Fez agora 3 anos que escrevi um texto entitulado “Porque deixei de ver filmes de super-heróis“ em que expliquei a razão que me levaria, à altura, abandonar o género blockbuster de heróis de borracha negra e licra nadega adentro. A razão principal, para que não tem paciência para chafurdar na minha psicanálise, era o facto indiscutível de que eu não me enquadrar no público alvo. “Não és tu, sou eu!”. Acontece que o destino haveria de se encarregar de me chutar os tomates poucos dias depois, quando o meu filho me pediu para ver os Avengers. Mais que isso, queria que lhe explicasse toda a história que está para trás, uma vez que uma criança de 5 anos não tem tempo para backstories. Quando o miúdo recuperou a consciência das duas bofetadas que lhe administrei em fúria não justificada e perfeitamente gratuita, lá comecei calmamente a explicar-lhe o pouco que sabia. Postura confiante, voz firme e o cérebro sob efeito de um blister inteiro de calmantes. Bem sei, não se faz e será a minha sina passar a fase vegetal da minha terceira idade num lar a cheirar a urina e solidão.
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Há filmes que são o equivalente a papel higiénico reles que se faz passar por produto de qualidade, seja pela embalagem ou pela publicidade enganosa. Aquele papel higiénico que cria confiança excessiva no utilizador que no acto de limpar o rabo, confiante na qualidade da fibra celulósica, aplica um pouco mais de força para reforçar a limpeza, furando as falsetas folhas e enfiando um dedinho na merda. 400 Days é isso, mas em filme.
Não sou contra a tendência dos grandes estúdios enveredarem pelo caminho do Grindhouse e filmes em homenagem à gloriosa série B que fez de nós homens (ou mulheres ou híbridos extraterrestres). Fazem-no com bons orçamentos permitindo a realizadores antes vetados à poupança extrema alargarem os seus limites a algumas das mais explícitas e realistas carnificinas alguma vez vistas. O problema é que esta vaga de série B mainstream veio matar a verdadeira série B, retirando-lho grande parte do escasso mercado que ainda tinha. De repente os pueris cinéfilos das nossas praças acham que Machete, Death Proof e Planet Terror são o “real deal”. Acham que os vampiros, lobisomens e zombies são assunto para blockbuster e para o Brad Pitt humedecer quanto vagináceo trintão e quarentão por aí haja. Com este misto de boa vontade com o mais fétido mercenarismo comercial, as produções de série B que fizeram de países inteiros notáveis fontes da cinéfilia do culto do morticínio começam a desaparecer no nosso panorama. Onde antes haviam vagas de géneros exploitation capazes de encher duas salas de prateleiras com capas VHS amareladas, hoje lá vão saindo um ou outro ocasionalmente. Os Asilum e os SyFy não contam, porque são fruto da mesma desonesta exploração comercial que os blockbusters de zombies. Só que em vez de fazerem um filme, fazem 2500 com o mesmo orçamento. Opções…
“Olá bebé. Não dás uma beijoca ao teu xuxu?” sussurrava melosamente o Sérgio às miúdas no liceu. O intervalo tornava-se assim um laboratório de ensaios que transformariam o Sérgio num comercial de sucesso para os finais dos anos 90. Isto, claro, até uma grave crise de consumo o ter levado a aceitar um contrato de rescisão bastante lesivo para os seus interesses, que na ansia de pagar as prestações do BMW o Sérgio se vira obrigado a assinar. O Sérgio gostava do Van Damme e de filmes de porrada em geral. Não gostava quando as personagens falavam muito ou quando passavam mais de 10 minutos sem haver turbulência nos filmes que via. Sentia-se confuso com flash backs e quando alguma situação mais inesperada ocorria numa narrativa menos convencional não era raro o Sérgio perguntar “É um sonho?”. O artefacto do “sonho” era recorrente nas novelas e séries dos anos 80 que permitia avaliar a reação dos espectadores a mudanças futuras. O sonho é também um mecanismo narrativo de failsafe, uma rede que permite fazer o rollback de um arco narrativo menos bem aceite. O Sérgio gostava mesmo era de coisas lineares. “Há um mau muito mau que aleija meninos e um bom que sabe karaté aparece para o matar, FIM. “
