O sub-género do cinema de terror chamado torture porn vive tempos de expansão. Não é um estilo que goste, longe disso. Acho-o inutilmente excessivo, gratuito, exibicionista e vazio de mensagem ou narrativa. É o choque pelo choque, a tortura em lume brando, que não é nada de novo. A cada dez anos surge uma vaga desse cinema. Human Centipede é um filme que encaixa neste estilo, um filme que nasceu da especulação mediática dos sites e revistas da especialidade. E foi esta habitual desonestidade do hype que nos obrigou a vê-lo. Porque isto é mesmo assim, tínhamos que o ver. E a única conclusão a que chegamos é que Kevin Smith tinha razão em Clerks II: “You never go ass to mouth!“
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Nenhum filme exemplifica com tanta fidelidade a violenta efervescência hormonal pós-puberdade como Porky’s. Ver este filme foi durante muitos anos ritual de iniciação do jovens imberbes ao fabuloso mundo do deboche que prometia um futuro radiante pleno de sexo sem fim à vista, tal manual de iniciação para saber como não agir numa casa de alterne e para gerir erecções involuntárias. Além disso servia como detector de receptividade sexual, uma vez que todas as gajas que se rissem das badalhoquices e que engolissem em seco durante as cenas mais eróticas eram garantidamente carne para canhão.
Se é verdade que o estilo “blockbuster charlatão e untuoso” vive da contemporaneidade e do cutting edge tecnológico fazendo parecer velho um filme com dois anos, o mesmo não se pode aplicar a um filme que vive de narrativa e engenho criativo. É que antigamente também se escrevia. Usavam-se uns artefactos oblongos chamados “canetas” que estampavam caracteres directamente no papel sem necessidade de impressora. E escrevia-se com muita qualidade, por estranho que possa parecer. E que o digam os produtores da Hollywood actual, que conseguem simular virtualmente a vida, o universo e tudo mais, mas quando precisam de uma história que não envolva tiroteio despropositado e aniquilação de meia Nova Iorque por entidades imaginárias têm que se virar para os argumentos de outrora, nem que seja para lhes fazer o downgrade de excelência para brainless action movie de tiroteio despropositado e aniquilação de meia Nova Iorque entidades imaginárias.
O género cinematográfico “alienígena escaganifobético” não é um exclusivo dos últimos anos. Cada época, cada cinematografia ou onda tendencial tem os seus exemplares. The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension é um delírio dos anos 80, uma obra de tão genial bizarria que não podemos evitar fazer constantemente a pergunta “Como é que alguém autorizou tal coisa?”. Rock star, neurocirurgião, físico quântico, herói da banda desenhada e aventureiro. Apresento-vos Buckaroo Banzai, herói nipo-americano capaz de salvar o planeta Terra das garras dos demoníacos seres da oitava dimensão, todos chamados John.
Nos anos 80 o humor era dominado pelos irmãos Zucker e pelos seus alucinados filmes propulsionados a Leslie Nielsen, lenda da comédia que há pouco nos abandonou. Nos anos 90 os irmãos Farrelly dominavam o mercado com filmes desvairados com excesso de fluidos corporais para o gosto de toda a gente. Nos dias que correm o humor mainstream americano parece ser dominado comercialmente pelas comédias Apatow, uma espécie de Saturday Night Live 2.0 que vive do excesso de explicações para situações banais da condição humana, de desconforto circunstancial e da aproveitação abusiva de substâncias alteradoras de consciência. Comum a todas estas épocas estão os artifícios narrativos desonestos e excessivamente reciclados, o problema é que eu estou a ficar velho demais para achar piada a um badocha drogado a enfiar uma bola de cocaína no cu depois de se ter vomitado para cima do seu próprio casaco.
Sou um gajo mais direccionado para realizadores, directores de fotografia ou outros cargos menos cénicos e confesso que dou menos valor a actores. Temos actores terríveis que sob a batuta certa desempenham papéis excepcionais. Vejam o exemplo de Ben Stiller, o mais insuportável traste a caminhar a Terra. A cada filme dele o meu coração morrer um pouco. Mas sob a direcção de Wes Anderson em The Royal Tenenbaums fez um trabalho exemplar. Ou Jeremy Irons, em tempos visto como a excelência, hoje em dia anda de cuecas em produções mainstream cujo índice de pirosice parece sair fora do gráfico.
