Desde 24 de Junho de 2003

Category: Cinema (Page 14 of 26)

A Single Man (2009)

Por uma estranha e incompreensível razão, só cerca de uma hora dentro do filme me apercebi que este não era o último filme dos irmãos Coen, este é apenas um filme com um nome muito parecido. Foi nessa altura que “Senti o gume frio da navalha até ao osso, senti o cão da morte a bafejar no meu pescoço“. Respirei fundo 3 vezes e pensei que este também nem estava a ser muito mau e avancei rumo ao final de um filme que mudou a meio. Além disso, ainda está para aparecer uma performance de Julianne Moore que não me hipnotize. Bom talvez Evolution ou o remake de Psycho, o filme mais desnecessário da História da Humanidade.

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The Crazies (2010)

Havia nos anos 80 duas regras de ouro para avaliar um filme de terror nos primeiros 15 minutos. Uma fórmula que, apesar de pouco ortodoxa, nunca falhava. Regra 1: se um filme de terror mostra mamas  em abundância ou sexo relativamente explícito nos primeiros 15 minutos é porque não vamos ver muita carnificina sanguinária. Regra 2: Se nos primeiros 15 minutos um grupo de 10 pessoas fica presa num local isolado com um psicopata que os levará à lenta extinção, um a um, estamos perante mais um desinspirado e monótono clone slasher de Sexta-Feira 13.

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Wookie Babysitter – Chewbacca à Sexta

Durante a grande greve dos Lucjkz de Tatoine, o Milennium Falcon ficou retido em doca seca devido a um problema com a cabeça do motor de propulsão iónica. Durante 8 meses Chewbacca teve que arranjar alguns part-times, enquanto Solo fazia uns biscates de canalização a um Hutt que tinha um quinta de morangos nas montanhas de Farsik.

Noite Escura (2004)

Quando eu tinha 6 anos queria ser bombeiro. Com 1o anos queria ser astronauta, mas de um império maléfico. Mas aos 16 anos a minha ambição desmedida de gerir uma casa de putas consumia-me por dentro. As coisas correram noutra direcção e acabei por ter uma profissão banal, apesar de também haver putas na minha linha de trabalho. Choro frequentemente antes de adormecer a pensar no meu sonho perdido. Mas agora que vi Noite Escura de João Canijo percebo que administrar um bordel não é tão glamoroso como pode parecer à primeira vista.

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[Rec]2 (2009)

Se uma pessoa aparece com a cabeça de um ganso enfiada no cu e o resto do ganso a pender como um gravata nadegal, eu considero isso um conceito inovador e original. Admiro a imaginação e coragem do seu autor, mesmo não sendo obrigado a gostar nem sequer a usar, porque não sou um gajo de modas. Se no dia seguinte um batalhão de pessoas aparecerem com cabeças de ganso enfiadas no cu e o resto dos gansos a pender como  gravatas nadegais, aí já considero haver seguidismo e falta de originalidade, mesmo que em vez de gansos tenham usado patos bravos, avestruzes e bovinos de pequeno porte.

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Legion (2010)

Sempre tive bastante dificuldade em compreender o fascínio do imaginário norte-americano por ver nas armas a solução para todos os problemas. É grande a quantidade de filmes que assentam o seu clímax numa cena em que uma pessoa (ou mais) acedem a um arsenal de proporções militares para resolver determinado problema de uma vez por todas, mesmo que esse problema seja um exército de anjos imortais enviados pelo criador com o intuito de provocar o Apocalipse e por fim de uma vez por todas a “estes irritantes humanos”. Continue reading

Eastern Promises (2007)

Cru, orgânico, chocante, Cronenberg… É este Cronenberg que nos assusta, que nos faz ter pesadelos apenas mostrando a natureza humana, sem recorrer a fantasmas, assassinos de motosserra ou ataques de monstro na baixa. É apenas a carne, o desejo, o poder, a loucura ou o simples líbido. Cronenberg mostra o outro lado, o lado que não mostramos na padaria nem no centro comercial. É o lado não filtrado da humanidade em estado puro, primordial e visceral, aqueles instintos que ainda nos restam do tempo dos tigres de dente de sabre. É este Cronenberg que idolatro!

