Perdi o rasto a Guy Ritchie depois daquele filme em que a Madonna fica presa numa ilha deserta com um empregado italiano que passou a amar depois de um mau começo. E com “amar” quero na realidade dizer “Malhar chouriço até ficar com as bordas em carne viva”. Era mau demais para ser verdade. Depois de Lock, Stock and Two Smoking Barrels e Snatch, é o poder de uma esposa irritante que lhe derruba a superior capacidade de fazer filmes, qual Sansão do celulóide. Fiquei triste e podia ter chorado se ainda me tivessem sobrado lágrimas depois do Phantom Menace. Um dia destes apanhei Revolver no MOV (HD) e pude comprovar que o velho Guy voltou a entrar nos eixos, com um filmezinho bem decente, apesar de vir atrasado para o salvar da infâmia.
O estilo é reconhecível, está ali a essência daquilo a que nos habituamos a chamar de “estilo Guy Ritchie”. Menos verborreico, menos espampanante. Equilibrado. Talvez tenha exagerado na complexidade, esticou demais o enredo, introduziu o mistério muito cedo e arrastou-o demasiado tempo. É esta incessante jogo de gato e rato com o ponto limite da complexidade para um filme mainstream que faz Revolver denotar o excesso zelo na tarefa de parecer um filme com substância. E até a tem, apenas não tanta como Guy Rutchie tenta transparecer.
Quem não gosta de ver um Ray Liotta anafado e consumido por insanidade ou Jason Statham a interpretar um personagem que não seja uma interminável sequência de piparotes e cambriolas? Gansters versão 2.0, release final. É um rico filme sim senhor, mas não pagaria um cêntimo extra por ele, nem a 1,90€ nos hipermercados nem alugado a 0,99€ no videoclub do cabo. Nem o torrent… Mas ser presenteado por ele à socapa num canal de TV com boa qualidade de imagem e sem publicidades foi agradável.
“ser presenteado por ele à socapa num canal de TV com boa qualidade de imagem e sem publicidades foi agradável”. Ora aqui está a razão de tanto gostar dos canais TVcine e de alguns canais como este… Aliás o MOV e o FOX Next são canais que exibem constantemente pequenas pérolas de fraca reputação.
Quanto ao filme… nem sei se já o vi… sorry!
“exagera na complexidade” é pouco, porra…
o filme perde-se a si próprio ao fim de 20 min..
abraço 😉
é um filme que aprecio, pois sou um apreciador em geral dos trabalhos do guy ritchie, tirando algumas nodoas. eheh
belo artigo 🙂
Vê o Sherlock, vais gostar!
É demasiado complexo para o seu próprio bem, apesar de ser muito interessante. Vi-o há anos, tenho que o rever um dia destes =]