Quem nunca comprou para o seu filho (ou sobrinho ou criança genérica) o Hercules ou Pocahontas e só depois percebeu que é um clone barato feito algures num país oriental? Quem nunca alugou, comprou ou assistiu a um filme que se parece em tudo com outro que já vimos, mas na realidade é de extremo baixo orçamento e só é distribuído porque vai montado na publicidade que o original fez? Toda a gente… Hoje quero-vos falar do fenómeno da contrafacção cinematográfica. É uma situação que ocorre a cada vez que há um filme ainda em formato teaser, com um ano um mais de pré-publicidade ou hype mediática. Os exemplos que vos trago são Transmorphers, Snakes on a Train e Monster. Não vi nenhum deles, mas penso que o obrigatório trailerzinho do youtube é auto-explicativo.
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Chewbacca tinha um primo bazofe, o Celso, que estava no desemprego e gastava todo o subsídio em correntes, pulseiras de brilhantes e calças que não tapam o rego do cu. Mas Chewbacca tinha uma dívida de sangue para com a mãe de Celso, por causa de uma disputa com duas prostitutas anãs da famosa cadeia de bordéis “Kanzana Ville”, nas luas de Shiluk. Assim, o nosso felpudo herói foi obrigado a financiar um CD de hip hop para Celso e aparecer na capa na esperança que a sua fama fizesse render o investimento. O disco não vendeu mais de 1500 exemplares. Celso acabou por arranjar emprego como picheleiro num velho cruzador imperial convertido para turismo.
Ao final de mais um dia excitante de batalhas intergalácticas e derrubar regimes maléficos, sabe bem chegar ao silêncio de casa. Depois de um chocolate quente e dois episódios de Greys Anatomy no sofá com a sua esposa, Chewbacca faz amor apaixonadamente sob o triplo luar de Agosto e adormece a sonhar com a base inimiga que tem que aniquilar no dia seguinte.
Um Klingon não é apenas um extraterrestre tremendamente malvado que só se interessa por matar, violar e pilhar. Deixo aqui algumas fotos de guerreiros Klingon em família para tentar combater esse preconceito que cada vez mais assola a nossa sociedade.
Já fui um entusiasmado fã de Jack Black e sempre pensei que o estilo dele fosse uma fonte interminável de gargalhadas e boa disposição. Mas na realidade Jack Black é um dos actores mais unidimensionais do planeta. A unidimensionalidade é uma unidade atómica, significa que não se pode dividir, mas arrisco cometer o erro científico ao dizer que Michael Cera é um actor ainda mais unidimensional que o gordito supracitado. E quando se junta tanta unidimensionalidade (uff!) com um guião bafiento e sem um único ponto de interesse, estamos perante um filme tão engraçado como uma epidemia de lepra num hospital pediátrico.
– Acho que me estão ali a chamar…
Um homem que declama lamúrias teatrais com os olhos postos no vazio. Uma mulher que gesticula dramaticamente num misto de epilepsia com ímpeto de cólera, mas muito lentamente. A arte do anacronismo como choque social. No freakshow que é o cinema português eis Manoel de Oliveira, a nossa mulher barbuda.
Todos nós, fans de ficção científica, já ficamos acordados a pensar no tema que serve de fio condutor neste filme, o sexo com uma gaja boa. Mas por vezes também pensávamos em teleportação, nos seus prós e contras, nos malefícios, na maneira em que poderia afectar o contínuo espaço-temporal, como poderíamos comer gajas à conta disso ou simplesmente ver a vizinha a sair do banho depois de uma sessão de depilação total. Mas em nada estas reflexões coincidem com este ejaculação precoce que vem catalogado como “filme”. A teleportação deve ser tratada com respeito e não do ponto de vista de quem viu um episódio do Heroes enquanto fumava um gordo charro e pensou “Caralhos me fodam se isto não dava um bom filme!…”.
Esta foto foi tirada 3 meses antes de Maitê Proença ter escrito uma crónica sobre Kashyyyk em que se referiu aos seus habitantes como sendo “bisontes primitivos e analfabetos” e ridicularizando o orgão sexual masculino Wookie como sendo “um saca rolhas salgado“. De realçar que Maitê recebeu o prémio “Vache extraordinaire de La Fontaine” por obras de caridade efectuadas no combate à extinção dos Banthas almiscarados da pradaria.
