Um homem que declama lamúrias teatrais com os olhos postos no vazio. Uma mulher que gesticula dramaticamente num misto de epilepsia com ímpeto de cólera, mas muito lentamente. A arte do anacronismo como choque social. No freakshow que é o cinema português eis Manoel de Oliveira, a nossa mulher barbuda.
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Zombies, sangue, tripas, zoofilia e sexo em grupo, fotografia magnífica e banda sonora avassaladora são coisas que este filme não tem. No entanto o uso da palavra “zoofilia” e “sexo em grupo” serve para trazer aqui ao site uns bons 30 ou 40 visitantes, isso vos garanto. Assim como outras que vou colocando tempos a tempos para atrair populaça a este banho de cultura. [Marisa Cruz Nua] Existe em Portugal uma percentagem de população que ronda os 99.999% que encara a tarefa de olhar para um espelho a ver as unhas e o cabelo a crescer com mais entusiasmo do que ver um filme de Manoel de Oliveira. A maior para dessas pessoas nunca viu nenhum, uma prova de que o instinto e 6º sentido existem e funcionam. [Carla Matadinho faz a equipa de futebol salão do Miramar Juniores]
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