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Author: pedro (Page 3 of 38)

E aquele Rei Artur novo do Guy Ritchie*? (2017)

As crianças consomem muito Youtube. O pior são as publicidades antes dos vídeos, o equivalente às publicidades dos intervalos do nosso tempo. Porque as crianças da segunda metade dos anos 10 do terceiro milénio não consomem TV. E são estas publicidades que os mantêm informados e a salivar por novos produtos e serviços. Tal como nós, há 3 décadas no intervalo do Tom Sawyer, quando a vontade de ter uma Bota Botilde nos incinerava o âmago de desejo. E quis um algoritmo manhoso baseado em alvos demográficos e hábitos de consumo que o meu filho visse em loop o trailer do Rei Artur do Guy Ritchie. A sequência de eventos que se seguiu foi tão rápida que só me lembro de depois de estar sentado a um domingo à tarde num cinema com uma audiência considerável, composta por grupos de dois, um pai e um filho. Certamente efeitos das sugestões hipnóticas que as redes sociais nos lançam nos entrefolhos de toda a desinformação, fotos em semi-pelota de semi-sugestão semi-sexual e vídeos de gatinhos. Nem sei se tive tempo de vestir um par de calças.

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Trainspotting 2 e a Anomalia de Xunguing

Hoje entrei pelo facebook adentro com um volumoso cajado e espanquei Trainspotting 2 pelas costas. Caiu e continuei a bater, até a forma que antes se lhe reconhecia se ter transformado numa amalgama irreconhecível, numa polpa de indigna daquilo que pouco tempo antes teria sido reconhecido como um filme. “Olha um filme”, diriam vocês se passassem por ele na rua a fazer jogging, a passear o cão, a saltar por uma janela das traseiras depois de terem arrebentado à canzanada uma das melhores amigas do vossa esposa. Depois do evento, um filme já não era. Porque é que um filme analisado sobriamente e avaliado com 60% de mau e 40% de bom pode ser amado e um filme avaliado com 50/50 ou mesmo 55/45 pode ser detestado ou, alternativamente, “não gostado”. Sem nunca ser ignorado ou desvalorizado. Isto deve-se àquilo que resolvi chamar de “Anomalia de Xunguing”.

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Mermaid (2016), metamorfose ao luar

Acto 1 – Chinese Demagogy

O Português tentava dormir, anestesiado por um jetlag eterno, quando alguém bate à porta. Manteve-se deitado e tentou combater alguma ansiedade natural para quem está sozinho do outro lado do mundo. “Num hotel não haverá concerteza perigo”, pensou. “Deve ser engano.”. Virou-se para o outro lado, submerso em almofadas numa fofura artificial que só as cadeias internacionais de hotéis sabem fazer. A criar a sensação de que estamos em casa em qualquer local do planeta. Não em casa, Casa. Naquela casa genérica que é o conforto da segurança, a capacidade de manter o ritmo cardíaco numa estável apatia. A mesma razão pela qual as pessoas costumam argumentar que comer no McDonalds é a opção mais segura quando se viaja para o estrangeiro. Pode ser merda liofilizada e infectada a gorduras trans, aminoácidos sintéticos e cancros fulminantes, mas tem sempre o mesmo sabor em todo o lado. Aqui, na China, também este pacato cidadão do mundo procurava aconchego nestas almofadas fofas com cheiro a benzeno disfarçado com perfume genérico. Batem novamente à porta, apressadamente. Um ralhete percussionado, como um “levanta-te seu merdas” da batucada. Desta vez sentiu-se um merdas e levantou-se. Dirigiu-se apreensivo à entrada. Um membro das máfias russas ou um assassino do Partido podia ter discordado da sua visão para o futuro dos botões de pulso e preparava-se para lhe limpar o sebo com uma corda de guitarra ou uma sandes de polónio 210. Podia ser da recepção, com um recibo. Os chineses às vezes não têm a mesma noção de prioridade que nós, os tipos do ocidente. Há casas de banho onde se caga em comunidade, sem paredes separadoras. A malta senta-se, caga, fala de negócios, lotaria, novelas e sugestões de especialistas para ver essa verruga nos tomates, limpa o cu e vai-se embora. Garantem especialistas que se poupa imenso em papel e água. Também em tempo e recursos financeiros na construção das infraestruturas de cagar, as chamadas “casas de banho”. As fábricas adoram. Abriu a porta e não havia ninguém. Saiu para o infinito corredor alcatifado e nada. Um quilómetro para cada lado, a perfeita geometria arquitectónica a embocar num ponto. Nada. Onde teria ido o artista? Certamente não era possível correr suficientemente rápido para desaparecer assim. “Pfff”, voltou irritado para dentro. Ao fechar a porta reparou num envelope no chão. Abriu e tinha um postal com umas moças semi-nuas a publicitar uma gama de pneus para SUV cujo logotipo era bastante similar à Pirelli. “Chineses e mamas grandes”, pensou, “algo que não se vê todos os dias por aqui.” Virou o postal e lia-se em letras sublinhadas: VAI VER A SEREIA. A PARTIR DE AMANHÃ HÁ LUGARES DISPONÍVEIS.

