CinemaXunga

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Over Her Dead Body (2008)

Fez-me lembrar uma vez em que estava em casa e comecei a ouvir uma acesa zaragata na rua. Fui à janela. Lá estavam dois pinguins a fazer aquilo que me pareceu ser uma encenação de “À espera de Godot”, usando sinais de trânsito para simular diálogos. Passados uns momentos apareceu um rabino irado com o facto de um dos pinguins o ter enganado. Parece que lhe serviu uma dose de nariz de porco com coentros e o terá enganado dizendo que era peixe. O rabino, confiante, comeu com deleite. Quando lhe disseram que aquela estranha barbatana parecia uma ficha eléctrica, percebeu que estava a roer um focinho de porco. Má onda… Acompanhado de uns capangas da sinagoga foi tentar apanhar o pinguim. Quando apareceu, o pinguim 1 empunhava uma placa de fim de prioridade que seria a marca do final do 1º acto. O rabino atirou-lhe então o que restava do nariz de porco. Enquanto acendia um cigarro, o pinguim foi atingido no estômago pelo nariz e deixou cair o isqueiro em cima de uma lata de gasolina que servia para queimar uns figurantes no 2º acto. A lata virou-se, espalhando o pânico. Por incrível coincidência, passava o pelotão da volta a Portugal em bicicleta, ladeado por 2 urologistas de mota. Um dos ciclistas incendiou-se, espalhando o fogo pela audiência. Infelizmente, na altura, tinham-me faltado a bateria da máquina fotográfica.

Mutants (2009)

Os franceses iniciaram há uns anos uma nova vertente do cinema de terror hiper-realista de violência extrema, em que se colocam situações de fácil identificação para quem os vê. O último de que aqui falei foi Martyrs (2008). São filmes que fogem aos clichés do típico slasher, zombie, casa assombrada, gore e quando damos por ela já não há espacinho nem para colocar um quadro com tanto sangue. Mas numa linha de contínuo sucesso há-de chegar o dia em que se meta um pé na merda e se crie um produto profundamente desinteressante, com a utilidade de um acordeonista em chamas.

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V for Vendetta (2005)

Todos nós temos uma listinha de falhas cinematográficas graves, filmes que ficaram para trás. São perfeitamente normais, o tempo não é um recurso infinito de que possamos desfrutar. V for Vendetta é um filme que vejo com cinco anos de atraso por puro preconceito. Na altura em que estreou não estava ainda refeito do pastelão que foram as sequelas de Matrix e não conhecia ainda a Graphic Novel do adorável lunático Alan Moore. É sempre um prazer ver Natalie Portman toda rapadinha…

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The Book of Eli (2010)

O género pós-apocalíptico foi em tempos um oásis para o cinema alternativo, fora da mira do mainstream podia abordar-se qualquer assunto sem tabus ou censuras. Empurrar uma freira para debaixo de um comboio em movimento, decapitações em massa ou incendiar um infantário sem antes proceder à sua evacuação. Mas Hollywood atravessa uma época de massacre a este género onde sodomiza constantemente um tipo de cinema que nunca foi muito grande, mas já foi próspero e amado. Desta vez temos um filme que mais parece uma imensa publicidade à religião e aos evangelistas lunáticos, onde o product placement é protagonizado por uma bíblia e ao qual só falta mesmo o slogan “Com as bíblias do Sr. Joaquim não há demónio que entre em mim“.

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Operação Overlord – Faz hoje 66 anos

326.547 homens desembarcaram em várias praias da Normandia para livrar a nossa Europa do jugo totalitarista nazi., num evento conhecido como o Dia-D. 110.000 Morreram num prazo de uma semana naquela que foi provavelmente a maior batalha da humanidade. Só nos resta agradecer. Lamento, mas hoje não há deboche.

