O flop, esse chavão que dita o destino de um filme nas mãos de um estúdio e da contabilidade matreira de Hollywood . Só pode ser considerado flop um filme com aspirações a world domination, actualmente um filme que custe pelo menos 100 milhões de dólares a produzir, distribuir e publicitar. Ora, um filme independente feito por amor à arte nunca é um flop, basta que apareça mais um ou duas pessoas do que mãe do realizador já é êxito transbordante. É um termo quase exclusivamente aplicável ao chamado blockbuster. No Verão de 2013 foi vê-los cair. Parecia a época de caça ás perdizes, nem tinham tempo de levantar voo, porque agora Hollywood define o flop em menos de 24 horas de exibição. Muitas são as vezes em que me meto a pensar de que alguns destes filmes podem ter êxito em circuitos diferentes daqui a 10, 20 ou 100 anos porque o tempo os ajuda a persistir. Os gostos mudam e, quiçá, uma inversão na evolução nos faça amar esta vasta parolice que Hollywood nos tenta enfiar pelas goelas abaixo todas as semanas. Isso aconteceu imensas vezes no passado e o que me traz aqui hoje é uma singela lista de 5 filmes que foram absolutamente humilhados na sua estreia e hoje em dia são filmes que considero obras superiores.
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O trailer eye candy é a arma de eleição para fazer um filme ter sucesso logo no primeiro fim de semana. Surrogates é uma adaptação de uma novela gráfica que falei aqui ontem. Nunca senti que pudesse ser um filme fantástico, no entanto sabia desde que ouvi falar dele que tinha que o ver. Mas no final do filme ficamos com a mesma sensação de quando ganhamos bilhetes na rádio para um concerto e quando chegamos lá afinal só canta o David Fonseca porque os artistas talentosos foram cancelados: é uma armadilha!
Esta semana estreou Surrogates, o filme baseado na banda desenhada que vos apresento. Hoje falamos da BD e amanhã do filme. The Surrogates é uma novela gráfica (será esta a tradução?) que fala do nosso futuro, dos anos 50 do presente século, de uma sociedade distópica em que todas as pessoas usam um corpo cibernético (surrogate) controlado remotamente através de um dispositivo. Toda a sociedade é formada por robots que representam alguém, mas não implica que sejam a sua réplica física, uma vez que se pode escolher qualquer modelo. Obviamente é uma metáfora para as redes sociais, para o Facebook, Aifai ou Second Life, onde se cria uma imagem pública e se vive vegetalmente frente ao PC. Como eu, neste preciso momento.
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