Desde 24 de Junho de 2003

¡Three Amigos! (1986)

Muitas vezes cai-se em excesso de saudosismo e nostalgia em relação aos anos 80. Tal é o poder obscurecedor destes sentimentos de quem chora os idos 80s que se confunde frequentemente nostalgia e saudosismo com qualidade. Mas não podemos cometer este erro. Eu vivi intensamente os anos 80, como podem perceber pelo blog, mas era feliz porque era um jovem sem preocupações a quem a vida correu bem. Porque a maior parte das coisas dos anos 80 eram terríveis. Os supermercados só tinham uma marca para cada produto, a tecnologia era cara e inatingível a quem não fosse dotado de um bom pé de meia, a oferta de conteúdos multimédia era espartana e as miúdas não se depilavam. E assim como hoje em dia também há miúdas que não se depilam e comédias que apelam ao vómito fácil, também nos anos 80 se fizeram algumas obras de gosto duvidoso, que tinham tanto de genial como de pateta.

¡Three Amigos! é um dos filmes que pode ter uma multitude de interpretações, até no mesmo dia pela mesma pessoa. Apesar de à primeira vista ser um festival de pirosidade e pirotecnia do mau gosto, facilmente se percebe que essa linguagem excessiva serve um propósito: três actores mimados no desemprego que se têm em alta estima, mas que na realidade nem têm onde cair mortos. E com esse boost inicial as coisas têm piada. Dois ou três desenvolvimentos depois começa a perder gás e para o fim é assumidamente mau, terrível mesmo. Agora depende para que lado acordamos, porque se há uns 10 anos o revi e achei que continuava interessante, a semana passada voltei a ver (a prestações na box DVR) e causou-me náuseas moderadas com tendência para a fácil evacuação.

Eu confesso que os três actores nunca me foram muito queridos. À excepção de Steve Martin, de quem aprecio os escritos, mas abomino a representação e os espectáculos de stand-up. Chevy Chase é o farsola dos anos 80, e Martin Short é o palhaço de serviço em tudo o que entra. É a típica adaptação oblonga de um sketch do Saturday Night Live. Nunca foram grande espingarda, à excepção do megalítico hiperfunky Blues Brothers.

Não tive tempo de reler ou verificar se tinha erros. Alguma coisa, chateiam nos comentários. Bom fim de semana e que a força esteja convosco!

6 Comments

  1. Fantomas 2.0

    O Landis tem filmes bastantes superiores,tais como o referido Blues Brothers,ou na minha opinião a sua obra-prima,Um Lobisomem Americano em Londres,e mesmo o Into the Night,Trading Places e afins…Mas o Three Amigos tem algumas piadolas fixes,e vê-se bastante bem.
    «Rosita: I was thinking later, you could kiss me on the veranda.»
    «Dusty Bottoms(Chevy Chase): Lips would be fine.»

  2. Gema

    Este Three Amigos vi quando era muito pequena e nessa altura ainda me lembro de não lhe ter achado muita piada.
    Sobre Chevy Chase, adoro, adoro, adoro “National Lampoons” ou em tuga “Que Paródia de Férias” (o 1º, o da Europa e o do Natal)… pode ser piroso também, pode não prestar para nada em termos de qualidade, mas ainda hoje (e já os vi uma data de vezes) farto-me de rir com eles.

  3. Loff

    Este é aquele em que mascaram a aldeia toda de Three Amigos, incluindo as velhas? Farsolita… mas eles todos estão perdoados, até o Martin Short que fez o “Micro Herói” (mas pouco mais).

  4. cinemapongal

    Sempre considerei os filmes deste trio assim para o intragáveis. O Steve Martin sempre me pareceu sobrestimado, e do Chevy Chase só me vem à memória uma cena em que está a trinchar um perú oco que se desfaz todo – o que não deixa de ser uma boa metáfora para a carreira dele. Já o Martin Short, é o típico eterno secundário deste género de filmes que se foi aguentando devido à fisionomia algo peculiar – embora admita (a custo) que até gostei dele naquela série da Hallmark, o Merlin…

  5. Pedro Pereira

    Eu lembro-mo de o ver na “Lotação esgotada”. Que banhada achei eu nessa época. Não sei se teria coragem de ver actualmente.


    Pedro Pereira

    http://por-um-punhado-de-euros.blogspot.com
    http://filmesdemerda.tumblr.com

  6. Miguel C.

    Embora já tenha visto o filme e não tenha gostado, gostei da análise, muito “light” e muito bem escrita, sem complicar demasiado. Voltando à película, tudo no filme me faz querer desligar a televisão o mais rapidamente possível. Especialmente os três actores principais.
    Comédia muito fraca.

    Cumprimentos,
    Miguel C.

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