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Tag: Cinema (Page 1 of 2)

Episódio 15: A portugalidade e o cinema português

Dr. Kuka Veludo apresenta
Dr. Kuka Veludo apresenta
Episódio 15: A portugalidade e o cinema português
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Dr. Kuka Veludo explora o fenómeno da portugalidade e do cinema português.

Música do Genérico: Servizio fotografico de Bruno Nicolai (1972)

Voz do Genérico: Rita Maldita

 

A Ghost Story (2017)

Na viragem do século, metade dos internautas ficava a teclar noite adentro em salas virtuais com pessoas que conheciam apenas pelas palavras que liam. Muitos se apaixonaram, muitos se enervaram, muitos sonhavam com os imaginários technicolor 4D de realidade aumentada saídos daquelas sessões text-only. E o que se ouvia mais, e que não era exagerado, era que se calhar essa Marta de 19 anos que gosta de livros de Douglas Coupland, discos dos Massive Attack e chocolate quente ao nascer do sol é afinal um mecânico suado de 45 anos e costas peludas chamado Armando. E por vezes assim acontecia. Nos dias que correm o perigo ainda é mais bizarro. Será que as pessoas com quem interagimos na Internet são realmente pessoas? Ou serão bots de inteligência artificial a fazer-se passar por humanos? Questões para levar a sério. E daqui a 20 anos? Qual será o perigo? Serão Aldacianos de Turis 24 da galáxia Nervusis a influenciar as nossas opiniões acerca da mineração das luas de Kiroa 2 em Alpha Centauro? Serão macacos evoluídos que preferiram a revolução digital à revolução a cavalo na ponte de São Francisco? Ou a tecnologia de comunicação tornou-se tão sensível ao ponto dos fantasmas que palmilham o limbo poderem agora interagir com humanos via wireless, fazendo-se passar por uma esteticista chamada Rute Juliana que até manda fotos convincentes da pachacha lisa como a careca do Jean Luc Picard?

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Menino, amanhã vamos ver o Valerian!

Uma das conversas que tive recentemente com o meu filho revelou-se um pesadelo paternal. Na sequência de um conjunto cirúrgico de elaboradas perguntas cheguei à catastrófica conclusão que o miúdo não tem interesse por ficção científica. “Como é que isto é possível?”, pensei. Quer dizer, parece-me humanamente impossível alguém não gostar de ficção científica, esse género nobre das artes narrativas. Star Wars? Nada. Star Trek? Quê? Desenhos animados nos canais de putos com temas de ficção científica? Nenhuma. Temática sci-fi no Netflix? Nem lhe toca. Nessa noite adormeci em posição fetal banhado em lágrimas. O pontapé furioso com o dedo mindinho descalço num canto bicudo na cómoda não ajudou a aliviar a dor. “Então é isto que tanto falam, na desilusão de um pai que criou um filho para nada.”. Chorei no ombro da minha esposa.  “Tenho quase a certeza que não é nada disso.” Respondeu-me ela. “Eu também não gosto de ficção científica.” Incrédulo, gritei num tom agudo e pueril. Senti uma das chávenas da coleção Space 1999 a rachar com a frequência. “O… quê???? E os filmes que vimos?”, perguntei furioso. “Menti. Fingi. Pronto, está dito!

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Episódio 01: Filmes para crianças

Dr. Kuka Veludo apresenta
Dr. Kuka Veludo apresenta
Episódio 01: Filmes para crianças
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Dr. Kuka Veludo fala da sua experiência pessoal com cinema de animação dos grandes estúdios para crianças.

Música do Genérico: Servizio fotografico de Bruno Nicolai (1972)

Voz do Genérico: Rita Maldita

As primeiras impressões do Netflix português

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Há cerca de um ano este blog que vos escreve ganhou a categoria “melhor artigo de cinema” dos célebres TCN Blogs Awards com um texto que se entitulava “E o Netflix português? (o estado da nação)“. Entretanto, com a aproximação da implementação nacional desta plataforma, as minhas expectativas foram baixando. O mercado português não tem espaço para uma plataforma destas, uma vez que não acarreta poupanças, ao contrário do que acontece nos seus mercados de origem. Além disso, os downloads alternativos no videoclube do povo estão demasiado enraizados na nossa cultura para começar a pagar por hábitos que são, até à data, tendencialmente grátis. Ora, eis-me aqui com uma conta aberta e uma experiência curta mas intensa da plataforma. Valerá a pena despender uns 10 euros mensais extra no Netflix?

