CinemaXunga

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Nebraska (2013)

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Ontem foi dia do Pai e eu tive o privilégio de almoçar com o meu. Um almoço normal sem sentimentalismos sazonais. Não foi marcado pela solenidade do dia, foi fruto das tropelias do destino. Falámos de futebol (em termos leigos para eu perceber), de saúde, de cinema e das séries que ele agora vê. Falámos dos netos, da família, dos cães, dos gatos, do preço do frango ser exorbitantemente baixo ao ponto de se dever desconfiar da qualidade para consumo público, dos morangos que plantou só porque os netos gostam de os apanhar e comer “au naturel”. Já não moro com ele há quase 20 anos, não estou longe, mas é cada vez mais complicado apanhar assim um momento. Já não é o mesmo tipo de pai que era nos anos 80, é agora um orgulhoso avô. O meu pai nunca deixou a família para passar a noite com os amigos, nunca se negou a ler-me legendas de filmes completos antes de eu saber ler, contra a vontade da minha mãe atrasou-me várias vezes a hora de deitar para que pudesse ver o The Incredible Shrinking Man, o King Kong ou o Tarantula de 1955. O meu pai ofereceu-me uma metralhadora de aspecto realista que era a inveja dos putos todos da rua. Levava-me ao cinema itinerante  lá do lugarejo todos os domingos, religiosamente. “Olha que ele é novo demais”, dizia a minha mãe. “Não lhe há-de fazer mal nenhum!”, respondia ele sem nenhum pedo-psicólogo a infernizar as ondas hertzianas para o contrariar. Acompanhava-me e aos meus amigos nas futeboladas e deixava-me marcar-lhe golos quando estava à baliza. Foi o meu primeiro grande amigo, o original Bro. Ainda o é, mesmo com as azáfama das nossas vidas. Não somos lamechas nem falamos de paneleirices. Só coisas de homem. Ferramentas, técnicas recentes que vieram revolucionar a tradicional matança do porco e da noite de natal em que nos baldámos à missa do galo para ver o Predator 2.   Vê-lo a ser assim com os meus filhos faz-me parar o tempo mentalmente para apreciar aqueles momentos. Mesmo que tenha que disfarçar a emoção quando a minha mulher me pergunta porque estou ali parado a olhar para ontem se há ainda tanta louça para por na máquina. Tem as melhores ferramentas e aparece sempre que há alguma tarefa mais bricolática para fazer, mesmo sem eu pedir.

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E o Netflix português? (o estado da nação)

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Todos os meses aparece um paneleirinho no telejornal com uma resma de folhas, listagens de impressoras matriciais em papel contínuo, a dizer que o mundo está mal e os lucros caem porque Portugal esconde o pior antro de pirataria de que há memória no planeta nos últimos 1000 anos. Que não consegue pagar as prestações dos BMWs e das casas do Algarve. Que se fosse ele a governar, mandava enforcar mil putos que fazem downloads “ilegais”, para dar o exemplo, e que devia dar em directo na TV no Zig Zag da RTP2 para as crianças aprenderem que piratear conteúdos pode correr mal. Esse mesmo paneleirinho é mais tarde chamado ao tribunal onde apanha um puxão de orelhas porque violou quantas leis existem de privacidade e as suas bases de dados não obedecem a uma única directiva da comissão nacional de protecção de dados. Que afinal até usou software pirata para elaborar os resultados porque “desconhecia que o Office era a pagar”. Esta última parte já não passa no telejornal das 20h porque não tem o glamour necessário para meter desdentadas de 91 anos a elaborar opiniões baseadas em preconceitos sócio-culturais colonialistas e orientações católicas pré-concílio vaticano segundo. E com isto fica a ideia de que somos todos uns ladrões que não querem pagar a magnifica qualidade e variedade de produtos de preço acessível que o mercado nacional nos disponibiliza em prol de uma nação desenvolvida sob a batuta da excelência artística. A verdade é que isto é a mais vil mentira. Um grupo restrito de distribuidores quer extrapolar os lucros oferecendo horríveis produtos a preços pornográficos e querem que o público os consuma à força, sob pesada ameaça, apoiados por um sistema que os protege e obriga o seu povo a empobrecer para que estes tipos possam brilhar na bolsa, nas reuniões com as empresas mãe e naquelas reuniões secretas onde invariavelmente alguém acaba voluntariamente a oferecer uma rodada de felácio*.