Geração “Borra Piças” – Cidade Despida

É triste, tão triste que a cada vez que a industria televisiva (e cinematográfica) queira fazer um produto diferente para as massas recorra a clichés americanos para encher uma hora de puro lixo, criando um produto que em nada se identifica com a realidade portuguesa e que mais parece aquelas brincadeiras que os putos fazem quando compram câmaras de filmar, só que com melhores meios e menos criatividade. Aqui temos um produto que nos fala de um serial killer (rir!) e de uma detective toda MILF que anda agachada em edificios abandonados de arma em riste e faz piruetas de carro em perseguições a canalhada criminosa em fuga. E no final de tudo, depois de muitos minutos de risadas involuntárias eis que compreendemos que estamos no mesmo ponto onde estávamos há 30 anos atrás. Apesar dos meios, da tecnologia e do talento, porque há talento em Portugal, levamos com um versão reciclada, recauchutada, mais colorida da Vila Faia original, só que desta vez há menos pessoas de bigode.

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Sex and the City? Nem com um pau de 5 metros

Não, não vi ainda Sex and the City 2. Nem sequer vi o primeiro. E se disser que vi três episódios completos devo pecar por excesso. E a razão pela qual eu estou disposto a fazer um post baseado maioritariamente em preconceito é o facto de não gostar de filmes protagonizados por transsexuais. Mas não é só por isso que não toco neste filme nem com um pau de 5 metros. É também pelas 5 razões que apresento de seguida.

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Ghoulies (1985)

A canibalização do sucesso alheio não é um fenómeno recente. Desde que os irmãos Lumière filmaram a criadagem a sair da fábrica que muita criadagem foi filmada a sair de algures. Nos anos 80, o sucesso de Gremlins catapultou para o grande e pequeno ecrã uma interminável lista de clones e ripoffs que viviam do encanto do Gizmo original e do seu bando de adoráveis demoniozinhos. O mais popular foi este Ghoulies, uma versão mais  hardcore, levando o conceito mais adiante. Envelheceu mal, e ver este filme hoje é como olhar para uma foto close-up recente de Rod Stewart acabado de acordar num hotel tailandês depois de uma noite de cocaína, viagra e desfibrilhação.

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The Lovely Bones (2009)

Depois de uma trip megalómana de proporções quase bíblicas que foi a trilogia Lord of the Rings, é óbvio para todos (incluindo para o próprio) que o caminho a seguir só poderá ser o da sobriedade e da simplificação. Mas num filme que poderia ter estas características, encontramos um Peter Jackson completamente viciado em efeitos especiais e na sua querida Weta Software, ofuscando por completo uma história que poderia ser bem poderosa, não fosse o onanismo visual de Jackson. Não é que eu me importe com a masturbação estética e tecnológica dele, eu só não gosto é que me ejaculem nos olhos.

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Ágora (2009)

Existe um tema tão poderoso em controvérsia que não são raras as vezes que divida famílias, aldeias, cidades ou mesmo países. Num milisegundo podemos passar do amor fraternal ao ódio supremo. Uma troca de palavras mal calculada ou um item esquecido e uma densa onda de raiva instala-se em permanência. Sim, a troca de tupperwares entre donas de casa é um assunto bastante sensível, mas com pouco potencial dramático além da óbvia tensão lésbica. Por isso mesmo Alejandro Amenábar decidiu pegar no segundo assunto mais sensível para nos brindar com uma nova obra prima. Esse assunto é a religião e as suas atrocidades e o filme é Ágora, uma das sete maravilhas do cinema moderno.

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The Skeleton Key (2005)

Quando olhamos para um cartaz que diz algo como “do realizador de…” ou “dos produtores de…” somos apoderados por um poderoso calafrio na espinha. Estas expressões têm um significado conhecido por todos nós, um segredo que toda a gente conhece mas ninguém se atreve a dizê-lo em voz alta. Essas palavras significam: Do realizador (ou produtor) que uma vez teve um paio do carago e o filme onde estiveram envolvidos, por extraordinária reviravolta do destino, foi relativamente famoso ou teve bom marketing. Infelizmente este filme é um sucedâneo pobre, nos mesmos moldes, sem imaginação e provavelmente uma bela merda. Tenham em mente que este filme é mau e que o pessoal envolvido teve em tempos um laivo de sorte ou talento, mas agora são uma cambada de falhados a viver de glórias do passado, viciados em cocaína, putanheiros consumidores de tailandesas baratas e provavelmente nem sequer sabem que têm o nome associado ao filme, porque assinaram completamente bêbedos… Mais ou menos como os últimos álbuns dos U2.