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Escrever sobre cinema e a idade da meia crise.

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Escrever sobre cinema é uma tarefa muito ingrata e muito perigosa nos dias que correm, acaso ocorra que o escriba sofra de susceptibilidades emocionais ou de alguma classe de bipolaridade que o possa fazer deslizar para o frio vazio da amargura sentimental. Quer-se malta rija, capaz de aguentar os rigores da paneleiragem que vê filmes de smartphone em riste e no final emitem um boçal “Caganda seca” ou o eterno clássico “achei o filme parado”. No entanto, atirar opiniões ao vento acerca de cinefilia não é exclusivo do auto-entitulado crítico de cinema. A paneleiragem com smartphone em riste a ler facebook e a ver filmes também tem direito a opinar. Arriscaria que é tão grave sub-avaliar um filme de smartphone em riste como sobre-avaliar o mesmo filme com camadas de simbologia inexistente e metafísica orwelliana. É uma era chata para o cinema. Os que agora chegaram à maturidade da vida adulta enfrentam esta coisa dos filmes de maneiras diametralmente opostas. Ou vêm pela porrada, os efeitos espectaculares, as cenas de carros, a foda e as explosões-“Ai ó méne ca fixe” ou querem ser aos 22 anos especialistas de todas as áreas da cinefilia em simultâneo, devorando camiões de sugestões de listas de clássicos e assimilando opiniões por simbiose. Serve este sintético parágrafo introdutório, sempre sucinto e conciso, para dizer que tem vindo a faltar à malta do cinema  aquele descontraído cinéfilo que se diverte a ver o que gosta, que não se assusta com o que lhe falta ver e que vai involuntariamente criando uma especialização muito própria. Tem vindo a faltar também algum sentido de humor, mas aparentemente hoje em dia chama-se “palhaçada” a essa arte em desuso.

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E o Netflix português? (o estado da nação)

netflix

Todos os meses aparece um paneleirinho no telejornal com uma resma de folhas, listagens de impressoras matriciais em papel contínuo, a dizer que o mundo está mal e os lucros caem porque Portugal esconde o pior antro de pirataria de que há memória no planeta nos últimos 1000 anos. Que não consegue pagar as prestações dos BMWs e das casas do Algarve. Que se fosse ele a governar, mandava enforcar mil putos que fazem downloads “ilegais”, para dar o exemplo, e que devia dar em directo na TV no Zig Zag da RTP2 para as crianças aprenderem que piratear conteúdos pode correr mal. Esse mesmo paneleirinho é mais tarde chamado ao tribunal onde apanha um puxão de orelhas porque violou quantas leis existem de privacidade e as suas bases de dados não obedecem a uma única directiva da comissão nacional de protecção de dados. Que afinal até usou software pirata para elaborar os resultados porque “desconhecia que o Office era a pagar”. Esta última parte já não passa no telejornal das 20h porque não tem o glamour necessário para meter desdentadas de 91 anos a elaborar opiniões baseadas em preconceitos sócio-culturais colonialistas e orientações católicas pré-concílio vaticano segundo. E com isto fica a ideia de que somos todos uns ladrões que não querem pagar a magnifica qualidade e variedade de produtos de preço acessível que o mercado nacional nos disponibiliza em prol de uma nação desenvolvida sob a batuta da excelência artística. A verdade é que isto é a mais vil mentira. Um grupo restrito de distribuidores quer extrapolar os lucros oferecendo horríveis produtos a preços pornográficos e querem que o público os consuma à força, sob pesada ameaça, apoiados por um sistema que os protege e obriga o seu povo a empobrecer para que estes tipos possam brilhar na bolsa, nas reuniões com as empresas mãe e naquelas reuniões secretas onde invariavelmente alguém acaba voluntariamente a oferecer uma rodada de felácio*.