Mas enquanto o meu lado direito do cérebro perde tempo com estas hesitações idiotas a afirmar não ter actores favoritos, o outro lado tosse levemente para chamar a atenção e sussurra de modo sexy «Bruce Campbel». E de repente se faz luz. Quem mais? Quem mais poderia escolher para actor favorito e icónico senão este anti-herói nato, mestre chacinador de zombies e com uma tendência para o lado negro. Ficam três filmes do mestre. Salvo seja…
Cada vez mais o mundo se leva a sério. Demasiado a sério! É um sinal dos tempos. Ninguém gosta de ser menosprezado, existe uma tendência de dar valor demais coisas que realmente não o têm. Olhem o cinema actual, por exemplo! Mais do que filmes que se levam demasiado a sério (e logo aí perderem toda a piada), temos exércitos de pessoas que os levam a sério só porque o marketing ditou que assim tinha que ser, e depois têm medo de parecer menos inteligentes, eloquentes ou enciclopédicos que os seus compinchas. Mas felizmente que essa tendência não é globalizante. Filmes como Piranha, Machete ou este muy british Severance vêm demonstrar que o cinema divertido, descomprometido e de qualidade não está morto, ao contrário dos seus personagens que aparentam alguma dificuldade em manter a sua integridade física, seja por perigo de degolação, mutilação, perfuração severa ou traumatismos múltiplos provocados por objecto contundente, condição normalmente conhecido por “facada no lombo”.
A crise chega a todos e quando as familias deixam de ter dinheiro para ir ao cinema, Hollywood faz promoções, packs, leve 2 pague 1. Quando a Maria quer um filme de gaja e o Tony Macho Dominante um filme de porrada a situação agudiza-se porque é preciso desembolsar 2x(2×5.95), mais taxa de tanso 3D se for o caso. A solução? Criar um filme de gaja com porrada e explosões à fartasana para que possam desfrutar os dois o mesmo filme e ainda lhes sobra dinheiro para comprar umas t-shirts de marca para que possam ser confundidos por pessoas bem sucedidas. Aí Knight and Day vai além da sua premissa, torna-se uma sinergia de horribilidade, pega em dois filmes potencialmente ignóbeis e transforma-os no epitomo de todo o xunga, o ponto onde todos os monstros dos filmes japoneses convivem amigavelmente com cães falantes, a Bridget Jones vai às compras com o Jason Vorhees e os 7 ninjas e o Chuck Norris faz amor apaixonadamente com o fantasma de Patrick Swayze.
É de estranhar que um duvidoso franchise de zombies receba o 4º filme sem que se adivinhe um abrandamento. Mas os números não mentem e os três primeiros Resident Evil são os filmes de zombies mais lucrativos do cinema. Ditam os números que se repita a dose enquanto houver lucro. Este quarto tomo deve ser analisado em três frentes: a sua qualidade enquanto filme de zombies, na sua qualidade de franchise inspirado num video game e em que é que o 3D vem contribuir para a nossa felicidade. É certo que tem gajas num arraial de bofetada que parece não ter fim e a Milla está no seu pico do sex appeal, mas Resident Evil continua tão infantil, simplório e desinteressante como no primeiro dia.
Nos comentários de um post anterior fui confrontado com uma questão que, parecendo à primeira vista uma parvoíce pegada, tem o seu quê de profundo: “Então se afinal a Angelina Jolie é uma anorética de rabo liso com insuficiente volume hemofílico para manter a consciência depois de um orgasmo, seja ele vaginal, anal, clitoriamente induzido ou à bofetada.”, qual seria a minha sugestão para encabeçar uma nova geração de heroínas de filmes de acção? Depois de passar 3 dias na biblioteca municipal a consultar manuais de genética equidea e a grande enciclopédia das disfunções intestinais em bovinos de porte moderado , decidi debruçar-me sobre esta questão, que apesar de inútil não deixa de ser pertinente. Como de costume um top incompleto e sem numeração. Apenas 5 matulonas capaz de vos arrancar os tomates antes de acabarem de dizer “Acho que essa calças te fazem o rabo parecer maior!“
Michelle Rodriguez
O fogo latino jorra de si com tal imponência que a vontade de a ver esquartejar gente corre de lado a lado com a vontade de lhe ver as mamas. É a candidata natural que aparece sempre em primeiro lugar quanto tentamos pensar num action hero do sexo feminino. Ao contrário de outras mais lavadinhas e bem falantes, Michelle tem perfil para guerrilha, mato, actos selvagens na densidade das selvas equatoriais. Não se deixem enganar pelos lábios carnudos e pelo rabo desafiador de gravidade, pois esta garota rapidamente invertia os papéis e quando dessem por ela estavam amarrados a um radiador, com uma bola na boca e a serem comidos por trás com um strapon.
