Os anos 90 tiveram uma fase muito confusa, em que a música rock renascia sob a forma do glorioso (porém deprimido / deprimente) grunge, o rap/hiphop andava de mãos dadas com o metal/hardcore e ouvia-se falar de um conceito refrescante no cinema, algo que toda a gente achava que ia mudar definitivamente o panorama do cinemográfico mundial: as adaptações de BDs. [pausa para gargalhada] E foi nesta onda de inovação que apareceu Tank Girl, uma miúda de um mundo pós-apocalíptico que adoptou um tanque como fiel companheiro. A combater um uber-vilão com a ajuda de um bando de mutantes guerrilheiros liderados por Ice-T, à laia de pequenos Ches Guevaras, que tinham uma interessante particularidade: eram metade humanos, metade cangurus… Sim, leram bem, cangurus…
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Parece que os orçamentos mais compostinhos chegaram aos filmes de Zombies, com Woody Harrelson e tudo…
Há uns anos atrás conheci um tipo que só via dois géneros de cinema: porno com gordas e filmes de porrada. Um dia encontrei-o em êxtase total, como se um orgasmo cósmico lhe estivesse a trespassar a espinha. Trazia consigo uma cassete VHS. Olhou-me emocionado e disse “Finalmente completei a minha colecção!“. Era um VHS original de Bananas de Woody Allen. Pensei “O que faz este barrascão com esta cassete?“. Inocentemente perguntei “Completaste a colecção de Woody Allen?”. Ele olhou para mim com aquela cara de camião carregado de tijolo e respondeu “Hum? Não. Sylvester Stallone. Este é o primeiro filme dele!”
De Meruge a Sameice, Portugal inteiro fala de Anjos e Demónios. Seja porque leram, viram, ouviram falar qualquer coisa ou porque simplesmente agarram opiniões por osmose, todos lhe enumeram religiosamente os defeitos. Quando o realmente mau Código DaVinci apareceu, a opinião geral foi um “humm!” (com a boca de lado, como quem espera que outros falem primeiro). Desta vez que a sequela (prequela, merdela) é apenas um normal filme mau, atiram-se todos ao ar como se estivessem à espera de alguma coisa de jeito.
21 anos depois de Bad Taste de Peter jackson, eis que nos chega mais uma pérola do cinema de terror neozelandês ultra-low budget. Com um orçamento de 5 dígitos apenas, Last of the Living compensa em sentido de humor e frescura o que lhe falta em meios. E voilá, estamos perante uma nova estirpe de filme de zombies, o filme “quase sem zombies”.
Canadá, aquele país semi transparente que vive na sombra dos Estados Unidos da América e que sofre quase sempre do síndrome de associação com o vizinho de baixo, normalmente em coisas más. Mas este é um país diferente, que além do man-child Tom Green tem também um sentido de humor proprietário limitado às suas fronteiras internas. Freezer Burn é um filme que arranca gargalhadas de 10 em 10 segundos no país natal e aqui entre nós tem tanta piada como o episódio piloto do “Eu Show Nico”.
O meu cérebro tem recebido avultadas agressões cinematográficas nos últimos 10/15 anos, mas ainda assim guarda belas memórias dos anos 80 e dos seus silly movies que eram acompanhados por uma magia há muito desaparecida com a banalização do cinema. Se hoje em dia temos acesso a qualquer altura a qualquer filme (mesmo os que ainda não estrearam), tempos houve em que passávamos meses a olhar para cartazes a salivar de antecipação. A única fonte de informação que havia era o cartaz propriamente dito. Isso e a colecção de calendários.
“Este não é o futuro de que a minha mãe me falou. Este também não é o futuro que o Padre Lombarda me falava quando dizia que eu ia ser um menino especial desde que fizesse o meus trabalhos manuais por baixo da sua batina.” E é com mais ou menos este discurso que começa Batman Salvation, perdão, Terminator Salvation, num discurso que pode ser interpretado livremente como “Não liguem às incoerências nem à completa falta de lógica e retrocompatibilidade com as versões anteriores, até porque… hum… porque… Ah, porque as viagens no tempo alteraram o time-space continuum e as coisas não têm necessariamente de encaixar. Sim, é isso! Este futuro é mais barulhento e tem mais explosões. “
Paradise Now é um filme do tipo “O Outro Lado”. Mas que tipo é esse? É quando somos confrontados com uma visão interna de algo que estamos habituados a ver de fora. Como é o caso da guerra do Iraque vista por iraquianos, o ataque de Pearl Harbour vista por japoneses ou mesmo o desembarque na Normandia vista por alemães. Nós estamos habituados a julgar coisas com base na informação parcial que recebemos e o caso do conflito da Palestina é bastante pungente, uma vez que a única coisa que a TV ocidental nos mostra são miúdos às pedradas, viúvas e mães chorosas ou grandes multidões a queimar bandeiras .
O comédia teenager de liceu já existia muito antes de American Pie. As “carcaças velhadas” da minha geração lembrarão concerteza a saga Porkies ou mesmo o injustamente esquecido Loose Screws. Apesar de serem exemplos de filmografia a martelo, são marcos de crescimento para quem viveu a adolescência ao seu ritmo. American Pie veio trazer para o mainstream a comédia sexual teenager, que começa frequentemente rebelde e acaba dentro dos limites do politicamente correcto, a roçar o puritanismo evangélico da sagrada preservação da virgindade. Mas até agora este tipo de filme sempre esteve contido dentro do brainless teen movie de elevada escatologia e comédia de “bater com a cabeça porta” ou o habitual peidinho despropositado. Até agora, disse eu.
