Há duas coisas na vida às quais damos importância desnecessária. Temas que nos remoem o cérebro por dentro, que nos tiram o sono, que nos encharcam as noites de suor e nos fazem ponderar a existência com a pergunta obrigatória “Valerá a pena continuar?”. A primeira destas corrosivas ideias tem a ver com os filhos. Na gravidez, nos primeiros anos, na escola, no crescimento para adultos, em todas as fases nos questionamos constantemente acerca da sua saúde física, mental e social. De facto é só isso que queremos, um filho normal. Um malandrim que cometa as mesmas malandrices da média dos malandrins da sua idade. Não queremos desvios. E o certo é que os nossos filhos terão sempre uma peculiar varada na mona que nos faz sempre olhar para o âmago da nossa essência e concluir que de certeza é da parte da família da mãe. Ou seja, não vale a pena pensar se o nosso filho será normal, nunca é. E isso é bom. A segunda questão dilacerante que pode fazer implodir a própria sociedade e à qual a resposta é sempre não é “Desde que deixou de ser vocalista dos Muse, fará o Adam Scott* algum filme de jeito?”
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Se uma pessoa aparece com a cabeça de um ganso enfiada no cu e o resto do ganso a pender como um gravata nadegal, eu considero isso um conceito inovador e original. Admiro a imaginação e coragem do seu autor, mesmo não sendo obrigado a gostar nem sequer a usar, porque não sou um gajo de modas. Se no dia seguinte um batalhão de pessoas aparecerem com cabeças de ganso enfiadas no cu e o resto dos gansos a pender como gravatas nadegais, aí já considero haver seguidismo e falta de originalidade, mesmo que em vez de gansos tenham usado patos bravos, avestruzes e bovinos de pequeno porte.
Corria o ano de 1987. Meados de Julho. Já havia passado mais de um mês de férias grandes e a euforia lentamente se transformava num quase imperceptível tédio. Suave, mas a ganhar força. Eram 4 da manhã e eu, o meu amigo Zé e o meu primo João regressávamos de um baile de uma aldeia vizinha, onde fomos na esperança de ver pelo menos uma cover de Judas Priest ou Ramones. Recusamos várias danças e o balanço da noite resumiu-se a dois apalpões e a promessa de um aquecimento de pescoço lá mais para o final da semana. Chegados a casa decidimos meter um VHS alugado no dia anterior. O exorcista… Duas horas depois três teenagers apavorados jaziam imóveis num sofá, sem pestanejar, quase sem respirar, a esperar pela luz do dia. Só com os primeiros raios de sol ganhámos força nas pernas e o sangue voltou a fluir com naturalidade. Até ao dia de hoje continua a ser uma das experiências mais aterrorizantes da minha vida.
Imagine que todas aquelas histórias que lhe contavam quando era pequeno… São verdade! Durante a segunda guerra mundial, todas as criaturas do sobrenatural procuraram refúgio em Portugal. Vampiros, lobisomens, gárgulas e fantasmas vivem pacificamente, nas sombras, entre os humanos.Porém, no subsolo, o pior de todos os monstros ganha forças e prepara o seu regresso. Por sua culpa, todas as crianças de Lisboa estão a desaparecer.
E foi assim que o projecto apetecível da Pato Profissional mudou de rumo do cinema para a BD. Ao que parece não vão faltar cameos… Vai ser apresentado no Fantasporto. Sinceramente, pagava a dobrar para meter as unhas nisto já hoje! Mais aqui.
Antes de começar a ver este filme, algumas vozes disseram-me “Queima o DVD, queima o DVD“, e eu que normalmente não ligo à vozes que me falam de dentro da cabeça, meti o DVD. Gostei do original, mas isso eram outros tempos, os tempos do delicioso gore despropositado, os tempos em que ninguém se ia preocupar se os teenagers iriam passar uma vida no psicólogo ou se iriam despachar a tiro 17 colegas lá na cantina do liceu.
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