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Rogue One (2016) em formato FAQ

No ano passado estreou o capítulo VII do Star Wars, que vinha tão embezuntado em hype que não havia rabo que não estivesse pronto para o acomodar sem reservas. Uma banhada, o soft-reboot como agora lhe chamam. Como se este inglesismo viesse atenuar o facto de que se tratava de um remake. Encapotado, mas remake. Estava tudo tão esfomeado que caiu como comida fora de validade num lar de sem-abrigo. Podem ler tudo aqui.

Um ano depois chega a entremeada, as fatias de “vejam isto enquanto não acabamos o outro”, numa cadência que se espera repetir-se até ao final dos tempos. Mesmo quando, lá para o final do século, as coisas começarem a esmorecer e apareçam títulos como “Star Wars: Missão em Miami”, “Agora é que são elas, o lado rosa da Força” ou a trilogia das origens do tocador de harpa daquela banda do bar de Mos Eisley.

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Os perigos do Binge-Watching e de ver franchises de uma assentada.

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Imaginem que ao telefonar para um passatempo do programa da manhã da Rádio Comercial o Palmeirim vos diz que ganharam um prémio. No meio de uma inaudível cacofonia de gritaria com reverbe e uma algazarra de efeitos sonoros, consegue-se perceber que é um prémio e que foram vocês a ganhar. Uma feliz improbabilidade que faria cair no vosso regaço um pack-putedo no Berbigão Incandescente em Mortágua. 10 das mais leitosas noviças, para poderem degustar a bel-prazer. Ondulantes e roliças carnes. Sem prazos e cheio de segundas oportunidades. Bumbuns gulosos. 10 vale-putedo que é só trocar na entrada, apontar para a meretriz desejada e levar para o quarto para esgaçar até cheirar a carne assada. E vocês, na ânsia do tresloucado deboche, decidem gastar tudo numa noite. Porque querem testar todas, porque acham que a seguinte será a melhor, porque não descansam enquanto não as virarem de cabo a rabo. Na afã de amanteigar o farnel, chegam a nem apreciar os climaxs já a pensar na próxima barregã de quatro a fingir que não está a pensar se deixou o gás ligado. Acabam a noite e vão para casa apáticos, com uma ligeira satisfação no canto daquela grande armazém que é a vossa sensação de vazio. A precisar do aconchego de um abraço.

