tinha visto ninguém ser assassinado com um camarão panado nem uma gaja ser atingida com uma espada de samurai pelo cu adentro…
Se me fosse dado um tractor carregado de estrume e uma catapulta (propulsora de estrume, obviamente!) e me fosse dito “Rapaz, podes usar esta carga de estrume para metralhar um ecran de cinema durante um filme. Escolhe-o sabiamente, pois só…“. Ainda o agricultor não tinha acabado de falar e garanto-vos que já ia eu a entrar por um cinema Zon Lusomundo adentro com os olhos raiados de sangue, a espumar pela boca e uma carga de estrume prestes a forrar o fronha do Nicolas Cage numa fumegante amálgama de merda de vaca…
Sleeper é uma genial incursão de Woody Allen na ficção científica. Passado no ano 2173 recebeu o ignóbil título português de “O herói do ano 2000”, uma falha de aproximadamente 173 anos que se deve ao facto de nenhuma das pessoas envolvida na tradução do título ter visto o filme. É o filme que Woody Allen fez no ano em que eu nasci e tem as lendárias cenas do Orgasmatron, as Orbs (droga do futuro) e uma luta épica com uma banana e um espargo gigante, isto enquanto o mundo é governado por um nariz…
Quem não sentiu o seu pau endurecer severamente na cena lésbica de Mulholland Drive não é certamente filho de boa gente. Naomi Watts mostra ao mundo todo o seu potencial “levanta pau” sob a genial realização de David Lynch. Ficam aqui algumas dessas recordações. Cuidado pois pode provocar cegueira…
A única razão pelo qual não é um “separados à nascença” é porque são a mesma pessoa.
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