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Marion Cotillard – Peitinhos da Quinta

Por muito ilustre que tenha sido a carreira de Marion Cotillard até ao ano passado, ela será apenas recordada na eternidade dos tempos como aquela gaja que teve a morte mais parva de todos os tempos num filme. E isso é uma injustiça. Daí hoje se fazer a devida homenagem a uma carreira de sucesso, plena de genialidade e profissionalismo, arrojada, proficiente num trilho de arco-iris cintilantes. Por uma incrível coincidência do destino, todas as fotos foram tiradas num verão a meio da década em que o calor tornou impraticável o uso de quaisquer peças de roupa.

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La merde (2014)

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Um brusco tremor e o elevador detém-se. A escuridão rapidamente é substituída por uma tímida luz de emergência que cataliza o incómodo do momento numa das paredes. Quinze dolorosos minutos de silêncio passam e um bater na porta precede as doces palavras de um gentil bombeiro “Esta merda ainda vai demorar. Os gajos da empresa dizem que o contrato de manutenção não cobre intervenções rápidas. Foi o mais barato. Se for preciso mijar, mandamos uma mangueirilha evacuatória.” Estavam presos naquele cubículo um jovem e uma idosa de aspecto bastante carcomido, como se a vida lhe tivesse passado por cima de locomotiva enquanto ela estava amarrada aos carris. Repetidas vezes. Ao dia. “Temos aqui um ligeiro problema”, insinuou a velhota. “Então?” Respondeu o rapaz incapaz de lhe fixar o olhar.  Ela inspira e confessa pesadamente. “Eu tenho uma mutação rara que se não tiver sexo 3 em 3 semanas expludo em merda pelos poros”. O jovem arregala os olhos e sem conter o espanto deixa escapar três onomatopeias imperceptíveis que a velha,estranhamente, parece entender. “É daqui a 30 minutos, olha!”. Virando-se de costas levanta a camisola e expõe o corpo nu. O rapaz continua horrorizado e ela diz “Oops!”, sorri embaraçada e levanta as peles que tapam um contador em contagem decrescente orgânico cravado na própria estrutura anatómica. O mostrador conta “00:00:00:14:36”. Volta a tapar-se e vira-se novamente para ele. “O que quer dizer com explodir em merda pelos poros?” pergunta ele hiperventilante.  “30 segundos antes da explosão sinto uma vibração na coluna. Depois dispo-me e uma reacção fisiológica evacua-me uns bons litros de fezes a alta velocidade. Como um espirro mas com merda a sair pelos poros do corpo todo.” Continua a senhora, aparentemente habituada a explicar o seu caso. “E tem isso desde quando? Consegue sempre ter sexo para evitar esse espirro?” indaga horrorizado o rapaz incrédulo nas suas próprias perguntas. “Tenho há 17 anos e só por duas vezes tive sexo para o evitar. De resto tenho uma sala em casa preparada para que isto aconteça. Coloco-me no centro, expludo em merda pelos poros e um sistema de lavagem automático limpa-me a mim e à sala em 2 ou 3 minutos. Já me habituei. Hoje teria chegado a tempo se não tivéssemos aqui ficado presos.” A suar profusamente, o rapaz analisa a velha de alto a baixo. Era uma visão de hórrida repulsa. Encarquilhada meio elefante em decomposição meio queijo Camembert, parecia ter uma excreção sebácea a escorrer pelas pernas e pescoço. O seu sorriso era como o suave beijo da morte, exalando vapores capazes de anestesiar totalmente um cavalo em pleno vigor. “E agora?” – pergunta a velha – “fodemos ou é para rebentar em merda?”.