Will Smith sempre foi um insuportável bonacheirão, um pirralho de morais questionáveis, na eterna fronteira do adorável / insuportável / “matem-no com fogo”, um efeito secundário de um sitcom que correu melhor do que esperado. Agora, subitamente, transformou-se num pai preocupado, num modelo de patriarquia. Uma abrupta mudança de direcção cuja inércia do movimento rápido nos deixou a todos com uma certa náusea, algo comparável com enjoo marinho ou como quando atravessamos o Algarve pela montanha junto a Espanha num autocarro de Rodoviária de 1982, com aquele inebriante cheiro que é uma mistura de plástico em decomposição com ceroulas usadas duas semanas seguidas sem ver água. Neste novo modelo de Will Smith assistimos a tentativa após tentativa de enfardar o seu filho na elite Hollywoodiana, como que a querer encaixar um cubo num buraco redondo. É nobre que o faça, é o seu dever de pai. No entanto, como estrela de topo na indústria com décadas de experiência, Smith deveria perceber como funciona a sua própria profissão e compreender que há coisas que não podem ser forçadas. Uma criança sem carisma, sem talento e sem as qualidades representativas do seu pai irá ser, no limite, chacinado pela crítica e pelo público.
No início deste verão prometi a mim mesmo ficar longe dos blockbusters para bem da minha sanidade mental e daqueles que me rodeiam. Não se tratava de uma regra intransigente, antes um “prime directive” com grande probabilidade de ser quebrada. Decidi mais tarde outra coisa mais flexível, ver os filmes mas não falar deles. Basicamente para não importunar ninguém com opiniões geralmente pouco populares. Ontem estava a afiar a corrente do meu Husqvarna 240 e-series TrioBrake (com motor X-Torq) e pensei “Ora foda-se, tenho que levar todos os dias com presunções alheias sem direito a contraditório e não posso opinar em relação a meia dúzia de filmecos cujo principal intuito é secar as mesadas de teenagers que lutam ferverosamente por perder a virgindade pelas nossas lindas praias de areia branca a perder de vista? “ E eis-me aqui, no momento crucial que conclui esta complexa linha de raciocínio.
Há uns meses atrás tive o infortúnio de assistir a um testemunho de um jovem que se sentiu impressionado em demasia com Drive, filme de 2011 de Nicolas Winding Refn. O garoto andava perdido na vida, sem planos de futuro, sem namorada, sufocado em casa dos pais, desmoralizado e sem esperança num mundo melhor. Depois de ter visto a luz no enxameio de bofetada requintado protagonizado por Ryan Gosling decidiu passar as noites a conduzir pela cidade a ouvir a banda sonora do filme e a imaginar cenários de grandeza. Um dia foi ao McDrive e manteve a música em generoso volume. Foi atendida por uma gótica meio metalizada que provavelmente tinha dois piercings no clitóris. Ela sentiu uma atração por ele e iniciou um agressivo processo de flirting. “Olá”, “Como te chamas”, “Boa música!”, etc, até que chegou à terrível pergunta “O que fazes?”. O moço respondeu “Conduzo!” com um inexplicável orgulho. E ela volta à carga ligeiramente confusa “Conduzes o quê? Um taxi? Uma carrinha de entregas?”. Nesta altura o jovem sentiu o peso do ridículo e arrancou, tendo-se esquecido de trazer a encomenda. Podia-se adaptar para o remake português do filme. Chamar-lhe-ia “McDrive”.
