Sexta-feira, início de Verão. Faz-se noite e pelas frestas do controlo parental começam a afluir às superfícies comerciais hordas de jovens mancebos que carregam o peso morto das expectativas dos seus pais. Sonhos projectados naqueles que, inebriados por uma realidade sintética, vivem uma encenação de prosperidade. Sonhos que lhes foram confiados. Sonhos que acabam sempre violentados e jogados em farrapos nos caudais fétidos do mais vil desprezo pelo trabalho alheio. Diria o poeta que seria um insano desperdício de amor. Mas como todos sabemos, o poeta é outro paspalho inflado de excesso de auto-confiança com capacidades quase sobrenaturais de parasitismo. Além disso o poeta aprecia a sua linha de coca e o ocasional enrabanço ao abrigo do direito de exploração artística.
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Os filmes da minha adolescência foram maioritariamente slasher movies de extrema violência. Ainda assim já vou com 36 anos e ainda não matei ninguém. Não havia necessidade de proteger as criancinhas das influências satânicas da violência televisiva. A malta sabia que eram apenas filmes. Nos dias de hoje protegemos as nossas crias da nefasta influência da violência mostrando-lhes filmes de vampiros que brilham ao sol, mortos-vivos deprimidos crónicos com paralisia facial e cuja única carne humana que comem é pénis, normalmente de empurrão…
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