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Tag: mamas (Page 3 of 7)

Peitinhos de Natal – Devon Aoki

Venho por este meio aquecer-vos o coração nesta noite fria de Natal. Devon Aoki, estrela de Sin City é a vossa jeitosa da noite de hoje. Antes de aplicar fricção, pensem na solenidade do dia e no amor ao próximo, paz no mundo, we are the world… So say we all!

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Devon Aoki

Malick e as dores da contemplação

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Para se perceber o dinâmica da cinematografia de Terrence Malick é preciso ver-lhe os filmes por ordem cronológica, pois faz tudo parte de um grande plano, um organismo, uma entidade fortemente enraizada em sentimentos fortes, contradições e a eterna dualidade entre as mais violentas dores da existência humana e a beleza e perfeição da natureza e do grande esquema das coisas. Um homem que coloca à frente a sua formação em filosofia e em segundo plano a técnica e lógica cinematográfica não pode nunca fazer o mesmo tipo de filmes de um Spielberg ou Nolan. Existirá um Deus? Para Malick há, mas não interfere no modo como humanos fodem as suas vidas, está demasiado ocupado a ser o grande arquitecto e a impedir que o sacudir das asas de uma borboleta na floresta do Butão crie um terramoto em Bonnetsville na Carolina do Norte.

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Looper (2012) e o perigo da má interpretação

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Faço minetes grátis”, escreveu ele no formulário do jornal que permitia pequenas mensagens na secção “Contactos”. Com a cabeça ligeiramente inclinada e a mordiscar a língua que pendia entre os lábios descaída para a esquerda, a confirmar subconscientemente a sua intenção, continuou “Sem pedir nada em troca. Garanto confidencialidade. Só meto dedo no rabo a pedido. Atreve-te a ser feliz!”. Sorriu ao entregar o papel à funcionária que franziu um esgar de encapsulada repugnância de quem se incomoda com o devassidão da mensagem misturado com a repulsa natural do próprio ser humano de prestar serviços não remunerados. No dia seguinte ligou-me. Chorava copiosamente e não se percebia bem o que dizia. Parei de mastigar os Cheetos que me serviam de pequeno almoço para tentar compreender aquela amálgama de má dicção com soluços e angústia. “Não publicaram, filhos da puta, [reticências] não publicaram o meu anúncio”. Plenamente confiante que estava a prestar um serviço útil e que a sociedade que pretendia servir lhe recusou violentamente os préstimos, suicidou-se meia hora mais tarde por asfixia auto-erótica vestindo apenas umas cuecas da irmã. Um desgosto para a família, uma vez que o mesmo jornal onde entregou o formulário para a secção “Contactos” publicou a foto na capa com o título “Jovem seropositivo homosexual com historial de drogas duras suicida-se em ritual satânico de zoofilia”. O anúncio dos minetes grátis foi publicado na mesma edição do jornal.

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Skyfall (2012) e a des-rebootização de James Bond

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Há meia dúzia de anos atrás quando a Eon Productions pegou novamente em James Bond decidiu, por alguma razão, que iria definitivamente cortar com os  filmes anteriores por serem demasiado imaturos e plebeus para os standards do ultra-realismo de que padece o cinema moderno. Decidiu fazer-se um reboot de modo a reenquadrar Bond nos standards cinematográficos actuais (a 2006), adaptando a primeira aventura do herói. “Uau”, reagiu o mundo, “Agora sim, sem fantochadas. Sóbrio, como eu gosto do meu Bond!”. Dois anos depois Quantum of Solace continua a saga, limpando o rabo às suas origens extravagantes de Bond. negando sequer a existência de Roger Moore de poncho prestes a entrar em órbita com dezenas de jovens virgens num plano de repovoar o planeta ou os satélites de destruição maciça de Ernst  Blofeld e do seu gatinho persa Mr. Tiddles.

