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Tag: clássico (Page 2 of 6)

Alien Apocalypse (2005)

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Depois do Apocalipse provocado por uma invasão de térmitas gigantes consumidoras de madeira e viciadas em cabeças humanas, o planeta está transformado num espaço desolado. Os humanos estão divididos em dois grupos, os escravos vestidos com fatos de pirata da Babou ligeiramente modificados para parecerem pedintes e os capangas das térmitas vestidos com barbas postiças do Deborla e camisas excessivamente brilhantes como os fatos de cowboy que os chineses vendem no Carnaval. Mas um esperança cai dos céus, um grupo de astronautas que esteve ausente durante 40 anos e que, desafiando todas as leis da física, lógica, química e canónica, vão lutar pela supremacia da raça humana. Um telefilme do canal Syfy. Poderia ser a pior pedaço de matéria morta alguma vez cuspida e escarrada para as nossas televisões, não fosse um simples factor que faz subir uma produção de esgoto a céu aberto a fantástico guilty pleasure: Bruce fuckin’ Campbell.

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Better Off Dead… (1985)

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Quem viveu ativamente os anos 80 e sobreviveu trouxe consigo um cabaz de memórias bem avantajado. Umas boas, outras más, outras simplesmente nefastas. Com o tempo, a idade e a decadência natural do cérebro, algumas memórias vão ficando para trás e apenas um núcleo duro se mantém, como todos os filmes que consideramos clássicos. Ocasionalmente caem fora das nossas memórias alguns itens que o nosso subconsciente, erradamente, julga ser carga extra, inutilidades. Better Off Dead é um dos teen movies mais fabulosos dos anos 80 que parecem ter-se esfumado da memória colectiva dos 80s, injustamente afundado nas areias do tempo. Quer se goste ou não, o certo é que ninguém fica indiferente a um John Cusack imberbe a ser humilhado em público usando um kit de orelhas e nariz de porco.

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Bubba Ho-Tep (2002)

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Elvis Presley, o rei, a lenda, ator, entertainer de sucesso e exímio exterminador de múmias assassinas. Para os ignorantes entre nós, Elvis não morreu em 1977. Para poder descansar de um colapso que quase o levou à loucura, Elvis trocou de lugar com um imitador chamado Sebastian Haff em 1968. A ideia seria voltar um dia mais tarde, mas as coisas foram adiadas recursivamente. Quando o imitador Sebastian Haff morre em 1977, o verdadeiro Elvis fica numa situação complicada e sem poder regressar à ribalta, abraçou a vida de cidadão comum. Agora, em 2002, já entradote e com vastas camadas adiposas, Elvis reparte o quarto de um lar da 3ª idade com um idoso negro que diz ser John F. Kennedy reencarnado. Esta pacatez típica de um centro de dia é, porém, interrompida abruptamente por uma múmia ressuscitada que não olhará a meios para atingir os seus objectivos. Não há tempo a perder, até porque os sacos das sondas de urina têm autonomia muito reduzida.

Source Code (2011)

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Numa altura em que um filme que conta a história de um pneu que ganha vida e, ainda por cima tem o poder de telecinese, é encarado pela comunidade de cinéfilos com dois bocejos, já nada consegue surpreender aqueles que consomem cinema há mais de duas semanas. Por muitas artimanhas e conceitos originais que se injetem numa história há sempre, pelo menos, meia dúzia de precedentes que o fizeram com mais sucesso. Sendo assim, resta-nos ter fé no cinema e esperar que esta falta de originalidade possa ser substituída por uma direção competente e uma narrativa que se saiba aguentar até ao final sem levantar sobrancelhas.

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GOZU aka Gokudô kyôfu dai-gekijô (2003)

Para quem conhece Takashi Miike, as palavras “bizarria” e “demência” são bastante familiares. A estrutura deste filme acaba por se assemelhar bastante ao filme Spirited Away (A Viagem de Chihiro), mas em vez de ser para crianças é para alucinados e cinéfilos com tomates. Há um tipo que desaparece e o seu amigo faz uma fantástica viagem em busca do seu corpo. Nessa viagem conhece uma mulher que comercializa o leite dos seus próprios seios, um homem com uma estranha doença de pele que parte o pescoço ciclicamente, um medium poderoso que só funciona quando lhe açoitam o rabo com um chicote, um tipo com cabeça de vaca, um parto fora do comum ou mesmo um senhor que quando acorda é uma senhora… E isto é apenas a parte convencional do filme.

