Deconstructing Harry (1997)

Oh não, outro post de Woody Allen? Sim senhor, hoje não há javardice…

Quando se diz que Woody Allen já teve melhores dias, não significa que os seus filmes recentes sejam maus. Significa apenas que não são geniais. Eu nunca me farto de Woody.  Deconstructing Harry é provavelmente o meu preferido da sua fase mais moderna. Apesar de Allen (actor) parecer ligeiramente desenquadrado, temos um magestoso argumento e uma super galeria de actores secundários. Aliás, meus amigos, esta filme marca a estreia de Jennifer Garner no cinema. Pelo menos num papel em que aparece vestida e sem genitália na boca…

Mas o que me faz verdadeiramente amar este filme é uma sequência de 3 minutos acerca de um actor (interpretado por Robin Williams) que está sempre desfocado. Tanto no cinema como na vida real. Para que as pessoas o possam ver focado têm que usar óculos, o que faz com que o resto do mundo fique desfocado. Uma metáfora para aquelas pessoas que não se habituam a nada e os outros é que têm que se habituar a eles.

Mas é a galeria gigantesca de actores famosos e representar vários alter-egos dos personagens, nas cenas reais e nas cenas imaginadas por Woody (personagem) que faz deste filme uma refrescante pérola na sua cinematografia dos anos 90. O argumento é fabuloso, um verdadeiro case study para quem se quer aventurar nestas artes cinematográficas ou em entretenimento em geral. É também um filme duro, tanto em linguagem como em cenas mais ousadas. Elaine de Seinfeld a levar no pito, por exemplo.

Deixo-vos com a tal sequência de 3 minutos em que Robin Williams sofre de desfocagem crónica.