“Olá bebé. Não dás uma beijoca ao teu xuxu?” sussurrava melosamente o Sérgio às miúdas no liceu. O intervalo tornava-se assim um laboratório de ensaios que transformariam o Sérgio num comercial de sucesso para os finais dos anos 90. Isto, claro, até uma grave crise de consumo o ter levado a aceitar um contrato de rescisão bastante lesivo para os seus interesses, que na ansia de pagar as prestações do BMW o Sérgio se vira obrigado a assinar. O Sérgio gostava do Van Damme e de filmes de porrada em geral. Não gostava quando as personagens falavam muito ou quando passavam mais de 10 minutos sem haver turbulência nos filmes que via. Sentia-se confuso com flash backs e quando alguma situação mais inesperada ocorria numa narrativa menos convencional não era raro o Sérgio perguntar “É um sonho?”. O artefacto do “sonho” era recorrente nas novelas e séries dos anos 80 que permitia avaliar a reação dos espectadores a mudanças futuras. O sonho é também um mecanismo narrativo de failsafe, uma rede que permite fazer o rollback de um arco narrativo menos bem aceite. O Sérgio gostava mesmo era de coisas lineares. “Há um mau muito mau que aleija meninos e um bom que sabe karaté aparece para o matar, FIM. “
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Seth McFarlane finalmente mencionou aquilo que apenas se falava no submundo cinéfilo: mamas! E com este grande estímulo vos deixo a galeria We Saw Your Boobs. Algo, aliás, incontornável. De fora ficam as pintelheiras, aqui censuradas com uma estrelinha amarela que sai se lamberem o ecran. E sem mais demoras, peitinhos da quinta.
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Filmes fabulosos espezinhados pelo passar dos tempos, porque o timing da estreia foi errado, porque algum elemento do próprio filme ofuscou tudo o resto. Todos nós temos uma lista de filmes que achamos ser menosprezados pela comunidade cinéfila mundial, filmes que mereciam um lugar nas estrelas e por vezes não chegam a ser um rodapé fugaz de um livro obscuro. Apresento-vos a lista de filmes que penso serem injustamente desconsiderados pela comunidade. Não os vou numerar. Esta é a minha primeira lista de 5 pérolas esquecidas.
The Adventures of Baron Munchausen (1988)
No fim de semana passado, meio adormecido, fiz um zapping preguiçoso pelos canais de cinema. Meu Deus, estariam os meus olhos a pregar-me partidas? Estava a começar a Fantástica Aventura do Barão. Esta obra prima de Terry Gilliam marcou a minha juventude e é um daqueles filmes que idolatro, mas que raramente encontro alma gémea cinéfila com quem possa trocar referências. Um inebriante cheirinho a Monty Python, como que a fazer ecoar a sua memória até aos dias de hoje. Terry Gilliam é, no mínimo, semi-deus. (Tirando os Irmãos Grimm, filme pelo qual merece ser torturado com uma pêra rectal*)
Um maneira de fazer a análise sociológica de um povo é através dos seus filmes de ficção científica. Neste género cinematográfico são projectados os medos, anseios, esperanças da época em que o filme é feito. Além disso servem frequentemente para mensagens políticas (subliminares ou descaradas) projectando as críticas nos extra-terrestres, sociedade distópicas ou safardanas totalitaristas. Outra maneira de analisar uma sociedade em determinado ponto do tempo é através do remake do “Invasion of the Body Snatchers” produzido na altura. Podem escolher 1956, 1978, 1993, 2007! E irá continuar, os historiadores do futuro contam com isso.
Há certos sintomas que nos fazem compreender que estamos a ficar velhos. O facto de se começar a consumir comprimidos como se fossem pintarolas, ter cuidado com a alimentação e dizer que a partir de amanhã vamos fazer exercício físico regular e deixar de achar piada a filmes de fantasia. Pelo menos aos filmes de fantasia mais light e “happy pink my little pony crap” como é o caso de Golden Compass, Eragorn ou outras trilogias a martelo. Claro que ainda gostamos da fantasia mais negra, como o “Labirinto del Fauno” ou dos telediscos de Tool. Mas dá-me ideia que acabará por chegar o dia em que corremos para casa para saber qual das gémeas vai ser atropelada por um homossexual toxicodependente seropositivo testemunha de Jeová bêbedo no episódio final de uma novela da TVI.
Puritanos, tonhós que estão contentes logo de manhã e romanticos incuráveis não me levem a mal, mas agradecia que não lessem esta crítica toda. Aliás, queria mesmo que se retirassem, pois o que vão aqui ver nos próximos parágrafos não será uma vista linda de se contemplar. É que nem aqueles insuportáveis tipos que não precisam de café para andarem radiantes pela manhã poderiam suportar tal tortura. Mesmo os pacóvios que têm um poster do Titanic e outro da Cidade dos Anjos eram capazes de matar, enraivados de ódio, só por terem sido enganados pelo cartaz.
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