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Porky’s (1982)

Nenhum filme exemplifica com tanta fidelidade a violenta efervescência hormonal pós-puberdade como Porky’s. Ver este filme foi durante muitos anos ritual de iniciação do jovens imberbes ao fabuloso mundo do deboche que prometia um futuro radiante pleno de sexo sem fim à vista, tal manual de iniciação para saber como não agir numa casa de alterne e para gerir erecções involuntárias. Além disso servia como detector de receptividade sexual, uma vez que todas as gajas que se rissem das badalhoquices e que engolissem em seco durante as cenas mais eróticas eram garantidamente carne para canhão.

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Død snø (2009)

Zombies Nazis. O que é que neste conceito pode falhar? Nada, obviamente. Um país famoso pelo arenque, bacalhau e a fabulosa qualidade de vida que aparece sempre no telejornal a cada vez que se fala que Portugal é uma desgraça de país, seria a improvável pátria de um dos melhores filmes de zombies que vi ultimamente. Mas depois pensamos nas bandas de Black Metal satânico, nas taxas de suicídio e naquela gaja dos Abba* que nunca depilava os sovacos e tudo faz sentido.

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The Wicker Man (1973)

Se é verdade que o estilo “blockbuster charlatão e untuoso” vive da contemporaneidade e do cutting edge tecnológico fazendo parecer velho um filme com dois anos, o mesmo não se pode aplicar a um filme que vive de narrativa e engenho criativo. É que antigamente também se escrevia. Usavam-se uns artefactos oblongos chamados “canetas” que estampavam caracteres directamente no papel sem necessidade de impressora. E escrevia-se com muita qualidade, por estranho que possa parecer. E que o digam os produtores da Hollywood actual, que conseguem simular virtualmente a vida, o universo e tudo mais, mas quando precisam de uma história que não envolva tiroteio despropositado e aniquilação de meia Nova Iorque  por entidades imaginárias têm que se virar para os argumentos de outrora, nem que seja para lhes fazer o downgrade de excelência para brainless action movie de tiroteio despropositado e aniquilação de meia Nova Iorque entidades imaginárias.

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Videodrome (1983)

Não há dia que passe sem um iluminado nas ciências do comportamento vá a um noticiário da TV dizer que a Internet nos está a roubar o cérebro. Que a quantidade de entretenimento e tecnologia que nos obriga a constante multitasking nos está roubar a imaginação e capacidade de raciocínio. Se isso é verdade não sei, porque costumo estar a enviar um sms, a ler o rodapé do telejornal, a colocar “likes” nas fotos dos meus amigos, a tirar fotografias pela janela da minha vizinha em cuecas e a aprender uma língua estrangeira na PSP enquanto esses senhores falam.  Normalmente saco depois o podcast para armazenar no disco e nunca mais ouvir. Videodrome avisou-me que isto ia acontecer mas eu não quis acreditar. Hoje em dia quanto mais CGI porn vejo nos blockbusters actuais, mais idolatro Videodrome. Mais do que um filme visionário acerca dos malefícios da multimédia para o nosso livre arbítrio, Videodrome é uma obra prima que marca o início do reinado da “nova carne” de Cronenberg.

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High Fidelity (2000)

Existe uma fase das nossas vidas em que, definitivamente, High Fidelity é o filme preferido. Aquela fase em que jogamos as últimas cartadas no jogo da sedução, quando queremos acumular o record do mundo da poligamia ao mesmo tempo em que nos queixamos que não encontramos o verdadeiro amor. É um fase de depressão moderada, curada à custa de coito ininterrupto, drogas leves e o ocasional coma alcoólico. Não percebemos o que realmente queremos e estragamos tudo com o típico egoísmo pré-trintão. E é aqui que entra High Fidelity, o manual de instruções para o jovem e celibatário  trintão, o caminho para a bonanza depois da tempestade. Um filme do tempo em que oferecer um CD gravado com capa a cores contava como prenda a sério.