Por cada filme de zombies fraquinho que é lançado, Lucio Fulci mata um gatinho do outro lado da tumba. Os filmes de terror que saem actualmente são praticamente todos maus. Os de zombies ainda pior. As causas já foram por várias vezes aqui expostas. A mais recente é esta invasão teenager à procura de emoção, as caldeiradas hormonais, as imaturidades emocionais de quem não tem um crédito à habitação para pagar ou de quem nunca teve que abandonar o idealismo pela lógica da sobrevivência. Warm Bodies pretende ser o outro lado dos filmes de Zombies, mas é na realidade uma mal disfarçada tentativa de sacar euros à conta de um Twilight com zombies coladinho ao cheirinho de Romeu e Julieta, porque quando se copia de uma obra de Public Domain não é plágio é adaptação livre.
Há medida que me sinto mais desiludido com o cinema que nos chega às salas e ao subsequente monopólio de uma única empresa de distribuição que nos impõe a sua estratégia de marketing (ao invés de bom cinema), vou deixando de ver cinema mainstream contemporâneo. Mas de tempos a tempos, como qualquer outro humanóide, apanho o autocarro das sugestões das revistas e dos blogs populistas e vejo um filme destes. O problema é que cada vez que vemos um filme mau um gatinho morre ao ser sodomizado por um cavalo e se não for tomada uma decisão de acabar com este flagelo do cinema mercenário, o único sítio onde vamos ter gatinhos será nos powerpoints que nos mandam as nossas tias e aquelas amigas que ainda não descobriram a satisfação do African King (pilhas incluídas).
Uma das maiores queixas que algumas minorias têm feito em relação à trilogia Lord of the Rings (e subsequente spin-off The Hobbit) é a existência apenas de actores brancos. É certo que há anões, humanos, elfos, orcs, trolls, bog, ents e um sem fim de bichagem multicultural no contexto da terra média, mas são todos interpretados por caucasianos. No seguimento desta pungente discriminação, um grupo multicultural, multi-étnico (sem ciganos nem chineses) decidiu fazer um recasting dos principais personagens com actores negros. Deixo-vos aqui algumas provas de conceito. Enjoy y’all! (galeria está a seguir ao “read more”).
Há uns meses atrás, numa daquelas conversas enfadonhas de pequeno almoço no trabalho com pessoas que não conheço muito bem, mas que também não faz parte das minhas ambições conhecer melhor, alguém quebrou as convenções ao sair do tema da meteorologia e disse “Vai estrear agora um filme do Tarantino, não é?”. Sem acabar de mastigar o croissant disse de boca meia cheia “Não é agora, o Django só estreia em Janeiro.” Os pedaços que cuspi enojaram um estagiária a quem nunca ouvi a voz. O meu comparsa da secção de recursos humanos retorquiu disfarçando a rudeza “Não é esse, é um de karate.” Contornei a expressão “palhaço do caralho” e usei a diplomacia para explicar ao meu amigo sub-desenvolvido que era impossível. Disse-lhe que não era propriamente um Jedi do cinema, mas também não era nenhum Padawan. E que o próximo Tarantino era o Django e não se fala mais nisso. Ele olhou-me com aquele semblante de quem transborda imbecilidade e virou costas. Deixou meio galão e a torrada quase inteira que o colega dele se apressou a terminar.
Não vou fazer a crítica a este filme, uma vez que se trata de um típico filme de gaja com uma pequena percentagem de Appatow, um imenso potencial para o deboche que depois nunca atravessa a linha do moralismo cristão, da máxima “não cobices a mulher do próprio” e a insuportável (e aparentemente inevitável) desfecho “love will conquer all”. Longe de mim querer questionar a horribilidade deste filme. O que aqui me traz hoje é a implicação das mamas CGI que as actrizes usaram neste filme, como alternativa à típica topless scene.
Um dos assuntos que mais largura de banda queima na Internet é “Qual a melhor trilogia?”. Defensores das várias facções batalham-se 24 horas por dias, desde os tempos das BBS e os modems de 9600 bauds, esgrimindo argumentos e tirando partido da sua melhor retórica para defender aquela que é, do seu ponto de vista, a melhor trilogia cinematográfica. Note-se que trilogia nos dias de hoje não é necessariamente um conjunto de 3 filmes, mas uma molhada deles que pode ir dos 2 aos 56. No entanto ninguém fala daquilo que é realmente importante que é saber qual a pior trilogia de sempre. Tendo em conta a subjectividade inerente a este tema, escolhi como pior trilogia de sempre o Crocodile Dundee. Para a semana pode mudar, mas esta semana odeio de modo figadal o Paul Hogan e as suas tropelias de parolo australiano em solo americano.
