Desde 24 de Junho de 2003

Tag: pintelheira (Page 3 of 5)

Jennifer’s Body (2009)

Megan Fox é um totem pós-moderno do culto da “sexualidade que está para vir”, tipicamente idolatrada por teenagers virgens que aquecem o pescoço em sua honra. É verdade que é bonita e sensual, mas para aqueles lados são todas bonitas e sensuais. Só que esta é sonsa, má actriz. O chamado monólito unidimensional. O que não se compreende é a frequência com que é usada como arma de arremesso a cada vez que se quer chamar às salas pubescentes no pináculo da crise hormonal cujo único medo é que a masturbação cause efectivamente cegueira.

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The Invention of Lying (2009)

Mentira, o conceito que sustenta os pilares das sociedades desde o nascer dos tempos, o conceito que permite que a frágil estrutura de moralidade e bons costumes não desabe sobre si mesma, engolindo para sempre o mundo na noite eterna da miséria humana. Quem não tem nada a esconder ou diz não saber mentir é, só por si, um mentiroso profissional. Mas como seria um mundo sem mentira, um mundo onde a honestidade é a standard cruel sob a qual as pessoas carregam o seu enfadonho quotidiano? Um mundo sem imaginação, sem ficção e sem a mais pálida centelha de engenho? Ricky Gervais disfarça a sua obra multidimensional de comédia romântica,  tão querida pelo grande público, o mesmo tempo que enraba todos os valores morais, políticos e religiosos da civilização ocidental no mesmo processo.

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Ne le dis à personne (2006)

O thriller, enquanto policial obscuro quase a roçar a ténue fronteira com o filme de terror ou paranormal, está a definhar. Uma tendência popularizada por Hitchcock e eleita ocasionalmente por realizadores competentes para exercícios de estilo, saudosismos ou para contar uma história com mais densidade do que é previsível num filme mainstream. E se é certo que na maior parte das vezes o resultado acaba por se vaporizar para o eterno vazio da memória cinematográfica mundial, também é certo que por vezes aparecem obras excepcionais, histórias que nos amarram como octopodes viscosos e só largam depois do climax narrativo.

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Twilight (2008)

Os filmes da minha adolescência foram maioritariamente slasher movies de extrema violência. Ainda assim já vou com 36 anos e ainda não matei ninguém. Não havia necessidade de proteger as criancinhas das influências satânicas da violência televisiva. A malta sabia que eram apenas filmes. Nos dias de hoje protegemos as nossas crias da nefasta influência da violência mostrando-lhes filmes de vampiros que brilham ao sol, mortos-vivos deprimidos crónicos com paralisia facial e cuja única carne humana que comem é pénis, normalmente de empurrão…

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The Spirit (2008)

Sexta-Feira chuvosa. Estava eu num bar de alterne na Zouparria a olhar para cinco prostitutas deprimidas. Entre todas partilhavam 12 dentes e 382 era o total das suas idades somadas. Fingi beber a minha água campilho e saí pela janela da casa de banho, sem pagar. Estava a precisar de um bom filme para lavar a alma. Apanhei o início do Spirit num canal Premium do cabo. Passados 30 minutos estava a ponderar se não seria menos doloroso arriscar gonorreia com a Jandira, uma brasileira que se orgulhava de ter feito duas mamadas a Goebbles na altura em que ele ainda era presidente da junta de uma pequena freguesia nos arredores de Frankfurt.

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Dot.com (2007)

Cinema Português, esse imenso buraco negro da boa vontade. Sempre que nos aproximamos de um filme nacional com a esperança de finalmente haver uma obra cinematográfica capaz de orgulhar a nação, a nossa boa vontade é sugada por um vórtice de tão colossal vazio que nem a própria gravidade escapa, transformando a esperança em fúria. Raiva suficiente para incendiar uma sala de cinema, demolir a sede do ICAM ou enforcar um produtor. Mais ou menos como ser agarrado pelos tomates, despido, e ser arrastado por um campo de urtigas e silvado selvagem a caminho de um alguidar de metanol.

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What Happens In Vegas (2008)

Domingo à tarde. Almoço de família. Depois das 17 sobremesas finalmente chegamos ao sofá. As crianças brincam e gritam ao nosso redor. Umas torturam animais de estimação, outras incendeiam os cortinados. Da cozinha ouvem-se os gritos de protesto “Vocês são uma merda! Em vez de nos ajudarem a arrumar, vão directos para o sofá.” A TV bloqueada na SIC. O controlo remoto longe do alcance dos braços. Enquanto termino a minha água com gás na esperança de uma digestão pacífica, lá está ela. Como nos tem habituado aos domingos à tarde, Cameron Diaz em cuecas…

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Ninja III: The Domination (1984)

Nos anos 80 havia uma produtora , que por si só, produziu mais toneladas de filmes xunga do que qualquer outra na história. E não falo de xunga foleiro e que se esquece facilmente, falo de xunga inesquecível e cujo humor involuntário nos acompanha através dos tempos, qual memória recalcada que aparece sempre em momentos incómodos, como reuniões do conselho de administração ou funerais de pessoas que até nem conhecíamos muito bem. Essa produtora / distribuidora era a Golan/Globus, normalmente em associação com a Cannon Film Distributors.