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A importância dos clássicos

BladeRunner

“Esperei 13 semanas para conseguir alugar o primeiro Terminator, paguei uma multa avultada porque tive medo de entregar o Exorcista de noite, ouvi ralhetes humilhantes porque não rebobinei, estive 3 horas na fila para conseguir bilhete para a estreia de Back to the Future 2, esperei para ver a estreia nacional do Phantom Menace em Outubro de 1999 apesar de o ter no meu disco rígido desde Maio, ri e chorei, amei, apalpei, perdi metades inteiras de filmes com a língua a dançar na boca da minha acompanhante. Presenciei coisas que ninguém acreditaria. Um projector que pegou fogo a meio do  Blair Witch Project, uma velha que colapsou no Schindler’s List, duas primas que nunca tinham ido ao cinema a chorar os 127 minutos inteiros de Passion of the Christ porque nunca duvidaram da veracidade da escrituras sagradas. Todas estas experiências se perderão um dia, como lágrimas na chuva. É altura para falar da importância dos clássicos.”

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Kill Your Television*

Kill Your Television

Se há coisa que enfada é quando aqueles paneleiros que passam a vida a ver reality shows, programas de apanhados diários na SIC, 3 horas diárias de Facebook e meia dúzia de jogos de futebol ao fim de semana chegam junto de mim e dizem “Sinceramente, não sei como tens tempo para ver filmes, deves mesmo ser um traste desocupado. Eu mal tenho tempo para me coçar.” Normalmente opto por um sorriso e um fuga rápida para não me chatear, porque a malta com este perfil psicológico é problemática, com capacidades aperfeiçoadas de indução de culpa e geneticamente seleccionados para a peixeirada. Mas não é de bestuntos que vos vou falar, é de gestão de tempo. E falo-vos da minha experiência pessoal e dos objectivos a que me proponho.

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Os lobby cards – Nostalgia Fest

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Com o aparecimento da Internet e dos multiplexes nos anos 90, os rituais quase espirituais de uma ida ao cinema começaram a desaparecer. Ir ao cinema deixa de ser um acontecimento especial, a representação de um estilo de vida, deixa de ter magia e de doses de ansiedade por antecipação capazes de anestesiar um cavalo. Até os rituais de acasalamento da adolescência / juventude sofreram um severo retrocesso com a banalização da sétima arte. Antigamente um jovem tinha que convidar a miúda para um filme assustador para ela se agarrar durante o filme e sentir necessidade de protecção no final para que se pudesse proceder à posterior afundamento do salpicão. Hoje em dia levam as gajas para as discotecas, já semi-nuas (contaminadas de devassidão e predispostas ao mais vil gangbang), dão-lhe pastilhas de ecstasy e rebentam-lhes o cabaço sem grande entusiasmo nos seus quartinhos luxuosos de estudante. Por vezes inconscientes e outras vezes em coito interrompido devido a um “Olha, uma mensagem no Facebook da gaja que eu gosto mesmo”.

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Os melhores de 2012 (mais um top)

Das Besten 2012

Em 1994 tive um reencontro com 9 ou 10 amigos de liceu. Fomos jantar e a noite foi dura. A certa altura estávamos completamente queimados num estado de realidade fortemente alterada. Ninguém estranhava o pinguim que cortava fatias com um florete flamejante multicolor de um bolo que parecia teimar em subir as paredes para encontrar o amor de infância que entretanto se transmutara sob a forma de uma sólida bolha avermelhada que lia um artigo dos Dead Kennedys num exemplar do extinto jornal Se7e. No tecto. Era noite de confidências e um de nós confessou que uma vez uma colega nossa o teria presenteado com um bela sessão de sexo oral e pediu que ele não contasse a ninguém porque era a primeira vez que tinha feito tal coisa, a loucura do momento, envergonhada, etc. Criou-se um estranho ambiente e passados 3 milisegundos percebeu-se que esta história tinha acontecido a todos, à excepção do Sandro, que tinha levado apenas alivio manual. Só parámos de rir compulsivamente quando percebemos que foi tudo na mesmo tarde, numa festa de aniversário.

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O 3D está moribundo, esperemos que morra depressa.