Nos anos 80 não havia Internet para as pessoas se rirem de patetices, então recorria-se a cassetes de anedotas que eram passadas de amigo em amigo numa rede social analógica de partilha. Eram cassetes sem dono, aventureiras com vida própria que numa semana estavam em casa do filho do padeiro e noutra estavam entaladas numa pilha de Playboys daquele puto esquisito que só vestia camisolas tricotadas pela mãe. As mais famosas eram de uma enigmática figura chamada Canty (O Cantinflas Português), numa homenagem de qualidade duvidosa ao célebre actor mexicano de comédia Cantinflas. Uma das anedotas de que me lembro melhor era do formato “Joãozinho” em que a professora faz perguntas e os alunos respondem. Neste caso a pergunta era “O que viram ontem na televisão?”. Os meninos responderam normalmente e no final o Joãozinho respondeu “Nós não temos televisão, mas o meu pai vai para o meio da sala dar peidos e a gente bate palmas e ri-se…”. Na altura não me ri porque nem sequer percebi o conceito de alguém juntar um grupo de pessoas em seu redor para os entreter com flatulência. Fastforward quase 30 anos para os dias de hoje e começo a compreender que dar peidos para uma pequena audiência familiar já não parece tão ridículo como antes e que poderá ser uma melhor alternativa de entretenimento do que 70% da programação de cinema/TV da actualidade.
Project X é um daqueles filmes tão espalha brasas que uma pessoa sente-se terrivelmente compelida a vê-lo só para perceber de onde raio vem tanto entusiasmo. Quando vi os cartazes no cinema em Coimbra pensei que seria um horrível pestilência que não duraria mais que uma semana em cena pois a sua projecção teria o mesmo efeito nos cinéfilos que a arca da aliança teve nos nazis no final do Raiders of the Lost Ark. E mais uma vez pude comprovar que o preconceito cinematográfico é uma força em que devemos sempre confiar, mais poderosa do que o próprio amor ou aquela aversão perfeitamente injustificada de olhar directamente para um pedinte.
Apesar de ser um sci-fi geek que não resiste a nenhuma premissa do espaço e de qualquer uma das 11 dimensões conhecidas (por mais idiota que seja), nunca nada no mundo dos Men in Black me atraiu. Não são filmes de ficção científica, no seu verdadeiro sentido, são publicidades de duas horas que se preocupam imenso com o estilo de vestir, os acessórios, o coolness azeiteiro sem prestar grande atenção à componente de ficção científica. É o Will Smith Gettin’ Jiggy e o Tommy Lee Jones a fungar de tédio e a dar a entender que se soubéssemos os verdadeiros segredos do universo o nosso cérebro entraria em colapso perante a magnitude deste conhecimento proibido. Depois tudo se resume a cães que falam, gremlins que fumam, carros que voam e óculos Rayban. A verdadeira ficção científica é um MacGuffin. Digamos que segue uma lógica usada abundantemente em Hollywood, que é a lógica da batata.