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Los cronocrímenes (2007)

E já que nos encontramos numa maré de viagens no tempo, falo-vos também de Los Cronocrimenes, um filme espanhol independente de parcos meios, mas de infinita criatividade. Um exemplo de tenacidade e sucesso para os brochistas portugueses do ICAM-dependentes, que em vez de andarem aí a carpir lamúrias como um bom bando de putinhas que são, podiam criar um argumento que se adapte ao magros fundos que o governo lhes atira.

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Thirst (2009) a.k.a. Bakjwi

Então ouvi a última criatura: as trombetas de marfim anunciavam o fim do existência. Vinha com um cavalo de um plasma muito denso produzido por cisão termonuclear, o nome do cavaleiro era MORTE e o séquito do inferno seguia atrás (de mota). Os anjos ditavam aos mortais a origem do fim. Dos seus ouvidos escorria sangue e o efeito Doppler deixou de existir, como que num prenúncio do final do mundo racional. Antes do universo implodir numa massa disforme de sangue e tripas, projectaram um filme de vampiros para adolescentes, o sinal do fim dos tempos. Quando toda a esperança morria, enquanto as labaredas da humanidade lentamente se extinguiam, quando as mães choravam os filhos perdidos para as novelas de vampiros e os filmes da Disney eis que apareceu o novo filme de Chan-wook Park, resgatando mais uma vez a humanidade da sua mais que merecida extinção. So say we all!

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Confissões de um cinéfilo – Guilty Pleasures

O guilty pleasure é uma das características mais enigmáticas da mente humana. Como podemos explicar o gosto por coisas que à primeira vista teriam tudo para nos abominar? Mas o certo é que todos nós somos tentados por este tipo de prazeres, seja masturbar um cavalo ou ouvir compulsivamente o novo CD do Leandro. Os próximos 7 itens que vos mostro são os meus guilty pleasures na área do entretenimento.

Número 7 – Kung Fu dos anos 70

Não é coisa que compre, grave ou tire da net. Mas quando estou a fazer zapping e apanho um filme de Kung Fu chinês (vertente Shaolin) não desgrudo. Talvez sejam influências de infância de quando os Jovens Herois de Shaolin fizeram de mim mais homem ou aquele impulso masoquista de ver audio e video com falta de sincronia. Mas adoro os efeitos sonoros e as proezas físicas a desafiar todas as leis da física (e da química, matemática e até da alquimia). Continue reading

Dellamorte Dellamore (1994)

E agora amigos, silêncio porque se vai falar de clássicos. Dellamorte Dellamore é um filme único e incomparável em duas frentes. O primeira é a pura genialidade cinematográfica a todos os níveis, faceta invulgar num género que é o filme de terror, vertente zombie. O argumento aparentemente surreal esconde camadas e mais camadas de conteúdo de uma ardilosa ambiguidade, o trabalho técnico é superior a todos os níveis e o humor negro faz-me lembrar Braindead dos tempos que Peter jackson ainda morava com a mãe. A outra frente que faz deste um filme único é o tamanho dos mamilos da actriz principal. Umas aréolas com um perímetro tal que poderia facilmente abrigar uma família pouco numerosa numa tarde de tempestade… No final do post colocarei um pequeno diagrama para que possam avaliar a imensidão destes afamados mamilos.

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Taking Woodstock (2009)

Biografias ligeiramente modificadas para encaixarem em modelos pré-definidos de cinema ou “baseado em eventos verdadeiros” são coisas que aprecio. Eu não quero saber como foi a triste realidade, quero as coisas apimentadas para encaixarem nas minhas expectativas, nos meus preconceitos, naquilo que eu imagino ser a realidade ficcionada das regras de uma narrativa saudável. Tristezas bastam as minhas e as desgraças que tenho que aturar diariamente perante a possibilidade de mandar tudo para, e passo a citar, “o caralho que os foda”, porque depois faltam-me fundos para manter a minha habitação na minha posse, para alimentar a minha família e para comprar parvoíces de que não preciso e de que já me estou a arrepender antes de comprar, mas que mesmo assim não consigo evitar.

