Fez agora 3 anos que escrevi um texto entitulado “Porque deixei de ver filmes de super-heróis“ em que expliquei a razão que me levaria, à altura, abandonar o género blockbuster de heróis de borracha negra e licra nadega adentro. A razão principal, para que não tem paciência para chafurdar na minha psicanálise, era o facto indiscutível de que eu não me enquadrar no público alvo. “Não és tu, sou eu!”. Acontece que o destino haveria de se encarregar de me chutar os tomates poucos dias depois, quando o meu filho me pediu para ver os Avengers. Mais que isso, queria que lhe explicasse toda a história que está para trás, uma vez que uma criança de 5 anos não tem tempo para backstories. Quando o miúdo recuperou a consciência das duas bofetadas que lhe administrei em fúria não justificada e perfeitamente gratuita, lá comecei calmamente a explicar-lhe o pouco que sabia. Postura confiante, voz firme e o cérebro sob efeito de um blister inteiro de calmantes. Bem sei, não se faz e será a minha sina passar a fase vegetal da minha terceira idade num lar a cheirar a urina e solidão.
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Por muito ilustre que tenha sido a carreira de Marion Cotillard até ao ano passado, ela será apenas recordada na eternidade dos tempos como aquela gaja que teve a morte mais parva de todos os tempos num filme. E isso é uma injustiça. Daí hoje se fazer a devida homenagem a uma carreira de sucesso, plena de genialidade e profissionalismo, arrojada, proficiente num trilho de arco-iris cintilantes. Por uma incrível coincidência do destino, todas as fotos foram tiradas num verão a meio da década em que o calor tornou impraticável o uso de quaisquer peças de roupa.
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2012 foi um ano normal, como todos os outros, carregado de cinema horrível nas nossas salas. Apesar da oblonga lista que tinha aqui à mão, consegui reduzir o “crème de la crème” da mais hedionda ignomínia ao nosso bom gosto cinematográfico a 5 fétidos itens. Sem mais delongas nem insinuações sexuais (sob a forma de impropério gratuito ou história de contornos softcore) deixo-vos 5 filmes capazes de fazer murchar a mais viçosa flor.
The Dark Knight Rises é como aquelas pessoas que se apresentam a si próprias como sendo Dr. Qualquer Coisa. Normalmente licenciados em direito ou economia que mesmo sabendo que o título só se pode aplicar a licenciados em Medicina e doutorados (neste caso deverá escrever-se Doutor) insistem em que lhes seja atribuído um título que não têm. É um filme presunçoso que desde início se faz anunciar como um filme espectacular, levando as mais frágeis mentes a acreditar de antemão estar perante um clássico instantâneo quando, na realidade, estamos perante um filme fraco. Se todo o dinheiro gasto a fazer este filme fosse trocado por notas de um dólar e depois enrolado em tubos castanhos, dava para limpar o cu a toda a população do médio oriente durante 53 anos.
O Evil Clown é uma instituição na indústria do entretenimento multimédia. Cinema, televisão e videojogos usam o Evil Clown em momentos chave, como uma metáfora de que toda a esperança está perdida. Quando o símbolo máximo da felicidade infantil falha, o que existe mais? A mais funesta escuridão e o horror das trevas. Pelo menos foi isto que aprendi na escola primária, quando os conteúdos eram muito mais completos. Evil Clown não tem tradução feliz para português. Nada que faça juz à sua maldade. Palhaço mau? Maléfico? Maligno? Seja qual for a expressão em português, soa sempre larilas. Comecemos, como manda o protocolo, pelo fim…
Se numa dimensão alternativa os Super Heróis banidos da sociedade só vestissem os seus fatos para mandar umas berlaitadas? Será que o Super Homem ao mandar uma queca na Lois Lane não lhe provoca estragos graves no aparelho reprodutor? Quer dizer, uma verga de aço não deve ser coisa fácil de aguentar! E se por acaso o Super Homem quisesse praticar um bocadinho de dickslapping? Não correria o risco de lhe arrancar a cabeça pela raíz de modo a que ficasse apenas uma massa cerebral ensanguentada a escorrer pela parede? Infelizmente estas questões não são respondidas em Watchmen que se concentra em coisas mais sérias: a ultra-violência com estilo e a negridão da condição humana!
“Este não é o futuro de que a minha mãe me falou. Este também não é o futuro que o Padre Lombarda me falava quando dizia que eu ia ser um menino especial desde que fizesse o meus trabalhos manuais por baixo da sua batina.” E é com mais ou menos este discurso que começa Batman Salvation, perdão, Terminator Salvation, num discurso que pode ser interpretado livremente como “Não liguem às incoerências nem à completa falta de lógica e retrocompatibilidade com as versões anteriores, até porque… hum… porque… Ah, porque as viagens no tempo alteraram o time-space continuum e as coisas não têm necessariamente de encaixar. Sim, é isso! Este futuro é mais barulhento e tem mais explosões. “
Todos os filmes de super heróis precisam de uma introdução burlesca para começar. Enquanto que na BD já é assim e ponto final, nos filmes existe a necessidade de mostrar às pessoas como é que tudo começou. O que faz com que tudo pareça absurdo, pois é retratado um mundo igual ao nosso, quando, de repente, alguém é mordido por uma lata de atum radioactiva ou come presunto fora de validade picado por uma aranha criada a banha do cachaço de alpacas mutantes, e ficam com super poderes. É esta uma das maiores falhas nos filmes de super heróis. Outra grande falha são os argumentos que invariavelmente fazem com que o herói em questão se vingue de quem lhes trouxe o super poder, sempre acompanhado com uma situação melodramática em climax…
Agora que a agitação passou, decidi dar umas palavrinhas acerca de Dark Knight, recentemente elevado à categoria de Intocável. Intocável no sentido Brian de Palma e não no sentido “casta indiana pobrezinha”. Quer queiramos quer não, é muito difícil de nos abstrairmos da parte emocional que ligará para sempre este filme a Heath Ledger. É difícil ver este filme em modo standalone, pelo seu próprio mérito. Tem algum, bastante! Mas, meus amigos, não tem todo o mérito que lhe foi atribuído aquando da estreia.
Sinopse: No início havia apenas uma pequena porção de matéria altamente concentrada que explodiu. Depois uma lama altamente reactiva e biológia deu origem aos primeiros organismos unicelulares. Apanhando toda a gente despercebida, alguns saem da àgua (já no formato crocodilo simples) e começam a ganhar pêlo e a subir as àrvores. Aparecem dinossauros e morrem logo passado uns tempos (ou vice-versa). Depois o homem nu batalha-se com tigres dentes de sabre e dão-se as primeiras fodas em pé. Entretanto nasce Bruce Wayne e a sua vidinha simplória até ver o papá e a mamã a apanharem um balázio e partirem deste mundo cruel para se juntarem aos dentes de sabre em Valahala, onde fazem churrascos aos domingos à tarde. Bruce Wayne cresce com ódio e tenta ferir todos os maus que pode enquanto vai passando por um periodo de abstinência sexual que não tem fim à vista. Eis então Batman, o Cavaleiro das Trevas, o Homem Morcego de borracha negra. O início…
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