No final de Iron Man 2 mijei-me de pânico pelas pernas abaixo por ter tido uma pequena amostra daquele que é o meu maior pesadelo. Uma ameaça que há anos paira sobre nós, qual piano de cauda, que vai e volta consoante as marés. Um evento que poderá por si só por fim à humanidade tal como a conhecemos, nem que seja por breves segundos. Estou a falar, como é óbvio, do ameaçado remake de Robocop, essa incerteza que nos retira força de vida a cada dia que passa.
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Não se compreende que um filme com 3 anos, falado em inglês e realizado por um americano tenha direito a um remake plano a plano. Gostei do original, mas all-black superteam dream cast não traz melhoras e as piadas do facebook apenas servem para o datar irremediavelmente. E como o filme é basicamente um cópia do outro, resta-nos desancar impiedosamente a sua falta de imaginação e dissertar de modo debochado e taberneiro acerca da anatomia de Zoe Saldana.
Eu sou daqueles tristes que ainda não foi de férias, mesmo estando já o Verão a acabar. Ver entrar e sair gente radiante pelo “merecido descanso”, com aquela tez bronzeada e descontraída, ser obrigado a ouvir as suas soporíferas desventuras de veraneante são coisas que acumulam pressão. O entretenimento que nos chega nestas alturas acaba por ser a última gota, o factor detonador da postura correcta, cívica e cordial. Salt, este filme de merda que hoje arrasto para aqui pelos cabelos, é o reflexo da Silly Season, a personificação da idiotice no mais improvável dos heróis, uma agente do FBI anorética de rabo liso com insuficiente volume hemofílico para manter a consciência depois de um orgasmo, seja ele vaginal, anal, clitoriamente induzido ou à bofetada.
“Matar” é o novo “amar”. E nada diz amor como alguém a ser cortado em dois por um lança granadas antes do créditos iniciais. São estes gestos de carinho para com um público sedente dos seus heróis de infância que fazem de Expendables o guilty pleasure deste verão. Tudo bem que às vezes parece demasiado digital, mas sempre é melhor do que gramar semana após semana de homossexualidade reprimida de heróis Marvel em collants, maquilhagem e vigorosa mariquice .
Já dizia Freud “Ama a tua mãe como a ti mesmo”, ao criar a associação entre os sonhos e a masturbação. Os sonhos, esse mistério da mente humana, tão banais quanto complexos. Todos os temos e, convenhamos, todos os analisamos. Desde as fantasias eróticas às premonições apocalípticas, os sonhos são o terreno mais fértil da mente. Nem é preciso nenhuma aptidão intelectual nem esforço, pelo contrário, basta adormecer. Inception é uma visita guiada a este maravilhoso mundo, aos seus níveis e sub-niveis, à negação das leis da física e do vale tudo. Christopher Nolan, o ilusionista de Hollywood, é o homem indicado para nos demonstrar a dinâmica dos devaneios da mente humana e como piratear as nossas memórias mais preciosas. Spoilers em barda, ficam já avisados.
Trintões, vocês que eram putos cheios de piada e energia nos anos 80. Imaginativos, divertidos, um potencial praticamente infinito. Magros, bem parecidos, atléticos, uma saúde de ferro, namoradas novas a cada 15 dias, os maiores do liceu. Entretanto envelheceram, ganharam peso, a vossa energia parece ser diariamente drenada ao ponto da exaustão total no final do tarde, o tempo parece voar, a vossa vida sexual deixa de ser o vosso motor motivacional e o futuro de infinitas possibilidades transformou-se num corredor negro que atravessam diariamente, para lá de manhã, para cá à noite. Em 2010 uma entidade celestial genérica acha que vocês se encontram obsoletos e decide criar uma nova versão actualizada: bem parecida, energética, musculada e metrossexual (ligeiramente apaneleirada). Mas no processo de adaptação à nova realidade houve um efeito secundário que por força do mundo em que vivemos ninguém reparou: o vosso clone sofre de forte atraso mental, dificuldade de concentração, profunda falta de imaginação e a capacidade de raciocínio de uma alpaca moribunda. A isto chama-se um remake.
Fosse este filme realizado por um monte de merda qualquer e eu teria escarrado e mijado por ele abaixo e seguiria a minha vida imune ao seu inerte sentido de humor e à sua estéril contribuição para a historia da 7ª arte. Acontece que o realizador deste filme não é um monte de merda qualquer. É um monte de merda especial que já realizou alguns dos meus filmes preferidos, criou alguns personagens que venero e já foi ele próprio um icon da cultura junkie/geek vestindo a longa gabardina de Silent Bob. Estou a falar, obviamente, de Kevin Smith, esse gordalhufo que sabemos capaz de produzir genialidade, e que no entanto parece andar perdido num inferno de tarefeiro hollywoodiano a fazer um filme, que à sombra do conceito das “homenagens”, é na realidade um exemplo de unidimensionalidade amorfa que lhe pode valer o prémio “Era atar-te os tomates à traseira do comboio das 9 e dizer-te adeus com um lenço branco”.
Fazer um filme de viagens no tempo é mais complicado do que pode parecer à primeira vista. A maior parte do argumento é fácil. Alguém do presente vai para o passado e vive tropelias relacionadas com o anacronismo inerente à própria situação ou vice versa. O mais complicado é mecanismo narrativo que impulsiona essa mudança. Tem que ser o mais realista possível, tendo em conta que ainda não há viagens no tempo. Um exemplo é Back To The Future. 1, 21 Gigawatts de energia e um capacitador de fluxo serviram para vender a viagem aos cinéfilos. Há também a maneira preguiçosa de mandar a lógica às urtigas e usar o objecto que está mais à mão, porque isso de ciências e físicas é extremamente aborrecido. Neste caso foi um jacuzzi, podia ser um garrafão de 5 litros de vinho tinto, um garfo ou meio leitão da Bairrada. E sim, eu também gostei da cena da gajas das mamas que mostro aqui na imagem.
