Desde 24 de Junho de 2003

Category: Xunga e Boff! (Page 6 of 10)

Ghost Rider (2007)

Há na vida certas situações que sabemos que vão ser extremamente desagradáveis e ainda assim avançamos. Como ir ao Joshua’s comer uma Pita Shoarma e saber que vamos andar a tarde toda com um arroto mortífero capaz de sugar a vida a qualquer criatura que se atravesse no seu caminho. Ir jantar a um restaurante indiano e saber de antemão que daí a meia hora temos as labaredas do inferno a subirem-nos pelo esófago acima sob a forma do mais abominável refluxo ácido, capaz de criar bolas de cuspo que dissolvem 3 pisos de betão. Ou ir ver uma adaptação cinematográfica de uma BD da Marvel, que sabemos que nos vão doer os tomates de tanto rir, apesar de não ser uma comédia.

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9 (2009)

Andei durante algum tempo confuso com este “9”. Via umas notícias, depois outras, depois umas imagens, uns teasers e uns trailers e havia informação altamente contraditória. Depois percebi que há um “9” e um “Nine”. Sendo o que me interessa este “9” de animação de contornos burtonianos passado numa sociedade pós-apocalíptica distópica, animado superiormente com design de deixar água na boca. O outro, por extenso “Nine”, é um musical onde se dança muito e ao que parece ainda se canta mais e com capacidade de provocar mais mortes por alergia que qualquer outro produto no mercado, incluindo cicuta, arsénico ou o famoso barrote de madeira na base da nuca.

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Carriers (2009)

Há uns tempos atrás todas as autoridades mundiais da saúde se dirigiram ao planeta acerca de uma nefasta pandemia  que nos iria assolar. As previsões: milhões de mortos, devastação planetária, corte do circuito de distribuição de alimentação, saques em massa e violação de animais de companhia numa escala nunca antes vista. Agora que estamos a passar essa suposta fase de pestilência começamos a perceber a verdadeira escala da epidemia: farmacêuticas já nem sabem onde meter tanto dinheiro que receberam de vacinas, os governos recolhem-se nos seus gabinetes com orelhas de burro na cabeça a falar da meteorologia para mudar conversa,  os médicos que ajudaram ao pânico mundial a passar férias nas caraíbas com pintelhos entre os dentes da festa da noite anterior e as multidões começam a juntar archotes, forquilhas, alcatrão e penas para ir até à sede da Organização Mundial de Saúde. Percebemos finalmente que perante a globalização e a cultura corporativa multinacional somos todos vacas leiteiras.

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Collateral Damage (2002)

Algo está mal num filme quando nas cenas iniciais temos um Schwarzenegger velho, com peles descaídas e provavelmente um pénis de insuflar devido a uma prostatectomía que correu mal. Curiosamente a sua esposa tem 28 anos, modelo de publicidade e o puto de 6 anos é parecido com o carteiro… Mas é este o ambiente inicial de Collateral Damage e a sua melhor parte, porque depois daqui é queda livre em direcção aos abismos negros e malcheirosos do filme de merda.

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Law Abiding Citizen (2009)

Imaginem um Frankenstein moderno a construir uma gaja. Faz-lhe um corpo escultural, maminhas torneadinhas e rabiosque que desafia a gravidade. Sempre a trabalhar com tempo e dedicação. Uma jeitosa de proporções épicas, com coeficiente de “levanta pau” a rondar os 98%. E depois mete-lhe uma cabeça de cavalo à pressa, colada com fita cola para despachar o trabalho. A sensação final seria mais ou menos a mesma deste filme.

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Hancock (2008)


Perdido aqui nos meus drafts quase há um ano andava este Hancock, uma miserável tentativa de criar um filme de super heróis, anti-heróis. Mas o certo é que o filme não teve o sucesso nem o impacto que inicialmente se previa. Ver Hancock é como ver alguém castrar um crocodilo dentro de uma cabine telefónica usando apenas uma colher. É arrojado, aparatoso, corajoso, pouco visto, mas com um resultado final perfeitamente inútil…

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2012 (2009)

Há 40 anos atrás um tipo inventou um género de cinema chamado “Disaster Movie”, cuja tradução para português deverá ser algo como Filme Catástrofe. A ideia consistia em arranjar uma situação aborrecida que iria escalar lentamente para uma desgraça. Um arranha céus a arder e a malta no último andar, um barco virado ao contrário ou um avião sem combustível, em chamas e sem trem de aterragem. E era isto a que se chamava catástrofe. Nos anos 90 apareceu outro tipo de catástrofe um pouco maior que afectava uma cidade inteira, uma ilha ou mesmo um pequeno país. Mas eis que a meio deste processo aparece Roland Emmerich. Com a delicadeza de um touro ferido numa reunião da tupperware e o seu próprio conceito de Filme Catástrofe, com a destruição total do planeta e um argumento que é basicamente assim: Fade in – Casa Branca – toca o telefone às 4 da manhã, presidente atende e alguém diz do outro lado “Sr. Presidente, está tudo fodido”. (encher restantes 129 minutos com destruição em massa de todas as infrastruturas que possam arranjar). Keywords: Bandeiras americanas e família em primeiro lugar. Heróis. PS: Poupem os cães…

