Quando em 2004 estreou a série House M.D., os seus criadores não tiveram pejo em admitir a sua principal inspiração para tão exótico personagem: Sherlock Holmes. 6 anos depois é a vez do rabo torcer a porca. Fomos então presenteados por um Sherlock Holmes fortemente baseado no Dr. House. Inteligente, mestre da dedução, irascível, controlador, possessivo, violento, sem aparentes princípios morais ou o mais pequeno sinal de respeito pelos seus iguais, permanentemente ensopado em opiáceos e com a fantástica capacidade de transformar um pedaço de aparente solidariedade em mais um acto de cruel egoísmo. E é por isso que o amamos.
Tag: detective
Fosse este filme realizado por um monte de merda qualquer e eu teria escarrado e mijado por ele abaixo e seguiria a minha vida imune ao seu inerte sentido de humor e à sua estéril contribuição para a historia da 7ª arte. Acontece que o realizador deste filme não é um monte de merda qualquer. É um monte de merda especial que já realizou alguns dos meus filmes preferidos, criou alguns personagens que venero e já foi ele próprio um icon da cultura junkie/geek vestindo a longa gabardina de Silent Bob. Estou a falar, obviamente, de Kevin Smith, esse gordalhufo que sabemos capaz de produzir genialidade, e que no entanto parece andar perdido num inferno de tarefeiro hollywoodiano a fazer um filme, que à sombra do conceito das “homenagens”, é na realidade um exemplo de unidimensionalidade amorfa que lhe pode valer o prémio “Era atar-te os tomates à traseira do comboio das 9 e dizer-te adeus com um lenço branco”.
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