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The Change-Up (2011) e as mamas digitais

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Não vou fazer a crítica a este filme, uma vez que se trata de um típico filme de gaja com uma pequena percentagem de Appatow, um imenso potencial para o deboche que depois nunca atravessa a linha do moralismo cristão, da máxima “não cobices a mulher do próprio” e a insuportável (e aparentemente inevitável) desfecho “love will conquer all”. Longe de mim querer questionar a horribilidade deste filme. O que aqui me traz hoje é a implicação das mamas CGI que as actrizes usaram neste filme, como alternativa à típica topless scene.

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Splice (2009)

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Jazia inerte no meu repositório para “utilizações futuras” quando o repesquei pela enésima vez. Desta feita aguentei os longos créditos iniciais que apesar de belos e necessários para definir o ambiente de arranque de Splice, são extensos demais para um filme que se quer despretensioso em linha com o low profile do seu talentoso realizador, um tal de Vincenzo Natali que viveu em glória aquando da estreia de Cube e em contida efusividade pelo trabalho original e competente em Nothing. Não sendo propriamente o Special One da realização, não é um badameco qualquer que ande lamber rabos à industria como tarefeiro a ganhar à peça e a obedecer aos mercenários hollywoodianos que nos tentam iludir constantemente com operações de marketing de duas horas disfarçadas de cinema.

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Excision (2012)

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Facto: a puberdade é a fase mais dolorosa do crescimento. Quando as crianças começam a ter sensações estranhas, a relação com o corpo é de amor/ódio, tufos de pêlo populam áreas de de pele outrora caracterizada pela frondosa suavidade, o apocalipse dos pessegueiros (esgalhados)… É nesta fase que se forma a nossa personalidade e é uma fase que nunca corre bem. A razão de sermos adultos disfuncionais, descompensados e de humores irregulares nasce, em parte, pela falta de equilíbrio nessa fase crucial do crescimento. Mas não se preocupem porque somos todos assim, imperfeitos, incompletos. Há, no entanto, quem não se safe e se deixe engolir pelo ciclone hormonal e emocional do fast forward evolucional pre-teen. É nestes mares da extrema disfunção e desequilíbrio em todas as frentes que navega Excision, o freakshow do ano.

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Crocodile Dundee – A pior trilogia do mundo

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Um dos assuntos que mais largura de banda queima na Internet é “Qual a melhor trilogia?”. Defensores das várias facções batalham-se 24 horas por dias, desde os tempos das BBS e os modems de 9600 bauds, esgrimindo argumentos e tirando partido da sua melhor retórica para defender aquela que é, do seu ponto de vista, a melhor trilogia cinematográfica. Note-se que trilogia nos dias de hoje não é necessariamente um conjunto de 3 filmes, mas uma molhada deles que pode ir dos 2 aos 56. No entanto ninguém fala daquilo que é realmente importante que é saber qual a pior trilogia de sempre. Tendo em conta a subjectividade inerente a este tema, escolhi como pior trilogia de sempre o Crocodile Dundee. Para a semana pode mudar, mas esta semana odeio de modo figadal o Paul Hogan e as suas tropelias de parolo australiano em solo americano.

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V/H/S (2012)

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Fui apanhado de surpresa pela dinâmica de V/H/S. Julgava tratar-se de um filme normal, com uma estrutura narrativa principal, um ou dois arcos secundários, etc. Na realidade V/H/S tem como conceito o encapsulamento de várias curtas metragens num contexto que evoca o mítico formato VHS. O fio condutor é um grupo de jovens que invade uma casa em busca de uma fita rara que lhes irá valer uma valente massa. Quando entram descobrem um cadáver num sofá a olhar para várias TVs que estão a transmitir estática. Por deficiência na descrição da sua missão, começam a ver as cassetes que lá estão até descobrirem se alguma encaixa na descrição “fita rara de incalculável valor de mercado”. Inicialmente ainda pensei que se tratasse do original Tomás Taveira (a cores), mas aquilo com que somos brindados é um dos maiores espectáculos de gore dos últimos tempos.