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VHS for dummies!

Há uns dias percorria os sempre hilariantes foruns de suporte da Zon quando me deparei com um fabuloso post onde um cliente se queixava que as boxs HD+DVR gastavam tanta electricidade ligadas como desligadas. A resposta pronta de um moderador oficial foi que “é necessário que assim seja para que o equipamento possa estar sempre pronto a gravar”. Um outro utilizador retorquiu,e com toda a razão, que já em 1986 os gravadores de vídeo faziam esse exacto trabalho sem precisarem de artifícios preguiçosos com o absurdo consumo das ZonBoxes. E neste argumento este prezado utilizador se viu desamparado, porque dos poucos utilizadores que sabiam sequer o que era um gravador de vídeo, não havia nem um que o sabia programar para gravação temporizada. O que me levou a este tópico que noto fazer falta na Internet: Rebobinador? Será mesmo necessário ou é mais um mito urbano?

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Machete (2010)

Chega ao fim mais um ano. Na minha lista de rascunhos procurei algo que estivesse pendurado injustamente. Pesco este Machete que mantive em banho maria por demasiado tempo. Não posso dizer que Machete seja a minha paixoneta cinematográfica do ano porque sou uma pessoa com grande dificuldade em demonstrar entusiasmo ou qualquer estado emocional que requeira algum nível de euforia. Mas que Machete foi um belo filme de 2010, isso não podemos negar. Não será certamente uma mensagem inspiradora que possa criar benevolência e ondas universais de filantropia. Não. É apenas divertimento no seu estado mais puro. Mas atenção, não é divertimento para todos, é para quem o conseguir inserir no seu lugar. E também é o uso mais divertido de um intestino humano desde o Braindead de Peter Jackson em 1992 ou as filmagens de Tomás Taveira em 1989.

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The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension (1984)

O género cinematográfico “alienígena escaganifobético” não é um exclusivo dos últimos anos. Cada época, cada cinematografia ou onda tendencial tem os seus exemplares. The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension é um delírio dos anos 80, uma obra de tão genial bizarria que não podemos evitar fazer constantemente a pergunta “Como é que alguém autorizou tal coisa?”. Rock star, neurocirurgião, físico quântico, herói da banda desenhada e aventureiro. Apresento-vos Buckaroo Banzai, herói nipo-americano capaz de salvar o planeta Terra das garras dos demoníacos seres da oitava dimensão, todos chamados John.

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2001 Descodificado – Porque é que HAL 9000 enlouqueceu?

Nos dias que correm é comum algum amigo info-nabo nos dizer “Ai, ai, o meu computador anda doido!…“. Mas apesar de tudo, essa epidemia de insanidade informática que parece afectar apenas talegos é uma metáfora para “Sou burro mas nunca me apercebi e andei a mexer onde não devia. Agora fodi o meu computador e ando à procura de algum amigo informático que possa perder várias noites do seu precioso tempo livre para o arranjar. De borla…” Existe no entanto uma pessoa que se pode queixar literalmente da loucura do seu computador: David Bowman, o único sobrevivente do ataque provocado pela insanidade de HAL 9000. Mas porque é que HAL se revelou um autêntico psicopata, matando o colega de Bowman, Dr. Frank Poole, juntamente com os três astronautas em hibernação na Discovery?

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2001: A Space Odyssey Descodificado

2001: A Space Odyssey de Stanley Kubrick é um dos melhores filmes de todos os tempos, facto indiscutível. Seja num top 100, 50, 10 ou mesmo 5, este tem que lá estar. Apesar de ser um filme de colossal magnificência é também um dos mais incompreendidos  da História do cinema. O que se passa? Qualquer aspirante a cinéfilo o quer ver, e uma vez visto passa-se rapidamente do desencanto à decepção. Mas quer se goste ou deteste, quer se compreenda ou não, o filme fica a martelar no cérebro. Um latejar omnipresente que nunca mais nos largará, como aquela luz vermelha de HAL. Que filme é este? O que é que ele nos quer dizer?  Poderei sacar gajas à sua conta? Passemos então à desmistificação e descodificação deste que é o clássico dos clássicos. Escusado será dizer “SPOILER ALERT“!