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Sightseers (2012)

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A dor da perda e a tardia percepção de se amar sem ser amado desencadeia uma série de mecanismos de auto-defesa compulsivos inconscientes e involuntários. Uns enfardam pastelaria sortida na tentativa de encher o colossal vazio de chocolate, creme de pasteleiro e massa folhada à base de gorduras hidrogenadas e cancerígenos em geral, outros consomem inutilidades na esperança de substituir a dor da alma pelo catálogo da Benetton, outros compram cães, gatos, coelhos e toda uma panóplia de fauna que por vezes atravessa a fronteira daquilo que é um animal de estimação para aquilo que poderá ser uma bela chanfana. Outros compram uma caçadeira de canos serrados, metem-se num ford escort de 1997 e atravessam 0 país a matar gente para depois relaxarem num belo banho de sais enquanto esfregam os sangue e as vísceras da cara. O importante é exteriorizar a dor e não enlouquecer com ela a fervilhar-nos o cérebro até à loucura

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Malibu Express (1985 ou 1984… ninguém sabe)

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Há dois ou três dias atrás estava enterrado em trabalho. Sobrecarregado para além do suportável, daqueles dias que só queremos ver pelas costas. Fechei todas as janelas de browser para não me distrair com a Internet, coloquei os auscultares para ouvir qualquer coisa que me isolasse do mundo. De repente sinto um tremer nas calças e disse “Agora não pénis, estou a trabalhar.” E voltou a tremer. E outra vez e outra vez. Bolas, tinha-me esquecido do telemóvel ligado e estava a receber as habituais tempestades de notificações do Facebook, Twitter, 6 contas de email, malta do skype e do gmail, mensagens do Viber e as notificações de que as aplicações precisam de ser actualizadas para a nossa vida continuar a fazer sentido. Abandonei os afazeres e entreguei-me ao mole prazer de vasculhar aquela merda toda à espera daquela mensagem que traga sentido á minha existência, uma mensagem divina ou um simples convite ao deboche. Nada. Likes, tu coças as minhas costas que eu coço as tuas, Lols e winks a dar com um pau, email a dizer que a encomenda já tinha sido enviada numa embalagem discreta. Enfim, o mesmo de sempre. Entre elas havia um daqueles irrecusáveis links de “A lista definitiva dos anos 80. O melhor. Ever.” Ora foda-se, se não clico vou acordar com suores frios. Ok, aqui vai. click, click, click. Vi 46 dos 50 títulos. 3 dos que faltam são daqueles que não toco nem com um pau de 5 metros e um nunca ouvi falar. Malibu Express. “Mas que diabos?… Agora é que não vou ter descanso se não vir essa merda.” Videoclube do povo, click click click. Yes, I agree. Beber café enquanto a coisa se dá. Tufas… Aqui vamos nós. Play.

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Robocop (2014)–Em defesa de José Padilha

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No decorrer das filmagens de Robocop, José Padilha terá ligado ao seu conterrâneo também realizador Fernando Meirelles num aparente breakdown nervoso a dizer que não aguentava mais, que estava a ser a pior experiência da sua vida e que o estúdio recusava 9 em cada 10 ideias que propunha nas filmagens. Além disso, sabe-se também que Padilha e o protagonista Joel Kinnaman lutaram para que o filme tivesse um rating de R (maiores de 16) de modo a criarem uma obra mais violenta, com uma linguagem (falada e cinematográfica) que lhes permitisse dar corpo à sua visão ao mesmo tempo que se tornava mais fiel ao original. Porque terá sido Padilha assim tão castrado?

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RoboCop (2014) – primeira parte