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Arrival (2016)

Arrival (2016)

“Onde estavas aquando da chegada dos extra-terrestres?” será a pergunta mais feita pelos terráqueos naquele intervalo de 3 semanas que separa a chegada dos nossos amigos do espaço sideral e a obliteração total da vida na Terra. E como nos preparamos para isto? Será possível executar essa preparação sem parecer um tolinho da conspiração? É na continuação deste simulacro conceptual que Denis Villeneuve assenta o seu exercício imaginado materializado em filme semi-blockbuster de época baixa Arrival.

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Timecop (1994) – Ciclo “Mete-se Agosto”

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Para continuar este ciclo de amor e romance, nada melhor que Timecop. Um filme rude e mal limado, é certo. Abrutalhado, como se fosse pedido ao mais hábil relojoeiro suíço para fazer um relógio fino usando apenas um maço de madeira, molas de colchão do ferro velho e 239 rublos do Turquemenistão. É no entanto um filme cujo combustível é o amor, a procura pelo doce aconchego do quente afecto, o regaço de uma mulher amada, um beijo molhado, uma cama suada. Só que à força do bofetão.

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Friends with Benefits (2011) – Ciclo “Mete-se Agosto”

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Friends with Benefits é um filme com elevado nível de indução de caganeira e nunca nada me faria escrever sobre dele aqui. Nem o facto de o ter visto ao abrigo do Ciclo Mete-se Agosto. É certo que não devemos dizer mal de um filme sem o ver, mesmo logo à partida com a certeza de que é merdoso. Eu já o fiz, mas eu sou um profissional. Não façam isso em casa, crianças. Se querem falar mal de um filme, vejam pelo menos metade e mesmo assim não podem falar da narrativa nem da existência de clichés, só da estética.

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House (1986)

House (1986)

Um dos exemplos que dou com mais frequência para ilustrar o aumento do custo de vida nos últimos 25 anos é a ida ao videoclube. Quando era jovenzito era bastante comum estar em casa à sexta, pedir ao meu pai para me levar ao videoclube para escolher um ou dois filmes. Domingo à noite lá estávamos para o devolver. O custo no orçamento familiar de uma destas operações era muito baixo, praticamente não se contabilizava o preço da gasolina. Estamos a falar de distâncias que podiam ir dos 35 aos 40 Kms, ida e volta. Hoje, se ainda existisse essa sagrada instituição que é o videoclube, o preço seria diferente. Vamos dar aqui um valor de 3.5€ por filme. Num carro normal, prevendo metade desse circuito em cidade, o valor do combustível seria aproximadamente 6 euros. Muita coisa mudou, coisas boas que nos aumenta a qualidade dos visionamentos. O que não existe já é ansiedade boa da antecipação de ir buscar os filmes. Sniff… Adiante, falemos de filmes.

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The Legend of Tarzan (2016) – Ciclo “Mete-se Agosto”

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E aqueles filmes que só queremos ver porque a actriz teu um rico par de mamas? Esse impulso hormonal não é exclusivo do sexo masculino, uma vez que as mulheres também têm esses guilty pleasures. A diferença, como em tudo, é que as mulheres os fazem de modo subtil enquanto os homens se sentam no cinema com as calças nos tornozelos e mãos a friccionar a gaita. Um efeito deste impulso feminino foi eu ter sido arrastado pela minha esposa para ver o Tarzan porque o gajo é, e passo a citar, “muita bom”.

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Knocked Up (2007) – Ciclo “Mete-se Agosto”

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Ainda no ciclo “Mete-se Agosto”*, tive a oportunidade de rever este Knocked Up porque o Netflix sugeriu que seria boa ideia. A verdade é que eu já o tinha visto e não me lembrava de nada. A minha mulher decidiu que seria de ver porque tinha a jeitosa miss perfeição com aquele ar de quem nunca mandou um peido na vida, a loura chorona do Greys Anatomy, Katherine Heigl. E avisei-a que os sinais de alarme se amontoavam. Usei a minha voz mais sensual para a convencer. “Ó querida, mas é um filme de Judd Apatow”, “’‘morzinho, tens aqueles drogados todos que fazem sempre o mesmo filme, Seth Rogan e companhia”, “Fofinha, de certeza que nos vai esfregar com a esposa Leslie Mann nas trombas naquele clássico papel de dona de casa atinadinha com 12 filhos que é uma fodilhona compulsiva apesar de não admitir. Quer dizer, quem é que tem uma esposa chamada Mann, não haverá ali um trauma adormecido?” e finalmente “O filme tem quase duas horas e meia, por favor!… Não me faças isto… [chorei compulsivamente]”. Nada resultou e lá tivemos que meter play no caralho do filme.

