Uma das coisas que poucas pessoas sabem é que Chewbacca teve um curta e promissora fase de pintor antes da sua carreira como co-piloto espacial. Durante a fase final do liceu fez uma exposição de desenhos a lápis de retratos de amigos e naturezas mortas. Esta é a peça nº 124A do leilão e tem o título “Auto-retrato à saída do barbeiro”. Terá sido feito numa das únicas 3 vezes que se depilou completamente. Das outras vezes teve que o fazer por causa de uma epidemia de piolhos e para tentar caber dentro de um fato de cabedal “hot bondage” com coleira e bola de boca.
Author: pedro (Page 31 of 39)

"Enlatados de Silly Season"
Natal, ai o Natal. Essa época do ano em que o marketing nos diz que somos péssimas pessoas se não gastarmos todas as nossas poupanças a comprar inutilidades aos nossos conhecidos. A époco em que, aparentemente, somos todos amigos. A época em que enchemos de SMS’s pré-fabricados os telefones de todas as pessoas da lista, incluindo aqueles de quem nem nunca sequer ouvimos falar. Uma vez recebi um SMS natalício de um tipo que me ameaçou com atropelamento dois dias antes.

"Enlatados de Silly Season"
Antes de começar a ver este filme, algumas vozes disseram-me “Queima o DVD, queima o DVD“, e eu que normalmente não ligo à vozes que me falam de dentro da cabeça, meti o DVD. Gostei do original, mas isso eram outros tempos, os tempos do delicioso gore despropositado, os tempos em que ninguém se ia preocupar se os teenagers iriam passar uma vida no psicólogo ou se iriam despachar a tiro 17 colegas lá na cantina do liceu.

"Enlatados de Silly Season"
A distribuição de cinema no circuito comercial tem um calendário bastante bem definido. Há épocas altas (comercialmente): Natal, férias da Páscoa, Verão, etc. Há alturas para blockbusters, outras para thrillers ou alturas para incontáveis mixórdias para crianças. Requentadas e recicladas. Há também alturas mortas, em que são distribuidos filmes inócuos. Filme sem grandes aspirações artísticas, mas com algum poder de marketing e uma ou outra estrela cadente da antiga Hollywood. Isso aconteceu neste filme, com Harrison Ford a dar a cara por um argumento ranhosito e uma estética cinematográfica de template. Harrison Ford, diga-se, que já acusa um certo cansaço e uma ou outra crise de próstata.
Mas não se pense que Jesus Christ – In the Name of the Gun tem o exclusivo que diz respeito às bandas desenhadas que têm como principal herói o filho do Criador. Também a trilogia Loaded Bible nos conta a história de um mundo pós-apocalíptico em que Cristo tem que salvar uma América destruída por uma guerra nuclear da ameaça de vampiros.
Os caminhos da descoberta que me levam aos lados mais negros da banda desenhada alternativa por vezes surpreendem-me com paisagens únicas. Descobri, entre outras coisas, que por vezes podemos encontrar séries de BD que dariam excelentes filmes para públicos constituídos por mim e mais… 16 ou 17 pessoas! Jesus Christ é uma BD que não vai certamente agradar aos mais religiosos, mas que é um deleite para quem tiver a mentalidade mais aberta a experiências visuais alternativas.
A intriga internacional com filmagens em várias paragens do globo é um género antigo mas cada vez menos usado. É neste reino do James Bond que se passa The International. Filme bonito, tecnicamente bem conseguido, de belos cenários e fotografia decente que no entanto é maior colecção de pontas soltas, buracos de lógicas e saltos de fé que já vi nos últimos tempos. Nem Naomi Watts, num registo vestido, salva o filme das lamas do esquecimento rápido.
Fica aqui um retrato de família pintado numa feira medieval em Hrasskis, no sector Farlax. Foi numa das raras ocasiões que Chewbacca teve de passar 15 dias de férias com a família. Nos quadros atrás da família está a única foto conhecida do casamento de Chewbacca. Consta que num arrufo familiar o sogro de Chewbacca terá queimado todas as fotos do casamento antes de se imular em chamas como forma de protesto contra a presença de Han Solo num concerto de Tony Carreira.