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The Dukes of Hazzard (2005)

O boom do DVD e as TVs por cabo temáticas trouxe uma promessa aos saudosistas: poderiam rever as séries que tanto os emocionaram na juventude. Ora, como qualquer saudosista sabe, isto não é bom. A ideia de entretenimento de qualidade que temos acerca dessas séries cedo se esvanece à primeira re-visualização das nossas séries de infância. O que parecia bom parece agora uma bosta de merda completamente idiota e estupidificante. Eu já tive essas experiências. Séries como Galáctica, Buck Rogers, Captain Power and the soldiers of the future, MacGyver, Verão Azul, 3 Duques entre outras são más… Horríveis. Mas porque eram tão boas antes? Bem, porque o tempo era outro e os nossos standards eram os da altura. E esses memórias devem ficar contidas herméticamente no cérebro. Qualquer tentativa resulta na sua destruição, e com ela cai a nossa ideia de “infância feliz”. Há excepções. O Space 1999 ainda é bom. É bom porque é funky, e o funky, como toda a gente sabe, nunca sai de moda.

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House of Wax (2005)

Na altura das vésperas das estreias dos grandes blockbusters e no início das férias escolares americanas, os estúdios mandam assim à laia de “ver se cola” uns filmes de horror (sic) para teenagers. Gajas boas, tipos musculados, algum sexo meio desfocado ou encoberto, pares de mamas e centenas de gajas em cuecas. Normalmente envolve um grupo composto por todos os estereotipos de liceu que vão morrer aos poucos até ficar um, ou dois se houver um casal realmente apaixonado ou pouco evidente. Tipo a gaja boa da claque e o nerd dos computadores que até é boa pessoa, mas factura pouco grelo. Muitos destes filmes passam direct to video outros ainda se aventuram nas salas. Há sempre marketing forte junto dos putos, geralmente na MTV, e concursos naquele programa da tarde da Sic Radical.

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Gigantic (2008)

E por falar em actrizes que detesto, apresento-vos mais um filme com Zooey Deschanel. Essa actriz que baseia toda a sua carreira nuns grandes olhos azuis e ar de cachorrinho triste, e cujo único personagem que faz é a teenager inconsciente alheada do mundo, que destila encanto e filosofia Zen de herdeira rica que não precisa de trabalhar. No final do post anexarei um foto para que possam comprovar com os vossos próprios olhos aquilo que tentei explicar sem grande sucesso. E se há característica que possa definir este filme é a sua extrema leveza que o torna quase numa memória reprimida que não sabemos bem ser sonho ou realidade. É como acordar ao lado de um prostituta morta depois de uma noite de excessos, com uma dor aguda ao fundo das costas que pode explicar a cicatriz daquilo que parece ser a extracção de um rim por processos artesanais, sem grande memória do que aconteceu na noite anterior.

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Gamer (2009)

Há no mundo do cinema de ficção científica americano um obsessão constante  de forçar a analogia com as cyber-tendências e a vida real. Criam-se paralelismos entre as redes sociais, jogos e comunidades. Não é novo, já no inicio na massificação das tecnologias de informação e dos seus sucedâneos  recreativos foi feito o Tron, War Games ou o Lawnmower Man. Isto para ignorar o elefante no centro da sala, que é o Matrix… Gamer é então um desses “e se o Facebook e o Call of Duty fossem jogados por pessoas num mundo físico” em que os fundamentos tecnológicos  são cirurgicamente ignorados, fazendo com que a fronteira entre a ciência e os contos de fadas desapareça e o mundo seja finalmente controlado por feiticeiros demoníacos com riso maléfico em tons que alternam entre o génio e o tresloucado.

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Family Guy: Something, something, something Dark Side (2009)

Family Guy é uma série que começou com grande pujança, tomates negros e uma atitude “in your face” que só teve interesse até se perceber que era sempre o mesmo episódio todos as vezes, com a fórmula a ser requentada e a quase ausência total de narrativa entremeada com as sequências de paródia ao universo hollywoodiano e à cultura pop em geral (versão anglo americana autista). Eu ainda a vejo na Fox, é certo, mas sinto-me  envergonhado de o admitir. Há 2 ou 3 anos eles refizeram na totalidade o primeiro Star Wars, quase plano a plano, e confesso que gostei. Gostei tanto que até tenho o DVD legal, pago e tudo. Não era novidade, o Robot Chicken já o tinha feito, mas o 2 em 1 de rever Star Wars na totalidade decorado pelo Family Guy fez-me sentir um aconchego temporário, como tudo o que não desilude. Agora repetem a dose ao reinventar The Empire Strikes Back.