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Project X (2012)

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Project X é um daqueles filmes tão espalha brasas que uma pessoa sente-se terrivelmente compelida a vê-lo só para perceber de onde raio vem tanto entusiasmo. Quando vi os cartazes no cinema em Coimbra pensei que seria um horrível pestilência que não duraria mais que uma semana em cena pois a  sua projecção teria o mesmo efeito nos cinéfilos que a arca da aliança teve nos nazis no final do Raiders of the Lost Ark. E mais uma vez pude comprovar que o preconceito cinematográfico é uma força em que devemos sempre confiar, mais poderosa do que o próprio amor ou aquela aversão perfeitamente injustificada de olhar directamente para um pedinte.

The Cabin in the Woods (2011)

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A vida de um pai de família, por vezes, tem temporadas de inferno Disney, em que apenas se vê canal Panda, musicais de qualidade duvidosa onde toda a gente veste fatos de pelúcia com animais personificados, cinema infantil a puxar para a lição de moral, minúsculas fadas voadoras com nome de prostituta de jornal, cães, gatos, tartarugas, vacas, lesmas, ornitorrincos ou famílias de pinguins que celebram o dia de acção de graças e toda uma parafernália de entretenimento capaz de levar à loucura o próprio Dalai Lama. Já não há sequer paciência para Clone Troopers nem para a versão 3D do mestre Yoda. São alturas como estas em que sentimos saudades de um bom massacre. Decapitações, trucidações de comboio a grupos de escuteiros, autocarros de freiras septuagenárias atirados em chamas para fossos de crocodilos. Facadas, esventramentos, degolações, violações em massa por grupos de motoqueiros com Sida (e os seus cães). Estes pequenos prazeres que nos ajudam a equilibrar a mente , para que não nos deixemos influenciar por criaturas de peluche que passam a vida a ostentar piqueniques pomposos e casas de características milionárias sem se lhes ver nenhum meio legal de subsistência.

Evil Ed (1995)

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Em meados dos anos 90 usava as funcionalidades da recente Internet para alargar os meus horizontes cinéfilos. Finalmente estava livre das revistas pagas e fortemente parciais, os críticos mega-estelares com elevada auto-estima da imprensa nacional ou o Top Video na RTP1. Não havia ainda redes sociais, mas havia email e sites mono-página com gifs animados que rodavam a dizer “new” e “hot”. A IMDB dava os primeiros passos e ainda não tinha sido comprada pela Amazon. Um dos meus penfriends por email era um jovem sueco que partilhava comigo o gosto pelo cinema fantástico, terror e sci-fi. Trocávamos filmes em VHS. Eu preferia trocar filmes com suecos e holandeses porque eles também não dobravam os filmes, tinham legendas como nós. Eu mandava-lhe um anexos chamado movies.txt e ele devolvia com os que tinha e os que queria. Um dia esse meu amigo sueco (que não lembro o nome nem tenho o contacto) enviou-me um extra, um filme sueco falado em Inglês chamado Evil Ed. Ele insistiu por orgulho patriota que lhe desse prioridade e assim fiz. E foi assim que vi e revi Evil Ed, um tesouro sueco .

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Battleship (2012)

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Jaime era uma rapaz de 23 que tinha acabado de arranjar um emprego como engenheiro mecânico numa marca automóvel famosa, com ordenado mínimo e contrato a 3 meses. Conheceu Alice, uma adorável garota de  25 anos no café onde tomava o pequeno almoço. Palavra puxa palavra e Jaime convida Alice para uma ida ao cinema. “OK!” diz ela enrubescida enquanto acaba de tomar o seu Capuccino. Nessa noite encontraram-se frente ao cinema e quando Alice se dirigia à bilheteira, Jaime sussurrou-lhe ao ouvido “Onde vais tontinha? Já aqui tenho os bilhetes!” e piscou-lhe o olho com uma malícia perfeitamente aceitável para a ocasião. Duas horas depois saem do cinema e dirigem-se para casa de Alice para ver uns posters que ela encomendou da Amazon. Os dois perceberam a razão dessa visita, mas nenhum quis admitir. Antes de entrar em casa, a rapariga pede-lhe que se descalce, pois não quer sujar a sala que tinha sido aspirada durante a tarde. Jaime entrou descalço. “3 gatos?”, perguntou. “Na realidade são 12, mas alguns marotos andam na rua. São os meus filhinhos”. Alice pediu desculpa e ausentou-se para vestir algo mais confortável. Jaime sorriu de modo maroto e sentiu uma ligeira erecção a imaginar a noite de deboche que tinha pela frente. Ouviu um ligeiro barulho atrás do sofá onde estava sentado e ao tentar virar-se sentiu um dor aguda na base do crânio. A sala pareceu-lhe rodar 90 graus mas podia ser apenas um efeito óptico por estar a cair meio inconsciente em direcção à alcatifa. A última coisa que sentiu antes da visão se ter enegrecido e depois enchido de estática, foi um gatinho que se apressou a lamber-lhe o sangue que lhe descia pela testa.

