
Ao fim da primeira semana em encarceramento forçado, todas as tarefas se tornam repetitivas. Todos os dias são cópias de menor qualidade dos dias anteriores, a perder cor, e passam a um ritmo estonteante, contrastando com nossa agora permanente catalepsia. Voltando lentamente a cabeça na direção da janela, os dias passam numa cadência estroboscópica, hipnótica. “Que dia é hoje?”, perguntam os membros do quarteto cordas semi-decomposto que me fala do outro lado da sala. “Sei lá!”respondo. “Terça? Domingo? Junho? 1986?”. E os filmes que vi? Vi mesmo ou imaginei? Vou aqui atravessar-me pela minha memória com quase total garantia de que vi mesmo este filme, que ele existe, e vou falar-vos de Butt Boy.
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