Uma das minhas muitas missões de vida consistiu em varrer a filmografia de Brian Yuzna de cabo a rabo devido a um amor profundo pelos dois primeiros ReAnimators, esses soft reboots de Frankenstein e Bride of Frankenstein. Ainda que o primeiro não seja dele. Só o terceiro, que é falso. Uns espanhóis pegaram no franchise e refizeram um Prison Break Reanimator com o Yuzna e o protagonista. A missão não foi totalmente terminada, falta-me Beneath Still Waters e Amphinious 3D que devem ser super bons. Isto tudo para dizer que passei há uns anos pelo Society (1989) e fiquei apaixonadão.
Society, em português Os Malucos do Caixote de Esparguete (brincadeirinha!), é uma história com um tema comum ao terror dos anos 80 e a alguns filmes mais criticamente aclamados como Eyes Wide Shut, They Live ou mesmo Twin Peaks. O equilíbrio de poder no mundo não é um processo democrático, diz-nos Yuzna entre dentes. No shit, sherlock!
Um jovem de elevada estética anosoitentista descobre de maneira estupidamente conveniente que os seus pais fazem parte de um culto que controla a sociedade através de orgias, deboche e incesto. Entretanto aproxima-se uma grande data e um rasto de morte e destruição a todos os que se encostam perto da verdade. E na última meia hora o mais bizarro espetáculo de efeitos prostéticos, sacrilégio, blasfémia, profanação, depravação e um sem numero de monstruosidades e abominações que nos deixam sempre uma reconfortante ereção.
Isto porque Yuzna se faz acompanhar sempre do seu fiel artista de efeitos especiais, um tipo chamado Screaming Mad George, que é um visionário reconhecido internacionalmente pela unicidade da sua obra. É ele o responsável pela estética Yuzna, em que corpos deformados, caras derretidas, olhos borbulhantes ou corpos fundidos convidem com a naturalidade que só o universo Yuzna permite. Ah, e um tipo com cara de cu, que é o poster boy deste agradável filminho.
Society é o melhor Yuzna de todos. Não é um filme de terror violentão em que um grupo de teenagers no cio perece um a um à fúria de um psicopata assassino, é um filme cozinhado em lume brando, um criador de desconforto e curiosidade, que embate de frente numa das sequências mais inacreditáveis dos anos 80.
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