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The Incredible Shrinking Man (1957)

Uma das minhas mais remotas memórias de serões televisivos é deste magnífico filme de Jack Arnold, mais concretamente da cena em que um homem minúsculo combate ferozmente uma aranha peluda. Lembro-me de o ter visto no “Segundo Canal” e ainda não sabia ler, tinha que ser o meu pai a explicar-me o que diziam as legendas. Ora feitas as contas, foi ainda nos anos 70… Eram noites frias de inverno sem aquecimento central e televisão a preto e branco sem controlo remoto. Era um tempo anterior ao tempo em que a simples ideia de aparar pêlos púbicos parecia um conceito de ficção científica.

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Close Encounters of the Third Kind (1977)

O grande público é uma entidade viva, mentalidade de colmeia, que possui qualidades de consciência colectiva que retém apenas pedaços de informação para formar aquilo que se convencionou chamar “realidade selectiva”. A realidade selectiva não é a realidade tal como individualmente a sentimos, é uma versão simplificada e ligeiramente viciada da verdade dos acontecimentos. No que diz respeito a Steven Spielberg, essa realidade selectiva parece ter obscurecido alguns pontos da sua carreira que merecem alguma reverência. Na área dos “filmes com extra-terrestres”, o E.T. parece ter engolido todas as luzes da ribalta, deixando em segundo plano esse monumento ao grande cinema que é o Close Encounters of the Third Kind.

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Toy Story 3 (2010)

Foi agora encerrado um capítulo que teve início numa preguiçosa tarde de 1995, quando um jovem estudante de engenharia informática se dirigiu sozinho a uma sala de cinema para ver o primeiro volume de Toy Story. Na altura esse jovem indolente de longos cabelos desgrenhados ponderava trocar um futuro promissor como baterista de uma modesta banda de Rock’n Roll por uma carreira nas tecnologias de informação, abandonar a farta gadelha que parecia fazer parte do seu ADN e juntar-se a um exército de engravatados que estava prestes a controlar o mundo. Mas aquilo que seria um retiro espiritual numa sala de cinema rapidamente se transformou num fascínio de tal magnitude que a decisão do rumo de vida ficou adiada. Toy Story era o início de um admirável mundo novo.

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Severance (2006)

Cada vez mais o mundo se leva a sério. Demasiado a sério! É um sinal dos tempos. Ninguém gosta de ser menosprezado, existe uma tendência de dar valor demais coisas que realmente não o têm. Olhem o cinema actual, por exemplo! Mais do que filmes que se levam demasiado a sério (e logo aí perderem toda a piada), temos exércitos de pessoas que os levam a sério só porque o marketing ditou que assim tinha que ser, e depois têm medo de parecer menos inteligentes, eloquentes ou enciclopédicos que os seus compinchas. Mas felizmente que essa tendência não é globalizante. Filmes como Piranha, Machete ou este muy british Severance vêm demonstrar que o cinema divertido, descomprometido e de qualidade não está morto, ao contrário dos seus personagens que aparentam alguma dificuldade em manter a sua integridade física, seja por  perigo de degolação, mutilação, perfuração severa ou traumatismos múltiplos provocados por objecto contundente, condição normalmente conhecido por “facada no lombo”.

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Tideland (2005)

Nós, cinéfilos com experiência, já percebemos por várias ocasiões que ver um filme que gostamos nem sempre é sinónimo de entretenimento e tempo bem passado. Há filmes que se tornam inesquecíveis, que crescem dentro de nós pelo seu hiperealismo ou desconforto de determinada temática. “Idiotern” de LarsVon Trier ou “Martyrs” de Pascal Laugier são exemplos disso mesmo que falei por aqui recentemente. Mas abordar  miséria humana, terrorismo, toxicodependência, abusos infantis, pedofilia, necrofilia e crueldade num tom de esperança e optimismo, só mesmo Terry Gilliam.

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