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TED (2012)

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Há filmes que não merecem mais do que um conjunto de anotações rápidas, à laia de microblogging. TED é um desses filmes. Tal como se esperava, um live action de Family Guy, um metralhar intenso de referências de cultura pop e o mais vil escárnio às celebridades que Seth MacFarlane odeia, juntamente com surrealismo qb a embrulhar uma pobre e estereotipada narrativa que poderia ser a próxima comédia romântica de Ben Stiller ou mais um tomo de Harold & Kumar. Com a agravante de ser fortemente diluído, exageradamente explicado, predominantemente inerte e acompanhado de um exército de clichés tão discretos como a Banda Filarmónica dos Bombeiros Transexuais de Aguada de Cima a Vestir Lantejoulas Rosa by Givenchy. Isto porque há crianças a ver. Não é que eu seja um hater, longe disso. Gosto muito da minha dose de episódios de Family Guy, mas é ao domingo quando estou a ressacar ao pequeno almoço ou a cortar as unhas dos pés. Não é algo que aprecie gastar as economias que tenho guardada para o futuro dos meus filhos, mas o certo é que gastei. Estes 6.60€ já ninguém me devolve e se continuar a gerir as minhas finanças com esta leviandade, um deles ainda acaba por ter que escolher Educação Psico-Social Geriátrica na Escola Superior de Educação de Bragança ou, pior, Ciência da informação arquivística e Biblioteconómica da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Este filme é uma valente bofetada de luva branca (cheia de pilhas e rolamentos estragados) para aqueles desbocados que não se cansam de repetir que Howard The Duck é um dos piores filmes dos anos 80. Embrulhem, incultos!

Piranha 3DD (2012)

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Com a crise, a falta de empregos, a depressão colectiva e a falta de segurança,  as pessoas começam a construir a ideia de que terão que ser sérias e confiáveis para que possam singrar no mercado de trabalho ou em qualquer outra parvoíce social em que se envolvam. Com isto tendem a abdicar do seu sentido de humor, porque pessoas estúpidas tendem a acreditar que humor e risota são duas faces da mesma moeda que é a tolice e a palermice, características que tentam erradicar de si porque acreditam que um semblante cinzentão e a capacidade de pesquisar rapidamente na wikipédia fazem de si seres menos odiosos. Isto para dizer que as pessoas têm vergonha de rir, porque com a avalanche de mau humor que os media portugueses têm servido desde 1992 já poucos têm a capacidade de perceber o que tem mesmo piada e o que são videos caseiros de gatos a escorregar em cascas de banana. Pior, confunde-se Seinfeld com Friends e Monty Python com Os Malucos do Riso. E assim que o Grande Cinzento se apodere de nós, seremos criaturas tão interessantes como o contabilista de Angela Merkel, gajo que penteava a Lassie ou o canalizador do Arnold Schwarzenegger.