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Uma doce e inocente memória de adolescência caminhava para casa depois de um dia de escola. Aprendera que baleias e golfinhos não eram peixes e preparava mentalmente uma surpresa para os seus pais que iriam ficar maravilhados com esta lição. Era o seu aniversário. Ao passar por uma zona mal frequentada ouviu uma voz sombria que vinha de uma ruela lateral. “Psst, anda cá. Quero mostrar-te uma coisa.” Assustada tentou recuar  mas viu-se paralisada de medo. “Chega aqui jeitosa. Vais adorar isto. É uma coisa que gostas muito.” A doce memória sentia tremer o queixo e respondeu. “Os meus pais dizem-me para não falar nem aceitar nada de estranhos”.  O homem saiu da ruela e aproxima-se da inocente memória. Com uma voz gutural retorquiu “Eu não sou estranho, garina. Chamo-me José Padilha e tu deves conhecer-me de grandes êxitos como Tropa de Elite e Tropa de Elite 2.” A menina encolheu os ombros e ficou mais descansada. Afinal era uma pessoa de confiança. Que mal lhe poderia fazer um gentil brasileiro que fez, pelo menos, um bom e honesto filme? “Entras na minha casa?” insistiu Padilha. “Sim, claro!”. E lá entrou numa sala escura que parecia não ter janelas nem iluminação. Foi então que Padilha lhe agarrou nos braços e a atirou ao chão. Virou-a de barriga para baixo. Com uma mão agarrava os dois pulsos e com a outra tirava-lhe as calças e as cuequinhas cor-de-rosa com temáticas de Charlie Brown. Baixou também as suas calças e sodomizou a inocente memória de infância que gritava pela sua mãe e chorava copiosamente. Sem preparação, sem suavização. A pequena memória sentia-se rasgada em duas. O hálito a álcool de Padilha na sua cara e as dores que sentia fizeram-na desmaiar. Três horas de sodomização depois, por cima de uma memória inconsciente e ensanguentada, Padilha levanta-se e sai. Na rua espera-o um carro de vidros fumados. Aproxima-se. O vidro baixa e uma mão estendo um maço de notas de 100 dólares. Padilha chora enquanto aceita o dinheiro e de dentro do carro uma voz demoníaca diz “That’ll do, José. That’ll do!

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Top 5 de flops que se tornaram no meu culto.

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O flop, esse chavão que dita o destino de um filme nas mãos de um estúdio e da contabilidade matreira de Hollywood . Só pode ser considerado flop um filme com aspirações a world domination, actualmente um filme que custe pelo menos 100 milhões de dólares a produzir, distribuir e publicitar. Ora, um filme independente  feito por amor à arte nunca é um flop, basta que apareça mais um ou duas pessoas do que mãe do realizador já é êxito transbordante. É um termo quase exclusivamente aplicável ao chamado blockbuster. No Verão de 2013 foi vê-los cair. Parecia a época de caça ás perdizes, nem tinham tempo de levantar voo, porque agora Hollywood define o flop em menos de 24 horas de exibição. Muitas são as vezes em que me meto a pensar de que alguns destes filmes podem ter êxito em circuitos diferentes daqui a 10, 20 ou 100 anos porque o tempo os ajuda a persistir. Os gostos mudam e, quiçá, uma inversão na evolução nos faça amar esta vasta parolice que Hollywood nos tenta enfiar pelas goelas abaixo todas as semanas. Isso aconteceu imensas vezes no passado e o que me traz aqui hoje é uma singela lista de 5 filmes que foram absolutamente humilhados na sua estreia e hoje em dia são filmes que considero obras superiores.

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Telemóvel, o terror dos filmes de terror.

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Até aos finais dos anos 90 os filmes de terror viviam essencialmente da criação de situações onde os protagonistas se viam isolados e de seguida, em filinha indiana, eram chacinados como cabritos em véspera de Ano Novo. Com a chegada das redes de telemóvel, que nos estados unidos foi uns aninhos mais tarde devido a questões de norma tecnológica, chegou também o pesadelo dos argumentistas. E agora? Seja qual for a situação de um filme dos últimos 50 anos, facilmente se resolveria com uma chamada para o 112 ou para um amigo. Este atalho narrativo por telemóvel não iria apenas resolver tramas em filmes de terror. Episódios de Seinfeld, filmes inteiros de Woody Allen e grande quantidade de cinema que lida narrativas que têm a génese em problemas de comunicação. É certo que o cinema (e Hollywood em particular) têm problemas em adaptar os guiões à evolução tecnológica, como é o caso da utilização de informática que raramente tem algum paralelo com a realidade. Por vezes existem até guiões que passam décadas inteira em development hell e quando estão prontos para a fase de produção vêem elementos chave serem ridicularizados por um salto tecnológico que apareceu entretanto. Como está a lidar a indústria do Horror Movie com esta alteração no tecido social?

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Resolution (2012)