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[REC] (2007)

Tempos a tempos somos presenciados com novos obras que nos arrebatam e nos fazem repensar toda a dinâmica do cinema. Este filme não é um desses casos, mas por pouco… [REC] é um exemplo do Hiper-Realismo na estética cinematográfica, uma tendência que pegou no mainstream recentemente e, provavelmente, irá levar este esquema cinematográfico ao limite do absurdo. Mas para já encontra-se no limite do tolerável. E o Hiper-Realismo quando se junta à boa e velha Ultra-Violência e as mãos de um mestre, temos festa na aldeia.

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Kick-Ass (2010)

Chegou finalmente aos cinemas a tão aguardada adaptação de Kick-Ass. Os leitores assíduos deste blog e aqueles que não sendo assíduos sabem usar um formulário de pesquisa perceberão que há muito que se fala por aqui em Kick-Ass. E o resultado é o que se esperava: um hino à ultraviolência feelgood com um agradável dose de humor negro bem equilibrada fazendo jus à velha máxima “I have come here to chew bubblegum and kick ass…and I’m all out of bubblegum.”

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The Imaginarium of Doctor Parnassus (2009)

Apesar de haver no cinema imensos hábeis artesãos, técnicos competentes, contadores de histórias natos e visionários subversivos, o certo é que génios há poucos. Na realidade eu só me lembro de um colectivo de génios que revolucionaram as imaginações mundiais há mais de 40 anos, fazendo algo que ainda hoje é desafiador e incompreendido. Monty Python, os criadores da cómédia que efectivamente tem piada, alteraram por completo o paradigma do humor. O efeito ainda hoje nos brinda com a ocasional obra de arte pelas mãos daquele que é considerado o Monty Python invisível: Terry Gilliam. Continue reading

Jennifer’s Body (2009)

Megan Fox é um totem pós-moderno do culto da “sexualidade que está para vir”, tipicamente idolatrada por teenagers virgens que aquecem o pescoço em sua honra. É verdade que é bonita e sensual, mas para aqueles lados são todas bonitas e sensuais. Só que esta é sonsa, má actriz. O chamado monólito unidimensional. O que não se compreende é a frequência com que é usada como arma de arremesso a cada vez que se quer chamar às salas pubescentes no pináculo da crise hormonal cujo único medo é que a masturbação cause efectivamente cegueira.

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RoboCop (1987)

Robocop é um clássico intemporal, um filme que é já uma instituição e um conceito que ultrapassa em muito as barreiras da sétima arte. Muito mais do que um dos melhores filmes dos anos 80, é também um dos melhores filmes de ficção científica da história do cinema. Mas há um segredo negro em Robocop, uma verdade escondida que todos conhecemos e temos muitas vezes vergonha de admitir em público. É que por muito viril e poderoso que  seja o Murphy Robocop, há um personagem de tão infinito coolness que ao seu lado Murphy parece um pigmeu efeminado: o seu nome é ED-209

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Vals Im Bashir (2008)

Era uma manhã quente de Verão em meados dos anos 90. Não tinha ainda recuperado totalmente a consciência num bar nos arredores de Proença-a-Nova e já um senhor de meia idade estava a falar comigo. Ignorei-o, como faço a toda a gente, mas o seu matraquear era imparável e percebi que só depois de o ouvir me poderia ver livre da sua maçuda companhia. Chamava-se Alcides e dizia ser bastante conhecido em Portugal devido ao seu disco de música popular “Levar leitinho na bilha”. Anuí por compaixão. Estava acompanhado de um acordeão e uma rapariga jovem de ar muito usado que dizia não se poder sentar porque lhe doía o cu.

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The Invention of Lying (2009)

Mentira, o conceito que sustenta os pilares das sociedades desde o nascer dos tempos, o conceito que permite que a frágil estrutura de moralidade e bons costumes não desabe sobre si mesma, engolindo para sempre o mundo na noite eterna da miséria humana. Quem não tem nada a esconder ou diz não saber mentir é, só por si, um mentiroso profissional. Mas como seria um mundo sem mentira, um mundo onde a honestidade é a standard cruel sob a qual as pessoas carregam o seu enfadonho quotidiano? Um mundo sem imaginação, sem ficção e sem a mais pálida centelha de engenho? Ricky Gervais disfarça a sua obra multidimensional de comédia romântica,  tão querida pelo grande público, o mesmo tempo que enraba todos os valores morais, políticos e religiosos da civilização ocidental no mesmo processo.

