É certo que Portugal tem uma cultura de decepção e frustração no que diz respeito ao cinema. A cada novo ano parecem abrir-se novas dimensões de horrendo, surgindo produtos de inimaginável mau gosto, mesmo para as mentes mais retorcidas. Desta vez temos um filme amador, com toda uma estrutura, narrativa e produção de proporções anedóticas, um festival de ridículo que se leva tão a sério que facilmente pulamos de uma situação de escárnio para sentimentos de compaixão pelas mães daquelas pessoas, que almejaram um futuro honroso para os filhos e isto foi o que decidiram fazer da vida. Rejubilai então  azeiteiros de Portugal. Labregos do tuning, parolos das centralinas, fatelas dos ailerons, barrascos do rally e da pala do boné branco para trás, a resposta às vossas preces chegou. Um filme de carros, com tiros, porrada e gajas boas a serem vilipendiadas à lei da vara carnuda (leia-se “foder” em linguagem de burgesso).

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