O género pós-apocalíptico foi em tempos um oásis para o cinema alternativo, fora da mira do mainstream podia abordar-se qualquer assunto sem tabus ou censuras. Empurrar uma freira para debaixo de um comboio em movimento, decapitações em massa ou incendiar um infantário sem antes proceder à sua evacuação. Mas Hollywood atravessa uma época de massacre a este género onde sodomiza constantemente um tipo de cinema que nunca foi muito grande, mas já foi próspero e amado. Desta vez temos um filme que mais parece uma imensa publicidade à religião e aos evangelistas lunáticos, onde o product placement é protagonizado por uma bíblia e ao qual só falta mesmo o slogan “Com as bíblias do Sr. Joaquim não há demónio que entre em mim“.
É triste, tão triste que a cada vez que a industria televisiva (e cinematográfica) queira fazer um produto diferente para as massas recorra a clichés americanos para encher uma hora de puro lixo, criando um produto que em nada se identifica com a realidade portuguesa e que mais parece aquelas brincadeiras que os putos fazem quando compram câmaras de filmar, só que com melhores meios e menos criatividade. Aqui temos um produto que nos fala de um serial killer (rir!) e de uma detective toda MILF que anda agachada em edificios abandonados de arma em riste e faz piruetas de carro em perseguições a canalhada criminosa em fuga. E no final de tudo, depois de muitos minutos de risadas involuntárias eis que compreendemos que estamos no mesmo ponto onde estávamos há 30 anos atrás. Apesar dos meios, da tecnologia e do talento, porque há talento em Portugal, levamos com um versão reciclada, recauchutada, mais colorida da Vila Faia original, só que desta vez há menos pessoas de bigode.
Não, não vi ainda Sex and the City 2. Nem sequer vi o primeiro. E se disser que vi três episódios completos devo pecar por excesso. E a razão pela qual eu estou disposto a fazer um post baseado maioritariamente em preconceito é o facto de não gostar de filmes protagonizados por transsexuais. Mas não é só por isso que não toco neste filme nem com um pau de 5 metros. É também pelas 5 razões que apresento de seguida.
Havia nos anos 80 duas regras de ouro para avaliar um filme de terror nos primeiros 15 minutos. Uma fórmula que, apesar de pouco ortodoxa, nunca falhava. Regra 1: se um filme de terror mostra mamas em abundância ou sexo relativamente explícito nos primeiros 15 minutos é porque não vamos ver muita carnificina sanguinária. Regra 2: Se nos primeiros 15 minutos um grupo de 10 pessoas fica presa num local isolado com um psicopata que os levará à lenta extinção, um a um, estamos perante mais um desinspirado e monótono clone slasher de Sexta-Feira 13.
Chegou finalmente aos cinemas a tão aguardada adaptação de Kick-Ass. Os leitores assíduos deste blog e aqueles que não sendo assíduos sabem usar um formulário de pesquisa perceberão que há muito que se fala por aqui em Kick-Ass. E o resultado é o que se esperava: um hino à ultraviolência feelgood com um agradável dose de humor negro bem equilibrada fazendo jus à velha máxima “I have come here to chew bubblegum and kick ass…and I’m all out of bubblegum.”
Apesar deste meu aspecto de cepo unidimensional com sérias limitações intelectuais e culturais, sou um estudioso amador da Segunda Guerra Mundial. O suficiente, por exemplo, para ter ido à Normandia ver com os meus próprios olhos ou para me ter sentido terrivelmente emocionado ao ler a mensagem de homenagem aos 60 milhões de mortos que está debaixo do Arco do Triunfo em Paris. Documentários, livros, museus… Tudo o que consigo encontrar. Não morri de afectos pelo “Saving Private Ryan”, porque a narrativa não acompanha o visual. No entanto adorei a introdução. Band Of Brothers é uma das minhas séries preferidas. Esta semana estreou The Pacific, que conta a parte da Guerra que tendemos a ignorar na Europa, entre os Império do Japão e os Estados Unidos por todo o oceano Pacífico.
Publicitar um filme baseado nas glórias passadas do seu realizador, no parentesco afastado de um produtor obscuro, nos prémios recebidos (ou quase) dos seus actores é uma estratégia que desprezo. Assim como desprezo quando a publicidade de uma determinada produção me tenta manipular antecipadamente descrevendo de modo bastante leviano como me vou sentir no final. Este aglomerado de marketing desonesto foi utilizado para construir hype neste filme, mas acaba por ser contra-produtivo e desnecessário pois o filme vive por si só. Shutter Island é uma obra superior de entretenimento, tanto em conteúdo como em beleza cinematográfica.
Olha aqui está o trailer fresquinho…
E eis que chega mais um teaser trailer de Kick-Ass, desta vez acerca da personagem Hit-Girl. Apesar de ser fã da banda desenhada, sinto-me um bocado frustado porque desde que o filme foi anunciado que os livros deixaram de sair, ou seja, mesmo quem leia não faz ideia da parte final do filme, uma vez que os sete magros volumes da séries não dão conclusão à história… Anyway, se quiseres ver o trailer, cliquem aqui em ler mais, porque se pusesse aqui o trailer, deformava-me o template todo. Ah, é verdade, o trailer é red band, o que significa que “Se fores mariquinhas, não cliques!“
Lembram-se de vos ter falado de Kickass há uns tempos atrás? Pois aqui está o primeiro teaser trailer. À primeira vista parece-me bem fiel ao original. Enjoy.
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