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Não costumo contextualizar temporalmente os meus posts para que sejam lidos em qualquer altura sem serem maculados pelas referências a eventos que o tempo entretanto fez esquecer. Seja amanhã, daqui a dois anos ou quando os arqueólogos extraterrestres, daqui a 1600 anos, encontrarem o servidor onde tenho o blog alojado. No entanto hoje vou abrir um excepção e dizer que estamos em pré-época de Oscars, aquela silly season cinéfila onde se enfolam pastelões à categoria de obras primas para que possam servir de veículos de fama a algumas pessoas e depois ser esquecidos em enormes cestos nos hipermercados a 1.49 e ninguém os comprar. Já passei por tantos anos disto que desisti de discutir a futilidade do evento. “És do contra!”, “Não admira que não gostes destes filmes, só vês merda.” e o clássico “A crítica é unânime em eleger (novamente)  este como o filme do século.” A minha opinião é que apenas uma pequena percentagem dos filmes têm o seu real valor espelhado nestas festas, que estes eventos são actos de puro marketing que servem apenas para concentrar toda a atenção do mundo nos filmes de meia dúzia de estúdios (como se outras cinematografias não existissem) e sem valor artístico e que os vencedores são manipulados de acordo com uma agenda pré-definida. E assim procuro por me afastar para que não me volte a rebentar a veia que tenho na testa que se irrita cada vez que um paneleiro para aqui vem recitar odes às mentiras que Hollywood lhe enfia no cu. Este ano decidi regressar ao cinema de terror, um gênero do qual me tenho afastado porque sofreu um duro golpe criativo nos anos 2000. Agora parece estar a aparecer uma nova onda de belo cinema de terror independente e é isso que vou investigar. Comecei com Resolution, uma obra de Justin Benson e  Aaron Moorhead, autores que anteriormente nos trouxeram obras como… nada. Nada que tenha cá chegado comercialmente, pelo menos.

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Frances Ha (2013)

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Invejo esta juventude que se inebria instantaneamente com arte. Que perante uma avassaladora dose de poesia, lirismo ou cinefilia se deixam incapacitar fisicamente com a sensibilidade, como se o talento e genialidade criativa os deixassem em coma catártico e por momentos etéreos padecem de   “Oh my god it’s full of stars”-ismo. Porque eu sou um talego, um calhau emocional incapaz de absorver a beleza artística, mesmo que ela me seja arremessada pela própria incarnação física e cientificamente provada do deus Apolo. Lá vou melhorando com a idade, a experiência. Filmes que achava merdosos passam a fazer sentido, sentimentos que em tempos classifiquei como “de velho” fluem agora livremente por mim. Todo este processo leva o seu tempo, é como os corais ou o musgo, vai conquistando o seu espaço, vai alterando a nossa percepção, amadurecendo. A experiência é, na maior parte das vezes, a maior aliada do cinéfilo lento. Quero com isto dizer que não compreendo como se vêem agora por aí putos com 17 anos que descodificaram o sentido da vida pela cinematografia de Bergman, compilam teses académicas sobre a comoção que lhes causa o neo-realismo italiano ou como absorvem o essencial da vida pelas alegorias neuro-boémias da Nouvelle Vague. Quando eu aos 17 anos nem a moral do primeiro Rambo percebia muito bem. Este excesso de academismo e o atalho na ciclo natural da cinefilia não é, na opinião deste abandonado escrivão, saudável. E assim chegamos a Frances Ha, um filme bonito e de bela representação, mas carcomido no seu núcleo.

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Humanoids from the Deep (1980)

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Quando as festas começam a morrer, a música desaparece, o chão se torna perigosamente escorregadio e o dia começa a nascer, dou comigo a defender de modo violento a minha teoria de que os filmes de terror dos anos 80 e inícios dos anos 90 que tivessem nudez ou uma cena de sexo compostinha no primeira acto, eram uma merda em termos de valores de produção e de satisfação reduzida para o fã inveterado de uma boa matança. E nestas alturas levanta-se sempre um bêbedo do fundo da sala e pergunta “Então e o Humanoids from the Deep ?”. Então paro para repensar e reflectir na minha vida, nas minhas escolhas e a questionar todas as decisões, resoluções e juízos que fiz até então. “Será a minha vida uma ilusão? Um engano? Quem sou eu?”. E depois respondo “Ah, Ya!” num ataque fulminante de adolescência compulsiva, mas sem a habitual ereção.

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A Boy and his Dog (1975)

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Surgia em 1975 um dos filmes mais mal compreendidos de  sempre. Um pós-apocalíptico que não era drama nem acção, um bocado aparolado nas escolhas estéticas, personagens moralmente desprezíveis e cujos protagonistas eram um cão telepata e um jovem violador. Foi arrasado pela crítica, desprezado pelo público e maltratado pela sua produtora, mas o tempo fez-lhe justiça. Por isso puxem uma cadeira e comam um pudinzão, vou contar-vos a história de um rapaz e do seu cão.