Hoje falamos de cinema francês. Não daqueles antigos filmes francófonos, das gajas de mamas pequenas em tronco nu, no Louvre de cigarro na mão, a recitar Baudelaire e a fazer mamadas. Hoje falamos num daqueles filmes franceses que são um misto de comédia de situação com drama existencial, que vive de uma aparente promiscuidade e no final parece acabar em lição de moral, mas uma cena extra transforma a mensagem na mais aterradora badalhoquice. Estão a perceber? Claro que não. Afinal quem é que lê críticas de filmes franceses?
No final de Iron Man 2 mijei-me de pânico pelas pernas abaixo por ter tido uma pequena amostra daquele que é o meu maior pesadelo. Uma ameaça que há anos paira sobre nós, qual piano de cauda, que vai e volta consoante as marés. Um evento que poderá por si só por fim à humanidade tal como a conhecemos, nem que seja por breves segundos. Estou a falar, como é óbvio, do ameaçado remake de Robocop, essa incerteza que nos retira força de vida a cada dia que passa.
Porto, Rua de Cedofeita. 8:47 da manhã. Segunda-feira. Enquanto tento esquecer o sabor a café torrado cheio de borras que acaba de me ser servido numa esplanada surpreendentemente bem frequentada, leio no JN a notícia de uma esposa que matou o marido à machadada e martelada para depois partilhar o leito conjugal com o cadáver durante 3 dias. Ah, as loucuras da juventude! Não pude evitar alguns pensamentos relacionados com a ausencia do efeito da gravidade nos seios de uma catraia que lia um exemplar envelhecido de “Deus tem Caspa” de Júlio Henriques na mesa em frente e em como a descrição gráfica e dolorosamente lenta da prazenteira homicida me fez lembrar Sympathy for Mr Vengeance, de Chan-wook Park, essa entidade superior incapaz de produzir mau cinema.
Eu sou daqueles tristes que ainda não foi de férias, mesmo estando já o Verão a acabar. Ver entrar e sair gente radiante pelo “merecido descanso”, com aquela tez bronzeada e descontraída, ser obrigado a ouvir as suas soporíferas desventuras de veraneante são coisas que acumulam pressão. O entretenimento que nos chega nestas alturas acaba por ser a última gota, o factor detonador da postura correcta, cívica e cordial. Salt, este filme de merda que hoje arrasto para aqui pelos cabelos, é o reflexo da Silly Season, a personificação da idiotice no mais improvável dos heróis, uma agente do FBI anorética de rabo liso com insuficiente volume hemofílico para manter a consciência depois de um orgasmo, seja ele vaginal, anal, clitoriamente induzido ou à bofetada.
Chegou o gémeo mau do Cinema Xunga. Mau, maligno, maléfico, o clássico “evil twin”. Em versão beta, work in progress, digamos assim. Mas afinal o que é o gémeo mau? O gémeo mau surge no sentido de manter o blog Cinema Xunga no formato mais clássico, como sempre se pretendeu, um blog de textos e escritos, críticas, artigos e verborreia em geral. O gémeo mau é um anexo (chamemos-lhe assim) multimédia, onde estão todas aquelas coisas que engraçadas, interessantes, sexualmente explícitas para além do limite do bom gosto, a badalhoquice mais gráfica. Posters, videos, gajas, imagens, grafismo e organogramas do arco da velha. Vai tudo para lá. Despretensioso, leve , o chamado “lite”, para quem não sabe ler, não gosta de ler, não lhe apetece momentaneamente ler, já leu tudo ou sofre de uma anomalia cerebral que, apesar de saber as letras, não consegue compreender o seu significado. E sem mais delongas, aqui vai o link: http://cinemaxunga.net/eviltwin
Filmes fabulosos espezinhados pelo passar dos tempos, porque o timing da estreia foi errado, porque algum elemento do próprio filme ofuscou tudo o resto. Todos nós temos uma lista de filmes que achamos ser menosprezados pela comunidade cinéfila mundial, filmes que mereciam um lugar nas estrelas e por vezes não chegam a ser um rodapé fugaz de um livro obscuro. Apresento-vos a lista de filmes que penso serem injustamente desconsiderados pela comunidade. Não os vou numerar. Esta é a minha primeira lista de 5 pérolas esquecidas.