Passados uns anos desde que Avatar nos envenenou os cérebros com as promessas de um maravilhoso mundo novo que afinal era velho e que afinal era mais uma artimanha desonesta para nos sacar os tão preciosos euros que parecem agora mais essenciais do que nunca, eis que qualquer produção cinematográfica que se queira levar a sério opta agora por se distanciar desta fantochada que é o 3D. Convenhamos, não existe nenhuma vantagem em ver um filme em 3D. Em retrospectiva, quando nos tentamos lembrar dos filmes que vimos em 3D, as memórias aparecem em 2D, o que é um claro sinal que o nosso cérebro é mais inteligente que nós. E antes que esta tecnologia se desintegre nos fossos do esquecimento e dê lugar uma nova época em que a trepidação das cadeiras nos faça cócegas nos testículos (e equivalentes) para adicionar drama ao re-re-re-re-re-re-reboot do Spiderman, vamos lá dilacerar este cadáver.

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A Complexa Arte de Sugerir um Filme

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A premissa pode à primeira vista parecer simples . Para o cidadão comum, o homem de família calejado pela labuta do dia a dia, é só apontar e dizer “vamos ver este”. No entanto este ato encerra em si a mais vil das falácias, qual besta de sete cabeças que tão depressa nos dá o poder como de seguida nos destrói nas fornalhas do inferno da condenação pública. É nesses momentos, perante dezenas de dedos furiosos que acenam violentamente na nossa direção, quando o escárnio de uma multidão irada clama pela nossa alma, é aqui que desejamos ter ouvido o nosso colega bêbedo que no início disse “Não escolhas esse, porque esse é uma merda!”.  Sugerir um filme a um grupo heterogéneo de pessoas é como uma experiência científica que envolva explosivos, parece verdadeiramente divertida e promissora até alguém perder uma vista.

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4 saudosos elementos cinematográficos esquecidos

Com o passar do tempo as tendências cinematográficas vão mudando. Alguns elementos desaparecem, outros são reciclados, temas vão e voltam. No entanto há coisas que temos saudades, que parece que ainda ontem apareciam em todos os filmes e de repente desaparecem ou aparecem muito pontualmente. Deixo-vos uma pequena lista de elementos que sinto estarem mal representadas no entretenimento actual, não apenas no cinema.

4 – O lança-chamas

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Ir ao cinema em 2010

No final da primeira década do século XXI as salas de cinema tradicionais estão extintas. Nos últimos 25 anos o acto de ir ao cinema foi barbaramente desfigurado. De uma experiência quase religiosa, terapia de grupo ou tertúlias de amigos cinéfilos transformou-se numa quase obrigação social, ritual de acasalamento ou simplesmente pelo grãos de milhos rebentados pelo calor e cobertos de sucedâneo de manteiga sintetizado e edulcorantes químicos (que fazem encolher os testículos). A falta de respeito pela arte cinematográfica está igualmente distribuída pelas distribuidoras e pelo público. A lavagem cerebral dos últimos 15 anos levou Portugal a acreditar que só existe um verdadeiro cinema, o americano, e tudo o resto são cultos extremistas de uma estranheza inarrável. Para quem não foi ao cinema nos últimos 10 anos, eu passo a explicar neste modesto artigo que se segue.

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The Stand – Captains Trips (banda desenhada)

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Agora que a ameaça de pandemia nos massacra diariamente nos meios de comunicação social, vale a pena dar uma vista de olhos a uma das grandes obras de Stephen King editada este ano no formato Graphic Novel. O livro original tem perto de 1200 páginas e não é propriamente algo que se possa ler na retrete. Não sei se tem edição portuguesa. A adaptação divide-se em 3 partes de 5 revistas cada (formato americano, 25 páginas edição aprox.). A primeira parte intitula-se  Captain Trips. As partes seguintes são American Nightmares e Soul Survivors.

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Top 9 de Evil Clowns

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O Evil Clown é uma instituição na indústria do entretenimento multimédia. Cinema, televisão e videojogos usam o Evil Clown em momentos chave, como uma metáfora de que toda a esperança está perdida. Quando o símbolo máximo da felicidade infantil falha, o que existe mais? A mais funesta escuridão e o horror das trevas. Pelo menos foi isto que aprendi na escola primária, quando os conteúdos eram muito mais completos. Evil Clown não tem tradução feliz para português. Nada que faça juz à sua maldade. Palhaço mau? Maléfico? Maligno? Seja qual for a expressão em português, soa sempre larilas. Comecemos, como manda o protocolo, pelo fim…

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