Cada vez mais o mundo se leva a sério. Demasiado a sério! É um sinal dos tempos. Ninguém gosta de ser menosprezado, existe uma tendência de dar valor demais coisas que realmente não o têm. Olhem o cinema actual, por exemplo! Mais do que filmes que se levam demasiado a sério (e logo aí perderem toda a piada), temos exércitos de pessoas que os levam a sério só porque o marketing ditou que assim tinha que ser, e depois têm medo de parecer menos inteligentes, eloquentes ou enciclopédicos que os seus compinchas. Mas felizmente que essa tendência não é globalizante. Filmes como Piranha, Machete ou este muy british Severance vêm demonstrar que o cinema divertido, descomprometido e de qualidade não está morto, ao contrário dos seus personagens que aparentam alguma dificuldade em manter a sua integridade física, seja por perigo de degolação, mutilação, perfuração severa ou traumatismos múltiplos provocados por objecto contundente, condição normalmente conhecido por “facada no lombo”.
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O thriller, enquanto policial obscuro quase a roçar a ténue fronteira com o filme de terror ou paranormal, está a definhar. Uma tendência popularizada por Hitchcock e eleita ocasionalmente por realizadores competentes para exercícios de estilo, saudosismos ou para contar uma história com mais densidade do que é previsível num filme mainstream. E se é certo que na maior parte das vezes o resultado acaba por se vaporizar para o eterno vazio da memória cinematográfica mundial, também é certo que por vezes aparecem obras excepcionais, histórias que nos amarram como octopodes viscosos e só largam depois do climax narrativo.
Boa tarde. A efeméride idiota que hoje se celebra é o “Fim de Semana Zombie”. Como tal vamos abordar a temática zombie em várias frentes, começando pelo cinema, onde falaremos animadamente do pouco convencional Fido, filme de zombies que é uma crítica à escravatura e à exploração ilegal de emigrantes, além de ser uma engraçada fonte de simbologia sanguinária e carnificina em geral. Depois disso será abordada a temática zombie na banda desenhada e na música com o qualidade a que vos habituei… Nenhuma! E não, não falarei do “Zombie” dos Cranberries porque não sou uma pessoa emocional e não estou a atravessar nenhum ciclo mestrual…
A distribuição de cinema no circuito comercial tem um calendário bastante bem definido. Há épocas altas (comercialmente): Natal, férias da Páscoa, Verão, etc. Há alturas para blockbusters, outras para thrillers ou alturas para incontáveis mixórdias para crianças. Requentadas e recicladas. Há também alturas mortas, em que são distribuidos filmes inócuos. Filme sem grandes aspirações artísticas, mas com algum poder de marketing e uma ou outra estrela cadente da antiga Hollywood. Isso aconteceu neste filme, com Harrison Ford a dar a cara por um argumento ranhosito e uma estética cinematográfica de template. Harrison Ford, diga-se, que já acusa um certo cansaço e uma ou outra crise de próstata.
Mamas, a maneira ideal de começar um post. Como escrever um texto de tal riqueza que possa obscurecer a palavra “mamas” a abrir hostilidades? Haverá tão rendilhada prosa que possa anular o efeito “mamas”? Não, lamento mas não há. E deixando este assunto para trás passemos ao filme Cashback, uma pérola do cinema alternativo britânico, uma aconselhável cereja de deglutição lenta. E sim, tem gajas nuas e até posso colocar algumas imagens no final do texto para que mesmo quem não saiba ler possa esgalhar o pessegueiro.
Sentei-me para ver um filme. Uma história de amor de contornos alternativos, passada em Nova Iorque. Um filme independente da velha guarda. Virei-me para o lado para picar mais um torresmo da frigideira, e quando olho para o ecran outra vez estavam 3 homens numa roda de broche. Com uma intensidade que pareciam imersos num transe religioso de lambeta. Eu não sou púdico e muito menos homofóbico, mas ver um homem a enfiar 3 dedos no cu de outro enquanto lhe enverniza o escroto a cuspo é onde eu traço meu limite da tolerância.
Li algures, num destes sites que nos afasta do trabalho, que existe uma lei nalguns estados americanos que proíbe sexo com ovelhas. Tudo bem, também acho que é doentio um homem envolver-se emocionalmente com uma ovelha, e mesmo que seja um caso de uma noite (ou tarde solarenga atrás de um arbusto) é moralmente condenável. A minha questão é: em que ponto é que uma epidemia de violadores de ovelhas se tornou tão grave que foi preciso legislar contra esse flagelo?
O cinema alternativo americano tem-se ultimamente vindo a uniformizar ao ponto de se poder já encontrar uma fórmula de funcionamento. Enquanto nas décadas passadas o cinema alternativo (estirpe Sundande) era mais surreal e estratosférico, ultimamente tem vindo a apontar para a fórmula de contar uma história (simples e convencional) usando meios narrativos e estéticos não convencionais. Há aquele ambiente de “what the fuck!?!“, mas no final o amor tudo conquista. Wristcutters é uma pérola em que, em boa hora, tropecei.
Sempre tentei ser eclético, não embarcando apenas na cinematografia hollywoodiana e odiando outras cinematografias com a mesma intensidade. Tenho uma relação de amor / ódio com a cinematografia francesa. Historicamente poderá ser considerada a mão de todas as cinematografias, em diferentes eras e contextos. Actualmente é muito boa na vertente drama e cinema urbano e terrivelmente pueril e infeliz no que diz respeito a comédias mainstream. Como em tudo há excepções mas vamos ignorá-las por razões meramente estatísticas.
Esta semana vi Sheitan, um misto de filme de terror com cinema rural francês, com elementos sub-urbanos bastante característicos do cinema alternativo francês (vide La Haine). É um projecto pessoal de Vincent Cassel, que se aventura nos reinos da comédia negra satânica.
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