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Carriers (2009)

Há uns tempos atrás todas as autoridades mundiais da saúde se dirigiram ao planeta acerca de uma nefasta pandemia  que nos iria assolar. As previsões: milhões de mortos, devastação planetária, corte do circuito de distribuição de alimentação, saques em massa e violação de animais de companhia numa escala nunca antes vista. Agora que estamos a passar essa suposta fase de pestilência começamos a perceber a verdadeira escala da epidemia: farmacêuticas já nem sabem onde meter tanto dinheiro que receberam de vacinas, os governos recolhem-se nos seus gabinetes com orelhas de burro na cabeça a falar da meteorologia para mudar conversa,  os médicos que ajudaram ao pânico mundial a passar férias nas caraíbas com pintelhos entre os dentes da festa da noite anterior e as multidões começam a juntar archotes, forquilhas, alcatrão e penas para ir até à sede da Organização Mundial de Saúde. Percebemos finalmente que perante a globalização e a cultura corporativa multinacional somos todos vacas leiteiras.

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The Dukes of Hazzard (2005)

O boom do DVD e as TVs por cabo temáticas trouxe uma promessa aos saudosistas: poderiam rever as séries que tanto os emocionaram na juventude. Ora, como qualquer saudosista sabe, isto não é bom. A ideia de entretenimento de qualidade que temos acerca dessas séries cedo se esvanece à primeira re-visualização das nossas séries de infância. O que parecia bom parece agora uma bosta de merda completamente idiota e estupidificante. Eu já tive essas experiências. Séries como Galáctica, Buck Rogers, Captain Power and the soldiers of the future, MacGyver, Verão Azul, 3 Duques entre outras são más… Horríveis. Mas porque eram tão boas antes? Bem, porque o tempo era outro e os nossos standards eram os da altura. E esses memórias devem ficar contidas herméticamente no cérebro. Qualquer tentativa resulta na sua destruição, e com ela cai a nossa ideia de “infância feliz”. Há excepções. O Space 1999 ainda é bom. É bom porque é funky, e o funky, como toda a gente sabe, nunca sai de moda.

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House of Wax (2005)

Na altura das vésperas das estreias dos grandes blockbusters e no início das férias escolares americanas, os estúdios mandam assim à laia de “ver se cola” uns filmes de horror (sic) para teenagers. Gajas boas, tipos musculados, algum sexo meio desfocado ou encoberto, pares de mamas e centenas de gajas em cuecas. Normalmente envolve um grupo composto por todos os estereotipos de liceu que vão morrer aos poucos até ficar um, ou dois se houver um casal realmente apaixonado ou pouco evidente. Tipo a gaja boa da claque e o nerd dos computadores que até é boa pessoa, mas factura pouco grelo. Muitos destes filmes passam direct to video outros ainda se aventuram nas salas. Há sempre marketing forte junto dos putos, geralmente na MTV, e concursos naquele programa da tarde da Sic Radical.

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Gamer (2009)

Há no mundo do cinema de ficção científica americano um obsessão constante  de forçar a analogia com as cyber-tendências e a vida real. Criam-se paralelismos entre as redes sociais, jogos e comunidades. Não é novo, já no inicio na massificação das tecnologias de informação e dos seus sucedâneos  recreativos foi feito o Tron, War Games ou o Lawnmower Man. Isto para ignorar o elefante no centro da sala, que é o Matrix… Gamer é então um desses “e se o Facebook e o Call of Duty fossem jogados por pessoas num mundo físico” em que os fundamentos tecnológicos  são cirurgicamente ignorados, fazendo com que a fronteira entre a ciência e os contos de fadas desapareça e o mundo seja finalmente controlado por feiticeiros demoníacos com riso maléfico em tons que alternam entre o génio e o tresloucado.

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Final Destination 4 (2009)

Todos nós temos uma história de infância em que havia perto do nosso grupo de amigos uma gaja que tinha ido para o hospital com uma garrafa de Coca-Cola enfiada na rata que não saía por causa do vácuo. Na minha terra havia uma versão spin-off do mesmo mito urbano. Um puto a quem chamavam o “piça de zebra” que alegadamente terá ficado entalado com a gaita numa garrafa vazia de lixívia e os fumos químicos ainda existentes provocaram uma descoloração na gaita que lhe deu a alcunha supra citada. Como tudo na adolescência, a realidade e a ficção estão entrelaçados fortemente de modo a que o LSD perto daquilo é uma pálida pastilha de paracetamol.

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Crossed – Banda Desenhada

crossed

Normalmente um filme de zombies tem um grupo de sobreviventes independente, malta muito preocupada em salvar a sua própria pele, grupos de um, sem família, sem ligações emocionais a ninguém, o que lhes permite um ângulo muito grande de acção e a matança é sempre descomprometida. Mas se houvesse mesmo uma epidemia zombie (nem acredito que disse isto) as coisas não seriam assim. Haveria famílias, casais, crianças, pessoas com vários tipos de dependências que lhes impedia a deslocalização. E muitas mortes deste pessoal. Filmar isto é impensável, porque um realizador pode ser audaz mas nunca suicida. E quem entra com o dinheiro gosta de garantir algum retorno, nem que seja para pagar os juros. Aqui entra a banda desenhada, removendo os limites da consciência humana com um disclaimer na capa. Continue reading

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