Se numa dimensão alternativa os Super Heróis banidos da sociedade só vestissem os seus fatos para mandar umas berlaitadas? Será que o Super Homem ao mandar uma queca na Lois Lane não lhe provoca estragos graves no aparelho reprodutor? Quer dizer, uma verga de aço não deve ser coisa fácil de aguentar! E se por acaso o Super Homem quisesse praticar um bocadinho de dickslapping? Não correria o risco de lhe arrancar a cabeça pela raíz de modo a que ficasse apenas uma massa cerebral ensanguentada a escorrer pela parede? Infelizmente estas questões não são respondidas em Watchmen que se concentra em coisas mais sérias: a ultra-violência com estilo e a negridão da condição humana!
Recebi um mail a perguntar o que significa o termo “ultra-violência” que eu às vezes uso nos textos. Aproveito para adicionar esta pergunta (número 7) à FAQ do Cinema Xunga e deixo aqui a resposta para que não tem tempo para clicar.
A ultra-violência é um termo usado em Laranja Mecânica e que eu uso nos posts para dizer que a violência existente nesse filme (ou lá o que seja) é bastante superior ao convencional. Exemplo de violência: Homem apunhalado no abdómen. Exemplo de ultra-violência: Homem vê os seus intestinos caídos no chão depois de ter sido trespassado na diagonal por uma espada de Samurai. Mulher e filhos assistem à cena enquanto o avôzinho é comido por cães depois de ter sido separado em 8 partes com um cutelo. A avó não assiste à cena porque, infelizmente, lhe enfiaram uma ferro em brasa pelos olhos adentro…
O que me levou a aceitar o desafio de aguentar grande parte desta abominação foi o meu fraquinho por Road Movies em todas as suas vertentes. Comédias, dramas, romances, os americanos têm jeito para o Road Movie. Talvez seja por terem aquela cultura automobilistica tão forte ou por terem tantos Kms de estrada, mas o certo é que o Road Movie em Portugal não tinha grande futuro. Imaginem o que era dois gajos de Fiat Uno a sairem de Lisboa à procura de qualquer coisa e chegarem a Valência do Minho 3 horas depois e verem o fim da estrada e sem nenhuma aventura lhes ter acontecido. Seria, no mínimo, decepcionante…
No que diz respeito a banda desenhada sou aquilo a que se chama um trolha. Leio ocasionalmente mas não tenho conhecimento enciclopédico nem paciência, diga-se. Cada vez que vou a uma loja de BD e faço perguntas sou sempre recebido com aquele ar de “Que monte de merda é este que nem sabe que o Homem Aranha perdeu um testítulo na batalha com o Homem Azeiteiro no Marvel Idiots Nº244.” Mas de Evil Deads e Ash percebo eu e é um regalo para o olho ver Ash novamente a esquartejar o Homem-Aranha, Wolverine, o Quarteto Fantástico, etc, sendo todos eles zombies. Um sonho de infância tornado realidade. A cereja no topo do bolo é a aparição de Howard The Duck (Zombie, claro!) a comer um cérebro como se fosse uma tacinha de doce da casa.
A overdose de intelectualidade de alguns filmes de Woody Allen tem vindo a ser mal compreendida pelo públicos menos fiéis de autor. Aquilo que parece ser uma atitude pretensiosa face à nossa ignorância no campo dos compositores austríacos ou dos filósofos alemães é quase sempre uma falácia narrativa que Allen arranja para nos presenciar com uma paulada na cabeça para aquilo que se pode definir como “Banho Frio de Realidade”. Ah, é verdade, e neste filme também há amor lésbico entre Penelope Cruz e Scarlett Johansson.