Foi este engenhoso ardil que os produtores de [REC]2 arranjaram para fazer o marketing do filme. Ainda não vi, e se calhar nem irei ver. Duvido muito que tenha 20% da originalidade e encanto do original. Mas o cartaz é adorável.
Chewbacca tenta rebater os argumentos de Jean Luc Picard acerca das vantagens dos motores de Anti-Matéria. Apesar da eficácia são motores demasiado radioactivos, por isso Chewbacca convence o planeta Terra a aderir aos motores de partículas iónicas, nomeadamente as aeronaves de motores gémeos, os chamados TIE (Twin Ion Engine). Apesar dos TIE terem sido exclusivos do antigo império, o período de 25 anos de exclusividade da patente expirou, sendo agora uma tecnologia universal como phasers sublight ou os cachorros quentes anti-gravidade.
Apesar do cinema independente americano ser uma fonte de agradáveis surpresas, também é certo que por vezes há filmes que nos fazem lembrar um cão a perseguir a sua própria cauda. Sunshine Cleaning é uma soma de bons ingredientes de um filme decente, mas que as deficiências narrativas e o excesso de depressão nos forçam atirá-lo para os pântados do eterno esquecimento cinematográfico.
Já não há linchamentos como antigamente. A última vez que organizei um só compareceram duas pessoas. O meu carteiro e um vizinho de infância. O carteiro acabou por desistir porque tinha percebido “lanchezinho” no papel que lhe enviei devido à minha terrível caligrafia, mesmo quando uso o Word. O meu vizinho é um tipo que uma vez tentou abrir uma pastelaria, mas queria fugir ao cliché de “Doce qualquer coisa”. Então tentou o salgado, para se especializar em folhados e coisas assim. Escolheu o nome “Vaquinha Salgada”. Obviamente não teve grande sucesso mas acabou por reciclar o nome num club de strip. Correu melhor financeiramente, pelo menos até umas bastonadas no lombo terem acabado abruptamente a sua meteórica carreira de “agente da noite”. Tinha problemas com a documentação das empregadas. Uma delas, a Suelen, era inclusivamente um homem chamado Carlão da Verga Longa na sua terra natal.
Qualquer pessoa que faça parte da minha geração, os eternos chorões dos eighties, não consegue ver Inglorious Basterds sem que a sua mente fuja ocasionalmente para o universo de Allô Allô, essa mítica série que brincava com a ocupação nazi da França. Até aqui no blog já se falou nisso nos comentários. Provavelmente Tarantino não deve ter essa noção porque duvido que Allô Allô tenha tido uma carreira de sucesso nos states. Quando fui ver Basterds, um colega que me acompanhou disse-me com alguma impaciência: “Que treta, porque não marcaram o encontro no café do René?“
Achei incrível que Second Life tenha feito a sua passagens pelos cinemas sem ter havido, pelo menos, uma sala incendiada pela fúria de um grupo de cinéfilos raivosos. Muito me admiro de ter havido coragem para editar tal pedaço de matéria fecal e de haver pessoas a dar a cara por este filme (sic) sem medo que a sua carreira se esfume para sempre nos pântanos fétidos do esquecimento. Ou isso ou para sempre condenados aos reality shows, revistas cor de rosa, programas onde têm que mostrar a casa ou outras sodomias semelhantes. Mas pior que tudo é haver uma edição dupla (2 DVDs) para esta porcaria. Provavelmente o segundo DVD é a gravação de um pedido de desculpas, com a possibilidade de o ouvir também dobrado em português.
Há dois conceitos que me causam algum desconforto. O primeiro é “A sandes de leitão”. É a maneira mais idiota que existe de tratar uma iguaria gastronómica. É como fazer umas pizzas de chanfana ou um Burrito de Caviar. Pedir uma sandes de lagosta pode parecer um insulto de um barrasco que acabou de ganhar o euromilhões, mas o leitão é constantemente insultado com a sandocha, a feijoada e agora também rissóis. Haja respeito pela tradição da Bairrada. O outro conceito que me causa algum desalento são os filmes de adolescente em que um personagem é magicamente transportado para outra idade.
Do espólio Chewbacca. Oferecido pela casa real de Kashyyyk ao museu do Império.
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