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I Sell the Dead (2008)

Quantos entre nós não se terão já interrogado acerca do tipo de vida que levavam as pessoas que arranjavam os mortos para o Dr. Frankenstein retalhar e escolher as melhores peças? Ou mesmo para aqueles visionários que se lembraram que poderiam saber alguma coisa sobre o corpo humano esquartejando cadáveres? Certamente não acreditam que o Sr. Dr. Victor Frankenstein, homem de boas famílias e educação superior, fosse ocasionalmente para o cemitério de pá e picareta escolher os mais frescos e viçosos pedaços de anatomia humana. Nada disso! Exércitos de salteadores de cemitérios e de defuntos em geral não davam descanso nem aos mortos para ganhar a vida. E é desta gente que trata o nosso filme de hoje. Tal como a classe de trabalhadores que retrata, é simples mas honrado.

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Satanás (2007)

Sabe bem sair da nossa esfera de cinema e petiscar aquilo que se faz nas chamadas “cinematografias alternativas” e perceber que o cinema a que estamos habituados não é, afinal, grande coisa. Nem que isso implique um filme onde se percebe que o bem e o mal estão no nosso cérebro e nas complexas interacções das suas sinapses, e que Satanás está ali ao virar da esquina em toda a gente, em todos nós, que só não aparece mais por falta de oportunidade, como o adultério.

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Up in the Air (2009)

Existe neste momento um tipo de cinema americano de difícil catalogação. Não é um cinema de valores colossais a roçar o PIB de alguns países europeus, mas também não é aquele cinema independente de Sundance dos anos 90, a borbulhar de originalidade, frescura e bizarria. É um meio termo que vive de nomes sonantes em papéis improváveis, de cameos, de orçamentos compostinhos e em que toda a gente parece ser dotada de uma capacidade de argumentar supra-humana e os diálogos apesar de engraçadotes, cheiram a falsete. Não é um cinema mau, mas começa a ser distractivo, injusto e desequilibrado. Salva-se o spoof porno: Up In The Ass!

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Daybreakers (2009)

Apesar dos ataques cerrados que ultimamente têm tido como principal objectivo apaneleirar e estupidificar o “filme de vampiros”, este sub-género cinematográfico tem vindo a responder em força na direcção oposta para manter vivo o estatuto que sempre teve. Tal como as criaturas que representa, também o género cinematográfico em questão parece ter a capacidade de se regenerar e manter um aspecto permanentemente contemporâneo. Porque é na negridão e selvajaria da noite, com ultra-violência e sem falsos pudores nem postura politicamente correcta que um filme de vampiros deve ser. Depois de Thirst e Let The Right One In, é a vez de Daybreakers injectar um nova visão de desespero e falta de esperança, num futuro que é tudo menos brilhante.

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Lock Up (1989)

Stallone Prisioneiro é o título português deste Lock Up, uma das mais gananciosas e ignorantes manobras de marketing da distribuição filmes em Portugal, criando uma fusão entre o universo real e ficcional ao meter o próprio actor, o senhor Sylvester Stallone, dentro da trama e capitalizar quantidades imensas à custa desta associação. Se ainda hoje somos um povo iletrado, imaginem à 21 anos atrás, quando comprávamos pulseiras magnéticas extremamente caras porque curavam todas as doenças, desde a unha encravada ao tumor cerebral, passando pela dermatite seborreica e pela caganeira assassina.

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A Single Man (2009)

Por uma estranha e incompreensível razão, só cerca de uma hora dentro do filme me apercebi que este não era o último filme dos irmãos Coen, este é apenas um filme com um nome muito parecido. Foi nessa altura que “Senti o gume frio da navalha até ao osso, senti o cão da morte a bafejar no meu pescoço“. Respirei fundo 3 vezes e pensei que este também nem estava a ser muito mau e avancei rumo ao final de um filme que mudou a meio. Além disso, ainda está para aparecer uma performance de Julianne Moore que não me hipnotize. Bom talvez Evolution ou o remake de Psycho, o filme mais desnecessário da História da Humanidade.

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Happy Star Wars Day 2010

Epá, ia-me esquecendo. May The 4th be with you! Deixo-vos um famoso quadro do museu da Antiga Republica de um jovem impressionista de Dagobah chamado Dark Monet, que ficou famoso pela sua representação da força como um cordão infinito de feijão frade.

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