Pode facilmente avaliar-se uma sociedade pelos gostos em entretenimento. Não em actos isolados ou fenómenos mediáticos temporais, mas pelos franchises que se recusam a morrer, por mais deprimentes que sejam, porque o público insiste em se auto-flagelar pagando para ser enrabado culturalmente. Dentro deste esquema de sodomia psicológica, encontra-se este Meet The Spartans, que vem na senda de nulidade dos Scary Movies, Date Movie, Teenage Movie, Superhero Movie ou Epic Movie.
Nos finais de 1998, primeiros meses de 1999, o mundo cinéfilo viveu uma época de expectativa nunca antes vista e, a bem dizer, nunca depois vista. Foi o tempo que antecedeu a estreia de “The Phantom Menace”, primeiro capítulo da prequela de Star Wars. Na altura da estreia do primeiro trailer, salas inteiras esgotavam para ver o trailer e 95% das pessoas saiam antes do filme. Foram tempos loucos, pior ainda para fãs tugas que tiveram que esperar pelo Natal. Na altura já havia Internet e banda larga. O fanboys portugueses já todos tinham visto o filme. Eu incluído. E que bela merda nos saiu na rifa…
Como sempre, uma experiência em BioTecnologia corre mal. Propaga-se uma epidemia de zombies de que não há memória. Daí até uma stripper boa como tudo usar uma metralhadora como prótese na perna, é um passinho. Uma hora de inspirada carnificina total depois (e o desaparecimento de uma bobine) e estamos perante um clássico instantâneo. É só juntar água? Não, é só juntar baldes de sangue e o infindável talento de Roberto Rodriguez
Quem não borrou as cuecas de medo aquando da estreia do primeiro exorcista? Ninguém? Eu também não, mas podia acontecer… Adiante. O Exorcista original é um marco no cinema mundial e não falo apenas de terror. É um estilo cru e não estilizado, fazendo crer a qualquer cinéfilo que aquilo podia acontecer em sua casa ou na casa do vizinho. Depois disso os produtores ainda sacaram umas massas a parolos com duas sequelas. Confesso que nem me lembro bem como se desenvolvem essas sequelas, mas lembro-me que eram uma boa merda. Aliás, qualquer filme que tenha um número no fim está fadado a ser xunga. Se bem que actualmente já os substituiram com subtítulos catitas para enganar pacóvios. Se pensarem bem nas sequelas que viram ultimamente, só os filmes de zoofilia e porno brasileiros é que têm números, como por exemplo, “O cavalo do vizinho 15” ou “Buraquinhos quentes de Paraguaçú 25”. …errr… Isto sou eu a inventar, claro.
Como tão bem sabemos, passar um banda desenhada para o grande ecran não é uma tarefa linear nem simples. Que o digam adaptações como Catwoman, Elektra, Daredevil, Punisher, Blade, Spawn, Spiderman, o novo Superman, isto só para citar alguns exemplos de lustrosa falta de qualidade e, porque não dizê-lo, horrenda mediocridade! Asterix, infelizmente, não é uma excepção à regra e neste terceiro capítulo parece ainda enterrar fundo numa fossa céptica o conceito da adaptação ao cinema de um comic.
Um filme de ovelhas zombie vindo da Nova Zelândia é o sonho de qualquer fã de série B. Só a premissa é suficiente para meter qualquer um a salivar de antecipação, a marcar no calendário, dar seca aos amigos no bar com a conversa “Vai estrear um filme de ovelhas assassinas feito na Nova Zelândia com efeitos especiais da empresa que fez o Senhor dos Anéis!”. E depois toda a gente abandona a mesa e o excitado fã de série B fica a chorar de solidão, acariciando a sua colecção de calendários do Aliens.
Há certos sintomas que nos fazem compreender que estamos a ficar velhos. O facto de se começar a consumir comprimidos como se fossem pintarolas, ter cuidado com a alimentação e dizer que a partir de amanhã vamos fazer exercício físico regular e deixar de achar piada a filmes de fantasia. Pelo menos aos filmes de fantasia mais light e “happy pink my little pony crap” como é o caso de Golden Compass, Eragorn ou outras trilogias a martelo. Claro que ainda gostamos da fantasia mais negra, como o “Labirinto del Fauno” ou dos telediscos de Tool. Mas dá-me ideia que acabará por chegar o dia em que corremos para casa para saber qual das gémeas vai ser atropelada por um homossexual toxicodependente seropositivo testemunha de Jeová bêbedo no episódio final de uma novela da TVI.
Alive in Joburg é uma curta metragem de Neill Blomkamp que fala de encontro imediato com extra-terrestres em Joanesburgo em estilo de documentário. É a curta metragem que deu origem ao filme District 9. For Humans Only!
Depois de ver o trailer até ao fim apercebi-me que não sei como vou aguentar a expectativa. A curiosidade come-me por dentro. Será o Cloverfield deste ano?
Alguma vez disse aqui que Bruce Campbell era o maior? Provavelmente já. Acontece que o facto de Bruce Campbell ser o maior (The Man!) não faz com que instantaneamente os filmes em que participa sejam bons por osmose. Terminal Invasion é um filme que vive de Bruce e da sua queda para as oneliners e carnificina. Nesta caso extra-terrestres. Pelo menos é o que dizem ser aqueles vultos desfocados que aparecem por vezes no ecrã por 14 milissegundos.
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