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The Exorcist (1973)

Corria o ano de 1987. Meados de Julho. Já havia passado mais de um mês de férias grandes e a euforia lentamente se transformava num quase imperceptível tédio. Suave, mas a ganhar força. Eram 4 da manhã e eu, o meu amigo Zé  e o meu primo João regressávamos de um baile de uma aldeia vizinha, onde fomos na esperança de ver pelo menos uma cover de Judas Priest ou Ramones. Recusamos várias danças e o balanço da noite resumiu-se a dois apalpões e a promessa de um aquecimento de pescoço lá mais para o final da semana. Chegados a casa decidimos meter um VHS alugado no dia anterior. O exorcista… Duas horas depois três teenagers apavorados jaziam imóveis num sofá, sem pestanejar, quase sem respirar, a esperar pela luz do dia. Só com os primeiros raios de sol ganhámos força nas pernas e o sangue voltou a fluir com naturalidade. Até ao dia de hoje continua a ser uma das experiências mais aterrorizantes da minha vida.

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Micmacs à tire-larigot (2009)

Se eu vos disser que vou falar novamente de um filme francês que gostei, o mais certo é que só veja a vossa forma em fumo no espaço antes ocupado pelo vosso corpo e um intenso cheiro a borracha queimada provocado por um arranque rápido em direcção a um destino menos enfadonho. Mas se vos disser que este é o novo filme de Jean-Pierre Jeunet? O mestre por detrás de Delicatessen e La cité des enfants perdus que conheceu a fama e glória com Le fabuleux destin d’Amélie Poulain e o famigerado Alien: Resurrection?

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Ne le dis à personne (2006)

O thriller, enquanto policial obscuro quase a roçar a ténue fronteira com o filme de terror ou paranormal, está a definhar. Uma tendência popularizada por Hitchcock e eleita ocasionalmente por realizadores competentes para exercícios de estilo, saudosismos ou para contar uma história com mais densidade do que é previsível num filme mainstream. E se é certo que na maior parte das vezes o resultado acaba por se vaporizar para o eterno vazio da memória cinematográfica mundial, também é certo que por vezes aparecem obras excepcionais, histórias que nos amarram como octopodes viscosos e só largam depois do climax narrativo.

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Twilight (2008)

Os filmes da minha adolescência foram maioritariamente slasher movies de extrema violência. Ainda assim já vou com 36 anos e ainda não matei ninguém. Não havia necessidade de proteger as criancinhas das influências satânicas da violência televisiva. A malta sabia que eram apenas filmes. Nos dias de hoje protegemos as nossas crias da nefasta influência da violência mostrando-lhes filmes de vampiros que brilham ao sol, mortos-vivos deprimidos crónicos com paralisia facial e cuja única carne humana que comem é pénis, normalmente de empurrão…

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O inferno do “Product Placement”

Hoje não falo de filmes nem de deboche. Para quem não sabe, o product placement é a buzz word que define “colocar descaradamente publicidade em filmes, séries, jogos ou outros produtos de multimédia e entretenimento”. Outra coisa que eu quero dizer, e já que estou numa fase da vida de desabafo, é “Odeio a Apple”. E o mais curioso é que nunca fui cliente nem usei nada da Apple. Eu sei que tenho amigos e leitores completamente Apple-dependentes que mais depressa afagavam o testículo do Steve Jobs do que davam sangue à própria mãe. Mas não já estou num ponto de não suportar a ideia criada por Hollywood de que o único telemóvel do mundo é o iPhone, o único leitor de MP3 é o Ipod, os únicos portáteis são os Mac e agora esta insuportável pasta de merda seca que é o Ipad.

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The Spirit (2008)

Sexta-Feira chuvosa. Estava eu num bar de alterne na Zouparria a olhar para cinco prostitutas deprimidas. Entre todas partilhavam 12 dentes e 382 era o total das suas idades somadas. Fingi beber a minha água campilho e saí pela janela da casa de banho, sem pagar. Estava a precisar de um bom filme para lavar a alma. Apanhei o início do Spirit num canal Premium do cabo. Passados 30 minutos estava a ponderar se não seria menos doloroso arriscar gonorreia com a Jandira, uma brasileira que se orgulhava de ter feito duas mamadas a Goebbles na altura em que ele ainda era presidente da junta de uma pequena freguesia nos arredores de Frankfurt.

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