Qualquer pessoa que faça parte da minha geração, os eternos chorões dos eighties, não consegue ver Inglorious Basterds sem que a sua mente fuja ocasionalmente para o universo de Allô Allô, essa mítica série que brincava com a ocupação nazi da França. Até aqui no blog já se falou nisso nos comentários. Provavelmente Tarantino não deve ter essa noção porque duvido que Allô Allô tenha tido uma carreira de sucesso nos states. Quando fui ver Basterds, um colega que me acompanhou disse-me com alguma impaciência: “Que treta, porque não marcaram o encontro no café do René?“
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Não conheço a série original, ou se conheço será com um título diferente, tipo “Mauzão e Rabugento” ou dobrada em brasileiro, onde teria o título de “Caras Legais” (se não perceberam a piada, releiam porquem tem duplo sentido). Gosto de ambientes de anos 70, mas não é preciso exagerar. Esta dupla de actores já tem feito filmes merdosos, mas apesar de terem atingido o fundo neste penso que continuarão a escavar. Continue reading
Imaginem a abertura de um restaurante com grande pompa publicitária e quando as pessoas correm aos magotes para lá jantar o cozinheiro diz: “Contemplem a grande novidade, a tosta mista!”. E a malta com olhar desconfiado perguntava: “Com manteiga?“. “Não…” responde o cozinheiro. “Olha que merda!“, responde a populaça, “Agora até já as fazem de atum e em pão alentejano. Os maricas até as comem com ananás.” Ao fundo um cidadão irado grita “Uma hora para fazer uma tosta? Fica sabendo, meu paneleirinho, que já vi uma máquina automática que as faz em 30 segundos…” Ao que o cozinheiro responde “Mas é uma homenagem com os meios de 1956…”
Foi encontrado recentemente no hotel Hilton Overseas Las Vegas um conjunto de itens de Marilyn Monroe. Guardado desde os anos 60 num cofre reforçado, o tribunal federal deu finalmente o aval para que fosse aberto. No seu interior estava esta foto, um baton, uma carta de amor, uma lâmina de barbear, um tufo de pêlo laranja, um conjunto de pilhas nucleares de plutónio para sabres de luz e uma tira de cinco bolas tailandesas com cobertura de latex.
Antes de começar a ver este filme, algumas vozes disseram-me “Queima o DVD, queima o DVD“, e eu que normalmente não ligo à vozes que me falam de dentro da cabeça, meti o DVD. Gostei do original, mas isso eram outros tempos, os tempos do delicioso gore despropositado, os tempos em que ninguém se ia preocupar se os teenagers iriam passar uma vida no psicólogo ou se iriam despachar a tiro 17 colegas lá na cantina do liceu.
No que diz respeito a banda desenhada sou aquilo a que se chama um trolha. Leio ocasionalmente mas não tenho conhecimento enciclopédico nem paciência, diga-se. Cada vez que vou a uma loja de BD e faço perguntas sou sempre recebido com aquele ar de “Que monte de merda é este que nem sabe que o Homem Aranha perdeu um testítulo na batalha com o Homem Azeiteiro no Marvel Idiots Nº244.” Mas de Evil Deads e Ash percebo eu e é um regalo para o olho ver Ash novamente a esquartejar o Homem-Aranha, Wolverine, o Quarteto Fantástico, etc, sendo todos eles zombies. Um sonho de infância tornado realidade. A cereja no topo do bolo é a aparição de Howard The Duck (Zombie, claro!) a comer um cérebro como se fosse uma tacinha de doce da casa.
Séries de ficção científica dos anos 80, essa praga. Ainda hoje pago psicoterapia pelos danos que me causaram. Galáctica, Buck Rogers no Século XXV, Space 1999, Captain Powers and The Soldiers of The Future e V. Uma autópsia detalhada ao estilo “análise de danos psicológicos”. Uma viagem ao mais negro que a mente humana tem para oferecer: xunga do velho! (música em background que acompanha este texto)
Após um acontecimento traumático e alguns infelizes incidentes, um jovem rapaz acaba em prisão domiciliária. Depois de lhe ser cortado serviço Xbox, o serviço iTunes do seu iPod, resta-lhe beber Coca-Cola, lavar o cabelo com Palmolive, ver filmes na sua TV Magnavox e aceder à Internet através do seu Macintosh iBook onde usa frequentemente o YouTube para fazer uploads de vídeos feitos com a sua Sony. Começa a espiar a vizinhança (Carl Zeiss) e conhece uma vizinha boa (Durex+KY) e desconfia que um vizinho é um potencial serial killer (Facas Ginsu para carnes e churrascos).
Ajuda um Cylon! Envia já óleo não usado que tenhas por casa, conjuntos de porcas ou mesmo aquelas lâmpadas que compraste para substituir os stops do Fiat Uno e afinal não davam… Hoje são eles, para a sequela podes ser tu!
Um dia destes a minha esposa chamou-me a atenção para o facto do Javier Bardem ter participado nalguns episódios de Grey’s Anatomy (aquela versão sem a Sasha Grey). Eu disse “Nah… Nem pensar!”. Ela insistiu e eu fui pesquisar a sua filmografia e nada… Até que percebi que há um gajo que entrou no Grey’s Anatomy que é um clone do Javier Bardem. Chama-se Jeffrey Dean Morgan e é um remake americano de Bardem. A sensação de o ver no Grey’s é como se tivessemos sido chupados para uma dimensão alternativa onde Javier Bardem fez más opções profissionais.