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Final Destination 4 (2009)

Todos nós temos uma história de infância em que havia perto do nosso grupo de amigos uma gaja que tinha ido para o hospital com uma garrafa de Coca-Cola enfiada na rata que não saía por causa do vácuo. Na minha terra havia uma versão spin-off do mesmo mito urbano. Um puto a quem chamavam o “piça de zebra” que alegadamente terá ficado entalado com a gaita numa garrafa vazia de lixívia e os fumos químicos ainda existentes provocaram uma descoloração na gaita que lhe deu a alcunha supra citada. Como tudo na adolescência, a realidade e a ficção estão entrelaçados fortemente de modo a que o LSD perto daquilo é uma pálida pastilha de paracetamol.

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Step Brothers (2008)

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Não são raras as vezes em que ouço a frase “Epá, cada um gosta do que gosta e isso não se discute..”. Mas a verdade é que os gostos discutem-se e às vezes há gostos que deveriam ser usados a nível psiquiátrico para determinar o grau de atraso mental de que determinada pessoa tem. Delirar com filmes de Will Ferrell seria equivalente a acertar recursivamente com um gelado na testa ou a tentar desenhar a Mona Lisa com a própria merda ainda fumegante.

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Bienvenue chez les Ch’tis (2008)

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É certo que os franceses têm uma boa cinematografia, capaz de rivalizar em termos de bilheteira com a anglo-saxónica caso lhe fosse dado o mesmo protagonismo mediático. Mas é também certo que por vezes as suas comédias falham miseravelmente. Não no sentido de falhar na bilheteira, mas no sentido de serem tão engraçadas como lavar uma hemorróida ensanguentada com meio litro de álcool etílico.

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Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street (2007)

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Sou grande fã de Tim Burton. Conheço praticamente tudo criado por este homem, incluindo Vincent e Frankenweenie. Sou daquelas pessoas que repreende um ou outro incauto cinéfilo que inclui “Nightmare Before Christmas” na lista de filmes realizados por Burton. Erro fatal! Não morri de amores por Sleepy Hollow, detestei Planet of the Apes. Sou imune a Edward Scissorhands de onde apenas tenho alguma afeição pelo visual estilizado pink suburbia. Os meus preferidos são Big Fish, Beetlejuice, Corpse Bride e Ed Wood. Sweeney Todd não me aquece nem arrefece. Do que eu não sou fã é de musicais. Detesto prosa cantada e só tolero tal artifício narrativo em South Park: Bigger, Longer and Uncut…

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Mum and Dad (2008)

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Num país tão rico em charcutaria e em que a gastronomia atingiu picos da genialidade sem precedentes com as papas de sarrabulho ou as tripas à moda do Porto,  muito me admiro de não haver ainda um torture porn tuga. E com o incentivo que traria à industria da transformação de carnes estou até a cheirar um gordo incentivo ICAM para este projecto.

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I Love You, Man (2009)

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Antes de começar quero aqui cimentar alguns conceitos. Filme de gaja: é uma matriz única sob a qual milhares de filmes são produzidos. Um casal improvável apaixona-se e quando tudo parece correr bem a gaja descobre que ele usou um estratagema desonesto para a conquistar, separam-se, ele chora à chuva com uma balada de hardrock e depois tem que ir a correr para o aeroporto para a apanhar antes de ela embarcar num vôo para não mais voltar. Casamento. Buddy Movie: é um tipo de filme em que dois amigos fazem tropelias ao estilo Tom Sawyer século XXI (ou XX). Bromance: é uma mistura dos conceitos anteriores em que o conceito Buddy movie é aplicado à matriz Filme de gaja em que a suposta piada está na fina linha que separa a panasquice da profunda amizade…

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Last Days (2005)

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Existem alguns assuntos que são autênticas armadilhas. Há quem prefira despir-se e espancar um ninha de vespas a falar deles. São imensos, mas posso aqui realçar, por exemplo, o conflito israelo-palestiniano ou a vida e morte de Kurt Cobain. Em relação à primeira, não lhe toco nem com um pau de 5 metros, em relação à segunda posso opinar violentamente, uma vez que vivi a época e a situação e estou mais ou menos dentro do espírito da coisa. Ora, Cobain, como todos sabem, era o vocalista dos Nirvana. Musicalmente falando, os Nirvana eram uma banda fraca, desafinada, limitada em termos de técnica musical (ausência total) e que viviam daquilo a que se convencionou chamar de “atitude” ou mesmo “carisma”. Cobain passou de vocalista mediocre e fraquíssimo guitarrista a símbolo da raiva dos jovens pela sociedade e também simbolizava as dores do crescimento e incompreensão. Até aqui tudo bem. Graças a extensos golpes de marketing, a banda passou ao estatuto de porta voz da revolução (inadaptação) dos jovens adultos que desejavam intensamente voltar ao útero. Isso e droga… Muita droga!

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