The Adventures of Baron Munchausen (1988)
No fim de semana passado, meio adormecido, fiz um zapping preguiçoso pelos canais de cinema. Meu Deus, estariam os meus olhos a pregar-me partidas? Estava a começar a Fantástica Aventura do Barão. Esta obra prima de Terry Gilliam marcou a minha juventude e é um daqueles filmes que idolatro, mas que raramente encontro alma gémea cinéfila com quem possa trocar referências. Um inebriante cheirinho a Monty Python, como que a fazer ecoar a sua memória até aos dias de hoje. Terry Gilliam é, no mínimo, semi-deus. (Tirando os Irmãos Grimm, filme pelo qual merece ser torturado com uma pêra rectal*)
É certo que Portugal tem uma cultura de decepção e frustração no que diz respeito ao cinema. A cada novo ano parecem abrir-se novas dimensões de horrendo, surgindo produtos de inimaginável mau gosto, mesmo para as mentes mais retorcidas. Desta vez temos um filme amador, com toda uma estrutura, narrativa e produção de proporções anedóticas, um festival de ridículo que se leva tão a sério que facilmente pulamos de uma situação de escárnio para sentimentos de compaixão pelas mães daquelas pessoas, que almejaram um futuro honroso para os filhos e isto foi o que decidiram fazer da vida. Rejubilai então azeiteiros de Portugal. Labregos do tuning, parolos das centralinas, fatelas dos ailerons, barrascos do rally e da pala do boné branco para trás, a resposta às vossas preces chegou. Um filme de carros, com tiros, porrada e gajas boas a serem vilipendiadas à lei da vara carnuda (leia-se “foder” em linguagem de burgesso).
Fazer um filme de viagens no tempo é mais complicado do que pode parecer à primeira vista. A maior parte do argumento é fácil. Alguém do presente vai para o passado e vive tropelias relacionadas com o anacronismo inerente à própria situação ou vice versa. O mais complicado é mecanismo narrativo que impulsiona essa mudança. Tem que ser o mais realista possível, tendo em conta que ainda não há viagens no tempo. Um exemplo é Back To The Future. 1, 21 Gigawatts de energia e um capacitador de fluxo serviram para vender a viagem aos cinéfilos. Há também a maneira preguiçosa de mandar a lógica às urtigas e usar o objecto que está mais à mão, porque isso de ciências e físicas é extremamente aborrecido. Neste caso foi um jacuzzi, podia ser um garrafão de 5 litros de vinho tinto, um garfo ou meio leitão da Bairrada. E sim, eu também gostei da cena da gajas das mamas que mostro aqui na imagem.
Não há para um homem nada mais aterrador do que uma ameaça à integridade dos seus testículos. É como um piano invisível permanentemente suspenso sobre a cabeça que nos pode aniquilar a masculinidade numa fracção de segundo. Sejam entalados numa porta, mordidos por uma amante furiosa ou por falta de controlo das suas capacidades recém adquiridas dominatrix, um acidente de pesca ou resultado de uma aposta numa corrida de galgos. O certo é que nenhum homem pode dar os seus tomates como garantidos. Extract é provavelmente o único filme que vi em que o assunto de uma perda testicular é tratado com a dignidade que merece. Infelizmente este poderá ser o seu único ponto positivo, o que não é lá grande tópico para lhe enobrecer o currículo.
Num festival de Verão no final dos anos 90 conheci duas voluptuosas lésbicas que primavam pela estética minimalista da pilosidade púbica e que após uma noitada de copos e farra me disseram em tom dengoso “Ah, se a tua namorada o permitisse ficávamos contigo para fazer coisas muuuuito marotas” e eu, tentando disfarçar uma erecção fulminante, respondi “Se acrescentarem um cuspidor de fogo, dois anões malabaristas e um pónei sou capaz de aceitar a oferta“. E depois acordei, com défice de sangue no cérebro…
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