Quem não borrou as cuecas de medo aquando da estreia do primeiro exorcista? Ninguém? Eu também não, mas podia acontecer… Adiante. O Exorcista original é um marco no cinema mundial e não falo apenas de terror. É um estilo cru e não estilizado, fazendo crer a qualquer cinéfilo que aquilo podia acontecer em sua casa ou na casa do vizinho. Depois disso os produtores ainda sacaram umas massas a parolos com duas sequelas. Confesso que nem me lembro bem como se desenvolvem essas sequelas, mas lembro-me que eram uma boa merda. Aliás, qualquer filme que tenha um número no fim está fadado a ser xunga. Se bem que actualmente já os substituiram com subtítulos catitas para enganar pacóvios. Se pensarem bem nas sequelas que viram ultimamente, só os filmes de zoofilia e porno brasileiros é que têm números, como por exemplo, “O cavalo do vizinho 15” ou “Buraquinhos quentes de Paraguaçú 25”. …errr… Isto sou eu a inventar, claro.
Por uma vez na vida gostava de ver um filme com uma história de amor assim: rapaz conhece rapariga, rapaz finge gostar de rapariga para ganhar aposta (ou qualquer outro reles subterfúgio narrativo), rapaz namora com rapariga, no pico do amor rapariga descobre aposta (ou o reles subterfúgio narrativo), rapariga afasta-se do rapaz em lágrimas, rapaz percebe que realmente ama rapariga, rapaz chora à chuva com uma balada hard-rock, nos últimos 3 minutos rapaz corre desesperadamente para reatar a relação amorosa com a rapariga, rapariga encontrada em casa enforcada na casa de banho (mortíssima e com moscas), rapaz atira-se da janela e cai no alcatrão e sobrevive com uma perna e braço partido, camião do lixo não vê rapaz na estrada e passa-lhe por cima arrastando-lhe as entranhas ensanguentadas até 800 metros mais à frente…
George Romero realizou o primeiro filme de zombies (vénia em respeito). Delineou as regras do filme de zombies que se têm mantido relativamente inalteradas desde então, à excepção daqueles desalinhados ingleses e os seus zombies on speed. Mas desde Night Of The Living Dead (1968) parece que tem sempre feito o mesmo filme de zombies mas em locais diferentes (ou horas do dia diferentes). Haverá ainda paciência para mais uma carnificina zombie de Romero? Há, mas pouca…
Todas as famílias são psicóticas, já o dizia Douglas Coupland. Mas com uma embalagem de poderosos alucinogénos confundida com Valium perdida no meio de uma multidão deprimida ou um anão homossexual de coração partido à procura de vingança, as coisas podem mudar de figura, fazendo a psicose parecer um escuteiro virgem numa orgia Bukkake…
O remake do The Crow vai mesmo avançar, mas o realizador Alex Proyas (do original) não está muito de acordo com a ideia. Segundo o próprio:
“I have nothing to do with the remake of The Crow. That’s other people involved with that and I wouldn’t even dream of remaking the movie, because as far as I’m concerned that’s Brandon Lee’s movie and that’s why I finished the movie – in memory of Brandon. That’s the only reason I finished it actually.
Nunca viram um filme dramático que era tão ridiculamente dramático que a malta tinha que se rir? Este é um filme que quer tanto ser cómico, mas de tanto tentar e falhar acaba por se revelar um dramalhão de proporções épicas. Como se estivéssemos 6 horas a ver um filme do Rocky mas ele a perder todos os combates. Meus senhores e minhas senhoras, apresento-vos Uwe Boll, o homem que faz toda a lógica implodir num único ponto, onde todas as leis do cinema e entretenimento se anulam a si próprias. O único realizador do mundo que tem uma petição global a decorrer para o proibir de fazer mais filmes.
Começam a aparecer online os primeiros detalhes do remake do mítico, hyperclássico, senhor de todos os Slashers, Nightmare on Elm Street com o ainda mais mítico Freddy Krueger . As más notícias é que vai ser produzido pela equipa de Michael Bay, que é como quem diz: muito estardalhaço e piruetas e pouco sangue e tripas. As boas notícias é que o filme poderá ter uma abordagem inovadora, de outro ângulo que poderá não colidir com a story line original. Os detalhes podem conter spoilers e para os ler é preciso carregar no Read More…
Puritanos, tonhós que estão contentes logo de manhã e romanticos incuráveis não me levem a mal, mas agradecia que não lessem esta crítica toda. Aliás, queria mesmo que se retirassem, pois o que vão aqui ver nos próximos parágrafos não será uma vista linda de se contemplar. É que nem aqueles insuportáveis tipos que não precisam de café para andarem radiantes pela manhã poderiam suportar tal tortura. Mesmo os pacóvios que têm um poster do Titanic e outro da Cidade dos Anjos eram capazes de matar, enraivados de ódio, só por terem sido enganados pelo cartaz.
O Requiem é uma oração católica em favor das almas do Purgatório. Reza assim: “Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno, E a luz perpétua os ilumine, Descansem em paz.” seguida de umas pessoas a tossir e um Amen reverbante nas paredes da uma velha igreja, na presença de três viuvas, uma delas a dormir profundamente… E se a ironia fosse uma lei da física em vez de um reles estratagema de comunicação, era para lá que este franchise se dirigia: Purgatório. Mas conhecendo Hollywood como conheço ainda ia haver o Alien Vs Predator Vs Jason Vs Freddy Vs Hitler Vs O padeiro gay do Bonanza que morreu a brincar com um pónei.
Seguir um deambulante padre pedófilo com visões apocalípticas não era exactamente aquilo que esperava deste novo X-Files. E eu esperava muito! Fui ávido fã da série até à season 4, altura em que me apercebi que aquilo não ia a lado nenhum. Mais do que uma saída em grande, I Want To Believe envolve-nos numa trama tão idiota que não conseguimos parar de pensar: “Será que esta t-shirt me faz mais gordo?…”
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