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She’s Out of My League (2010) – Ciclo “Mete-se Agosto”


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A comédia romântica é vista de diferentes maneiras, dependendo da fase vida em que nos encontremos. Quando somos jovens e andamos no mercado, não é raro que algumas destas comédias nos apelem ao coração quando nos identificamos com o eventual desgraçado em busca do amor eterno que custa a chegar. Quando somos casados e com filhos, nos passeamos pelos quarentas como rinocerontes nas estepes, olhamos estes filmes como os visitantes do Zoo olham os símios a acasalar na Aldeia dos Macacos.

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Life as We Know It (2010) – Ciclo “Mete-se Agosto”

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L’amour, toujours l’amour. Um homem tem que fazer ocasionais sacrifícios por amor. Não estou a falar em deixar a esposa pisar-nos escroto com sapatos de salto alto, manter o sorriso parvo ao levar com um strapon no cu ou ter acompanhá-la nas compras. Falo em pequenas cedências, as pequenas coisas nos fazem sair da bolha de conforto. Esta semana iniciei um pequeno ciclo com a esposa, numa altura mais descansada em que as crianças passam uns dias com os avós. Um ciclo de comédias românticas, vejam lá! Resolvi dar-lhe o nome “Mete-se Agosto”. E para começar fomos raspar o fundo dos contentores bolorentos do Netflix e repescámos uma pérola poeirente esquecida pelos tempos de seu título “ Life as We Know It” de 2010.

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Batman v Superman: Dawn of Justice (2016)

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Fez agora 3 anos que escrevi um texto entitulado “Porque deixei de ver filmes de super-heróis“ em que expliquei a razão que me levaria, à altura, abandonar o género blockbuster de heróis de borracha negra e licra nadega adentro. A razão principal, para que não tem paciência para chafurdar na minha psicanálise, era o facto indiscutível de que eu não me enquadrar no público alvo. “Não és tu, sou eu!”. Acontece que o destino haveria de se encarregar de me chutar os tomates poucos dias depois, quando o meu filho me pediu para ver os Avengers. Mais que isso, queria que lhe explicasse toda a história que está para trás, uma vez que uma criança de 5 anos não tem tempo para backstories. Quando o miúdo recuperou a consciência das duas bofetadas que lhe administrei em fúria não justificada e perfeitamente gratuita, lá comecei calmamente a explicar-lhe o pouco que sabia. Postura confiante, voz firme e o cérebro sob efeito de um blister inteiro de calmantes. Bem sei, não se faz e será a minha sina passar a fase vegetal da minha terceira idade num lar a cheirar a urina e solidão.

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Universos cinemáticos, o cemitério do Fanboyismo

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Há uns anos escrevi um artigo acerca das razões que me levaram a abandonar a televisão convencional. Não apenas séries, mas toda a programação televisiva que está a passar em tempo real. Resumidamente, as razões que me fizeram abandonar séries de TV é a maneira como são geridas. Se são boas mas têm pouco sucesso comercial, são canceladas ficando o telespectador entalado com as questões que lhe tiram o sono. Se são boas e têm muito sucesso comercial são esticadas em décadas de temporadas, sendo que aquilo que as fazia inicialmente boas é diluído ou transformada numa versão de si própria, mas com sabor a sola de chinelo. E o mesmo está a acontecer com o cinema comercial, o esquema do blockbuster moderno irá colocar em vias de extinção o fanboyismo militante.