Quando tinha 10 anos fui ao circo. No intervalo saí para ir ao WC e quando voltava enganei-me na porta. Entrei no backstage. Aquilo que vi naquela imunda salinha fez-me repensar toda a minha perspectiva sobre a existência humana. O ambiente nebuloso com um misto de cheiros que ia desde o tabaco entranhado nos tecidos até ao forte suor de quem não se lava há meses, passando pelo odor a peido permanente misturado com chulé, encerrava uma imagem que ainda hoje tenho apegada bem no meio do pódio dos traumas de infância. O mesmo palhaço que tinha acabado de fazer um adorável número musical com um serrote estava agora a praguejar como um trolha bêbedo. As palavras de um grau impensável de asneiredo só não me chocaram mais porque o impacto visual de um palhaço sem calças, sentado num sofá gasto a fumar um fino cigarro com cheiro a incenso e a acariciar o peludo testículo que lhe saía dos truces foi manifestamente superior. Olhou para mim, teceu um esgar de compaixão e proferiu uma frase que nunca mais irei esquecer “Hey caralhito, e se te pusesses nas putas? É a porta ao lado que querias, ó paneleirote!”. Ora este incidente, por muito pérfido que possa ter sido, ensinou-me uma das mais importantes lições da minha vida. Desde esse dia compreendi finalmente o segredo da felicidade. Afinal tudo passa por não ter expectativas altas em relação a nada. Este ensinamento, por muito insignificante que possa parecer, ajuda-nos a encarar todos os acontecimentos do dia a dia com júbilo acrescido. Seja numa situação profissional que afinal não é tão horrível como à primeira vista poderia parecer ou num inesperado encontro de sexo em grupo. Manter as expectativas baixas é sempre o segredo da felicidade. Quanto muito da ausência de infelicidade, que nos dias que correm já é bem bom.
Uma rebelião de patinhos de borracha humanizados que dança freneticamente ao som dos Bloc Party é barbaramente reprimido por uma força policial que usa, claramente, meios demasiado violentos para a situação. O que os polícias não sabem é que ao serem tocados por um patinho de borracha humanizado tornam-se também eles em felpudos e amarelinhos patinhos que dançam freneticamente ao som dos Bloc Party. Algum tempo depois apenas um pequeno grupo de sobreviventes resiste à transformação em patinho de borracha. Barricados na estação de serviço de Antuã, com os últimos pastéis de bacalhau comidos e atormentados por violentas crises de refluxo ácido conversam acerca da exorbitância incompreensível dos valores dos produtos nas auto-estradas. Quando uma rapariga loura, ar inteligente e mamas de invejável robustez se prepara para elucidar estes corajosos sobreviventes acerca da necessidade inflacionária de preços especulativos face às rendas pornográficas que as concessionárias cobram a honestos comerciantes para manter uma estação de serviço a funcionar, começa a ouvir-se ao longe Bloc Party. E enquanto o sol se põe, uma enorme mancha amarela começa a aproximar-se para aquela que será a batalha final pela última réstia de humanidade. Homem Vs Pato de borracha humanizado que dança freneticamente ao som dos Bloc Party. Som ensurdecedor, baixos poderosos que tremer as estruturas de betão. Gritos. Tensão lésbica. FADE OUT
As adaptações de comics da Marvel pela linhas de montagem de Hollywood dos últimos anos têm em comum um factor, um parâmetro de avaliação, um indicador de qualidade conhecido internacionalmente como “Merda”. É o coeficiente de horribilidade presente numa produção, que pode ser maior ou menor, mas quando presente em valor positivo não costuma augurar grande sucesso à demanda de passar um noite agradável. E lá está, Captain America não é diferente. Fora das pranchas dos comics e das fronteiras patriotas dos Estados Unidos, o resultado da missão deste jovem capitão é o amargo sabor da derrota e do falhanço total.
O sub-género do cinema de terror chamado torture porn vive tempos de expansão. Não é um estilo que goste, longe disso. Acho-o inutilmente excessivo, gratuito, exibicionista e vazio de mensagem ou narrativa. É o choque pelo choque, a tortura em lume brando, que não é nada de novo. A cada dez anos surge uma vaga desse cinema. Human Centipede é um filme que encaixa neste estilo, um filme que nasceu da especulação mediática dos sites e revistas da especialidade. E foi esta habitual desonestidade do hype que nos obrigou a vê-lo. Porque isto é mesmo assim, tínhamos que o ver. E a única conclusão a que chegamos é que Kevin Smith tinha razão em Clerks II: “You never go ass to mouth!“
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