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Bad Milo! (2013)

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Por muito informados que estejamos por todas as fontes que nos ejaculam ao segundo infinitos jorros de informação, nada sabe melhor que ver um filme espectacular que nunca tínhamos ouvido falar. Filmes que saltitam espontaneamente de um ou outro feed maioritariamente monótono. Filmes que apanhamos acidentalmente da RTP2. Às vezes são pessoas com gostos diametralmente opostos ao nosso que dizem “Ai que horror! Que filme horrendo, uma ofensa ao bom gosto e um atentado aos valores familiares e da moralidade pública e social.” Desta feita venho-vos falar de Bad Milo, um filme tão surreal quanto simbólico, a história de um homem que materializa um demónio com toda a sua fúria reprimida. Um típico funcionário de classe média, abusado para manter o ganha pão da sua família em tempos incertos de empregabilidade frágil. Um dia tudo é canalizado para um pequeno e adorável, mas igualmente mortífero e cruel, demónio. Uma criatura que lhe sai do rabo a cada vez que precisa de matar todos os que se atravessem no caminho do nosso herói. Quem nunca evacuou um demónio intestinal capaz de aniquilar toda a vida numa raio de meio quilómetro que atire a primeira pedra.

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Red Heat (1988) e o cacifo de titânio reforçado

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Crianças, juntem-se aqui que hoje temos história. Coloquem os vossos chapéus de papel de alumínio e elétrodos de pinça no escroto1 porque vamos viajar no tempo. Nos anos 80 os filmes de Arnold Schwarzenegger era um evento anual que nenhum teenager sedento de sangue e carnificina podia perder. Numa época sem Internets e com as revistas estrangeiras de cinema a custar meio ordenado mínimo, a criançada passava os dias a lamber os cartazes nas salas de cinema. Cartazes que às vezes chegavam a ter mais de um ano de antecedência. Tanta a antecedência que há casos de filmes mudaram entretanto de nome ou outros que nem chegaram a ver a luz do dia. Nestes tempos negros de incerteza e falácias comerciais, o conceito de “Filme novo do Schwarzenegger” era uma âncora de esperança, o quente conforto de algo que não nos ia falhar, um segundo lar… O “Filme novo do Schwarzenegger” era tão certo como apanhar umas valentes bofetões depois de chegar a casa às 20h cheios de lama e com queixas de 23 vizinhos acerca de alegada destruição de propriedade alheia e de por em risco a integridade sexual das suas filhas (essas galdérias). Isto para dizer que no ano do senhor de 1988 andámos todos eufóricos durante 7 ou 8 meses porque ia estrear um novo filme do Schwarzenegger e o elevado bodycount já nos retesava os mamilos de antecipação.  Red Heat estrearia no Outono, logo após a chegada das primeiras negativas a matemática.

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Celebridades On e Off – Peitinhos da Quinta

O problema de ver celebridades nuas é que o nosso cérebro perde sangue para zonas anatómicas que mais precisam e acabamos por não nos lembrar de como são elas vestidas. Para colmatar esse flagelo que assola a sociedade de um modo lancinante, propus-me a elaborar uma galeria. E aqui está ela. À quinta, como é ordenado nas escrituras.

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Marisa Tomei

Branco (2013)

Branco

Há uns meses atrás li com avultada tristeza a notícia de que o festival dedicado ao cinema português que se realiza anualmente em Coimbra foi cancelado por um conjunto de razões que não interessam para agora. Na sequência deste triste anúncio tive uma conversa com o Luís Alves e vim a perder quase toda a esperança de ver o novo filme dele aqui pelas terras banhadas pelas contaminadas  águas acastanhadas  do Mondego. Não desisti e usei bitch tactics para o tentar fazer sentir pena de mim de modo a que dissesse “Eu arranjo-te uma versão para veres” ao que ele respondeu amavelmente com “Eu arranjo-te uma versão para veres”. Fiquei todo contente porque a minha curiosidade estava em valores record, depois da excelente curta “A Cova” que tive oportunidade de ver na SIC Radical. Um dia depois recebi o bilhete dourado em forma de link num serviço de alojamento de vídeos.

Natasha Henstridge – Peitinhos da Quinta

Em 1995 estreou um filme de ficção científica que, não sendo mau, se tornou inesquecível devido a algo que sai do âmbito do SciFi: as mamas da Natasha Henstridge. O filme é o típico “gaja boa do espaço procura homem terrestre para procriar e depois esquartejar porque na realidade só estava interessada no seu esperma para misturar genes (e não para gargarejar)”, como Life Force ou o próximo da Scarlett Johansson e algumas dezenas de séries B e exploitation dos últimos 100 anos. Notava-se que eram marmelos do espaço, de um planeta com mais massa que a Terra uma vez que apesar de densos e volumosos, a nossa gravidade não tinha efeito sobre eles. Enfim, cenas. Ficam as fotos que se faz tarde e as pessoas têm que se ir deitar. 

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