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A magia de James Cameron em Escape From New York

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Antes de ser o mais lucrativo realizador da História de sétima arte, James Cameron foi um profícuo artista de pinturas matte. Um dos seus trabalhos mais notáveis foi em Escape From New York , do nosso avôzinho do cinema John Carpenter, em que criou um convincente cityscape de Nova Iorque do pós-apocalipse. Além de fazer a pintura que vemos nesta cena, Cameron também foi o director de fotografia para efeitos especiais. De notar que esta sobreposição foi filmada directamente na câmara e não colocada em pós produção. Ora vejam lá:

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Alien é um dos melhores filmes de todos os tempos. Das inúmeras cenas impossíveis de esquecer, há uma que mete as panelas de pressão das hormonas masculinas em ebulição: Ripley em cuecas. Esta semi-deusa do espaço, action hero feminina por definição, bicos de aço… Fica uma mini galeria para celebrar esta sexta-feira 13.

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Sicario (2015) e as mamas de silicone.

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Há uns meses, quando vi o Sicario, encontrei um vídeo da empresa que lhe fez os efeitos especiais com decomposição das camadas de componentes feitos a computador. Pensei “Chiça, que um gajo já não pode acreditar em nada”. Mostrava centenas de elementos que foram colocados em pós-produção que à primeira vista ninguém acreditaria que pudessem não estar realmente lá à altura das filmagens. Quer dizer, obviamente que fica mais barato sobrepor um esquadrão de helicópteros de combate do que construir réplicas ou alugar verdadeiros. Só que um gajo deixa-se levar pelo embalo do filme e não pensa nisso.

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Hail, Caesar! (2016)

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Tenho um amigo de infância que bifurcou ali no início da vida adulta para uma religião que fez dele um gajo um bocado demente. Continuou o mesmo, mas as doutrinas religiosas carregaram-no de culpa e de falta de auto-estima. O gajo bebia uns copos, fumava um fininho ou via uma jeitosa de bela padiola que lhe causava tesão e ficava todo complexado. Tinha falhado em relação aos seus votos. Um homem de religião que abominava a ciência, que seria o nosso fim. Coisas que dizia mas que não devia acreditar. Ora, um dia arranjou uma namorada. Eram um casal normal. Fodiam contra as regras da igreja e ele foi-se habituando ao peso do pecado. Apanhei-o na praia com ela. A gaja não era má, mas saiam-lhe pintelhos pelo lado das cuecas do bikini. Falei-lhe nisso e ele respondeu-me que ela tinha uma anatomia vaginal muito complexa, que não havia maneira de lhe aprumar o arame farpado sem lhe arrancar uma febra conal. Calei-me, porque um homem não comenta abertamente a febra conal da namorada do amigo. Largos meses depois voltei a cruzar-me com ele e pareceu-me diferente. No decorrer de um daqueles quentes momentos de meter a conversa em dia revelou-se a favor da ciência e da tecnologia, que havia coisas que o andavam a cegar. Que tinha decidido ser menos radical. A namorada teria ido a uma daquelas depiladores laser que lhe rapou a cona toda, estilo menina de 8 anos, e o gajo até chorou nessa noite. Um milagre da ciência que o fez ver a luz, neste caso uma luz pulsada muito concentrada sob a forma de laser inteligente que arranca pintelhos.

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400 Days (2015)

400 days

Há filmes que são o equivalente a papel higiénico reles que se faz passar por produto de qualidade, seja pela embalagem ou pela publicidade enganosa. Aquele papel higiénico que cria confiança excessiva no utilizador que no acto de limpar o rabo, confiante na qualidade da fibra celulósica, aplica um pouco mais de força para reforçar a limpeza, furando as falsetas folhas e enfiando um dedinho na merda. 400 Days é isso, mas em filme.

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