Especial Action Heroes dos anos 80
Crime is the disease. He’s the Cure. Frase pastelona esta que servia de slogan a mais uma matança surreal dos anos 80, antes do politicamente correcto se apegar à nossa sociedade como um tumor maligno. Cobra é um icon dos anos 80 e do seu entretenimento ultra-violento no despontar do cinema de ultra-acção como blockbuster. Apesar de ser um sucedâneo de Rocky e Rambo, Cobra é por sí só um case study social. Numa altura em que havia poucos estudos acerca da recém criada ultra-violência urbana, os argumentistas e produtores aproveitavam a ignorância do seu povo para enfiar todos os mais surreais defeitos nos vilões dos filmes. Aqui temos um vilão violento, que come crianças, mata gratuitamente, é nazi, de extrema esquerda, de extrema direita, não usa a passadeira para atravessar a estrada e fuma. Meu Deus, demónio fumador como todos os fumadores do mundo celuleico. (celulóico?)
Estas fotos foram encontradas numas calças de ganga de Chewbacca, esquecidas numa lavandaria da província de Mantikii, em Coruscant. Supõe-se que tenha sido tirada numa excursão ao Santo António de Dagobah, para cumprir uma promessa que Chewbacca terá feito quando se viu prestes a ser comida de verme às mãos de Jabba The Hut. Não se sabe o que faria com C3PO mas decerto não seria nenhuma missão diplomática. No entanto é de notar de C3PO além da capacidade de dominar 6 milhões de formas de comunicação teria ainda uma adenda no seu manual de instruções chamada “Como activar o modo de alívio manual“, seguido da frase em letras minúsculas “se é que me estou a fazer entender!“
Na edição de 2004 do festival de cinema de Cannes uma pedra atingiu o charco. A violência foi tal que acabou por criar um vortex sufucientemente forte para arrastar consigo toda a atenção mediática. Todos tinham opinião formada de gabarito doutoral. Michael Winterbottom, famoso realizador de filmes como 24 Hour Party People, Welcome to Sarajevo ou Jude, oriundo do púdico Reino Unido, lança um filme que com sexo explícito… E quando falo de sexo explícito, não é uma piroca a roçar ao de leve uma farfalhuda ratinha ou um broche ocultado pelas sombras, é foda dura e crua com direito a grandes planos, masturbação feminina e o famoso “money shot”.
Felizmente o fenómeno das cheerleaders ainda não está, para já, enraizado em Portugal. Não acho que demore muito a avançar, tal como o Halloween ou o dia dos namorados. Há até uma equipa de basebal federada na Associação Académica de Coimbra, por isso as cheerleaders devem ser o próximo passo lógico, em paralelo com os dedos de esponja gigantes e os cachorros quentes sem pão. Pessoalmente detesto cheerleaders. Dá ideia de que se nos distraímos nos arrancam os tomates à dentada. Não por serem violentas, mas porque são gajas que precisam de orientação constante para desempenhar as suas tarefas em segurança.
Filmes de terror teenager e os seus medos são, hoje em dia, aos magotes. Mas quando se fala em cinema de terror de contornos cronenberguianos em que a personagem principal sofre de Vagina Dentata, aí as coisas mudam de figura. Confesso que já vi muita coisa estranha na minha vida, incluindo um porco a andar de bicicleta. Mas um filme em que uma moça com dentes na crica passa a vida a arrancar pirocas aos seus parceiros sexuais é uma coisa que não pode nunca ser ignorada…
Este fim de semana revi o Rambo 2. Foi tal a dose de matança que fez de mim mais homem. Como se me tivesse crescido um quarto testículo. Uma vontade imensa de estripar apoderou-se de mim mas depressa esmoreceu quando Rambo cedeu ao romance e beijou a chinesa. Já não me lembrava dessa cena. Mas o amor é rapidamente interrompido pela execução sumária da amante oriental (uma rajada de balázio nas mamas). E a partir daqui é morte, destruição, carnificina, violência gratuita e uma eterna existência onanisma para o nosso musculado herói.
Séries de ficção científica dos anos 80, essa praga. Ainda hoje pago psicoterapia pelos danos que me causaram. Galáctica, Buck Rogers no Século XXV, Space 1999, Captain Powers and The Soldiers of The Future e V. Uma autópsia detalhada ao estilo “análise de danos psicológicos”. Uma viagem ao mais negro que a mente humana tem para oferecer: xunga do velho! (música em background que acompanha este texto)
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