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Iron Sky (2012)

Depois da balbúrdia deixada na Europa dos anos 40 por Adolf Hitler e o seu séquito de fanboys, pouca simpatia passaram a colher junto das populações. É certo que lhes era reconhecido bom gosto em vestuário, maquinaria e objectos de adorno pessoal, mas chacinar meio continente com o pretexto de que não se dão bem com vizinhança barulhenta raramente gera empatia junto daqueles que apreciam viver sem a eminente ameaça da execução sumária. Há, no entanto, duas notáveis excepções para estes safardanas de belas casacas, falas rudes e apreciadores de um reluzente prepúcio intacto: o Nazi zombie (clássico intemporal) e o Nazi do espaço. Eu não acredito em nazis que se esconderam no lado negro da Lua durante quase 70 anos a criar uma sociedade ariana e tecnologia bélica capaz de obliterar grande parte do hemisfério norte do planeta Terra, mas que os há, há!

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A Very Harold & Kumar 3D Christmas (2011)

Imensas discussões têm incendiado a Internet acerca de qual será a versão masculina do filme de gaja. Será o filme de acção? O porno? O bromance? A comédia escatológica? O disaster movie? Na minha opinião, nenhum destes. A versão masculina do filme de gaja é, indiscutivelmente, o stoner movie. Porque é que as mulheres adoram comédias românticas? Porque projetam todas as fantasias e sonhos que nunca verão concretizados, porque as ajuda a acreditar num futuro melhor, um futuro onde não apanhem de cinto, não sejam trocadas pela mamalhuda que trabalha com o namorado ou num futuro em os seus companheiros não lhes forcem dedos no anus. O stoner movie é o pináculo da fantasia masculina. Uma vida livre de compromissos e aborrecimentos mundanos, onde cada um cede apenas aos seus instintos mais básicos sem se preocupar com dinheiro, problemas conjugais e familiares, saúde ou pormenores legais. Seja sexo e drogas ou Playstation e Coca-Cola, sejam mulheres, homens ou cavalos, seja escalar os Himalaias ou passar fins de semana no sofá a ver estática com preguiça de levantar o rabo para mudar de canal. É o sexo masculino primordial.

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The Kids Are All Right (2010)

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Cheguei mais cedo a casa. Ainda tinha tempo de ver um filme antes que o infernal furacão de imparável destruição e balbúrdia  apocalíptica chamado rotina com crianças tivesse o seu início. Descalcei-me, gritei de dor lancinante e deixei que as lágrimas me escorressem pela cara devido a uma pequena cabeça de Mickey (da Lego) que se tinha acabado de me cortar um tendão e estava agora alojada da parte mais dolorosa do metatarso. Sentei-me, absorvi o sangue com um casaco da Barbie e liguei o meu mediacenter. Corri todos os filmes que me pareceram boa ideia quando os “adquiri”, mas curiosamente nenhum deles me fascinava. Filmes de extraterrestres, violência perfeitamente gratuita, humor negro e ofensivo, pornografia sueca dos anos 60, super-heróis de calcinhas de licra enfiadas no rego, monstros, filmes com acontecimentos de tal envergadura que podem acabar com o mundo (várias vezes) e uma pasta chamada “Corredor da Morte”, onde coloco os filmes até ter coragem para os apagar. Quem diz apagar diz outro verbo qualquer com sonoridade menos ilegal. Bem, carreguei no play em “The Kids Are Alright” e deixei-me embalar pelo confortável ambiente familiar de um lar onde um casal de lésbicas em crise de meia idade tenta salvar a sua tempestuosa relação.

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A Cristina nunca viu o Seinfeld

Irmãos, a Cristina nunca viu o Seinfeld! Os mais desatentos perguntam enraivecidos quem é a Cristina mas quem está mais familiarizado com as Indústrias Kramerica ou com a obra de Art Vandelay não quer saber quem é a Cristina. Eu próprio já fui assim, enraivecido com aqueles que não seguiam a minha via (o caminho da rectidão e da verdade) mas neste momento não sinto ira para com os irmãos que, tal como a Cristina, se afastaram a luz e da sensatez, daqueles que nunca conheceram a sapiência do Nada, daqueles que veem a sua vida desaparecer nos tentáculos do Friends, Will and Grace ou mesmo aquele instrumento de Satanás que visa transformar mulheres em trastes horrendos potencialmente inúteis e serventes do Demónio chamada “Sex and The City”.

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